sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Resumos Filosofia 3º médio ETIP (1º trim 2013)


Aula 1. Introdução à Metafísica.

• A metafísica é a investigação filosófica que gira em torno da pergunta “O que é?” Este “é” possui dois sentidos:
o O que existe? ( se refere à existência da realidade, o que é real).
o Qual é a essência do que existe? ( se refere a natureza própria de algo).

• A Metafísica surgiu na Grécia antiga, significa: meta(após, depois de) physika (a parte física, a natureza).

• Os primeiros filósofos buscavam uma explicação racional para a origem do mundo ordenado, o Cosmos; a filosofia nasce como uma cosmologia, tendo por objetivo a busca do princípio que causa e ordena tudo o que existe na natureza (Physis).

• A Metafísica, ou filosofia primeira (segundo Aaristóteles) é o estudo da essência das coisas, ou do ser real e verdadeiro das coisas, daquilo que elas são em si mesmas apesar da aparência que possam ter e das mudanças que possam sofrer.

• Neste sentido, as primeiras questões filosóficas dos gregos foram:
o Porque os seres nascem e morrem?
o Porque tudo muda?
o Porque o que parece uno se multiplica?
o Porque as coisas se tornam opostas ao que eram?
o Porque nada permanece idêntico a si mesmo?

• Conceitos metafísicos fundamentais:

o O Ser = Aquilo que é, a realidade absoluta.
o O Não-ser = O que não é, o nada, aquilo que não existe.
o Devir = O fluxo perpétuo de mudanças constantes.
o Essência = Aa natureza própria de algo, aquilo sem o qual a coisa não é, a ideia que explica.
o Existência = O modo e ser real, aquilo que existe de fato, perceptível.
o Arché = Princípio material responsável pela geração e corrupção do seres e de suas qualidades.


Aula 2. A Metafísica de Parmênides de Eléia (530 – 460 a.C.).

• Filósofo pré-socrático da escola eleática, viveu ao sul da península itálica.

• Sua obra: “Sobre a Natureza” (Peri physeos), dividida em duas partes:

o Parte 1 – O caminho da verdade (o ser).
o Parte 2 – O caminho da opinião ( o não-ser).

• Sua afirmação fundamental é: “O ser é, o não-ser não é”.


• Parmênides parte da ideia de que a realidade física é percebida por nós como uma eterna oposição entre dois pólos, entre pares de opostos: bem/mal, vida/morte, calor/frio, amor/ódio, luz/trevas, justiça/injustiça,…

• A única realidade é o Ser, o que é, o não-ser é ilusão, aparência, só o ser existe. Nesse caso, o mal não existe, seria apenas uma palavra que usamos para indicar a ausência do bem; a morte, a ausência da vida; as trevas, a ausência da luz; o ódio, ausência do amor, O não-ser não tem existência real (morte, mal, frio, ódio, trevas,…)

• Então o que é o Ser? Quais as suas características?

o É uno e não pode ser múltiplo. (só é ele mesmo e não pode ser os outros).
o É eterno, infinito. (não pode ter começo, nem fim, senão teria limites).
o É imutável (não pode mudar, senão tornar-se-ia o não ser).

• Mas, esta concepção encontra um problema: Se a realidade é uma só, como é possível vermos, ouvirmos e sentirmos as coisas opostas na natureza?

• Parmênides explica isto através da distinção entre pensar e perceber:

o Perceber – Percebemos a multiplicidade da natureza pelos sentidos. (aparência).
o Pensar – Pensamos o Ser, a identidade, a unidade. (o ser, a essência).

• Só podemos alcançar o Ser através do pensamento e não dos sentidos. O ser verdadeiro é o ser necessário (é e não pode não ser).

• Parmênides formulou pela primeira vez com absoluto rigor lógico os princípios fundamentais da futura Metafísica. Foi o precursor de Lógica aristotélica ao estabelecer o princípio da não-contradição (é impossível algo ser e não-ser ao mesmo tempo).


Aula 3. A Metafísica de Heráclito de Éfeso (540 – 470 a.C.).

• Filósofo pré-socrático da escola Jônica, viveu na Jônia (atual litoral oeste da Turquia).

• Sua obra: “Sobre a Natureza” (Peri physeos), texto difícil, conhecido como “o obscuro”.

• Sua afirmação fundamental é: “Em rio não se pode entrar duas vezes no mesmo.” (pois as águas que tocam seu corpo já não são as mesmas da primeira vez).

• O sentido desta frase é: tudo é devir, tudo flui, o existir é um perpétuo mudar.

• Heráclito estabeleceu a existência de uma lei universal, fixa (o logos, razão) que rege/ordena o devir (fluxo eterno). O elemento responsável pelas transformações é o fogo.

• A realidade é composta pela luta eterna entre os opostos, a ação do logos garante a harmonia dos contrários. “A luta é a regra do mundo e a guerra é comum geradora e senhora de todas as coisas.”

• Só o devir eterno é real, os opostos são estados transitórios deste fluxo de mudanças contínuas.

• Heráclito explica a harmonia através da analogia com a tensão (unidade) do arco e da lira.


domingo, 3 de fevereiro de 2013

Resumos Filosofia 2º médio ETIP (1ºtrim 2013)


Aula 1. O exercício do filosofar e as áreas da Filosofia.

• Filosofar é refletir, indagar, duvidar, criticar, argumentar, porém não basta apenas soltar livremente o pensamento, é preciso entender a filosofia como organização sistemática do pensamento, com método próprio de investigar.

• A Filosofia é uma reflexão que deve ser: Rigorosa, Sistemática e Consistente.

Obs: Ler textos da apostila 5, páginas 2 e 3.

• As áreas da Filosofia:

1. Filosofia/teoria do conhecimento = Estuda as origens e as características do conhecimento humano, como conhecemos? Quais os fundamentos do conhecimento?

2. Filosofia da ciência/ Epistemologia = Estuda as características do conhecimento científico, seus métodos, procedimentos e validade.

3. Ética e moral = Estuda os valores e as regras morais, incluindo a consciência moral, a liberdade de escolha e a responsabilidade.

4. Estética = Estuda a natureza e o valor das artes e do conceito de beleza, da harmonia das formas e do prazer estético.

5. Filosofia política = Estuda as relações de poder, as formas de governo e suas implicações, abrange os conceitos de cidadania, democracia, Estado.
Obs: Para os itens acima, ler texto da apostila 5, página 4.

6. Lógica = Estuda os tipos de raciocínio, a validade deles e as regras utilizadas para verificar a verdade ou a falsidade das ideias.

7. Metafísica = Estuda o ser, a essência das coisas, os fundamentos e as causas da realidade.

8. Filosofia da História = Estuda os fundamentos das várias concepções de história, da evolução da cultura humana e da noção de progresso.

9. Filosofia da linguagem/ analítica = Estuda os limites e as possibilidades das várias formas de linguagem e dos processos de significação, expressão e comunicação.

10. História da Filosofia = Estuda as origens, os períodos, os conceitos e as teorias produzidas pelos filósofos.

Extraído de: Chauí, Marilena. Convite à filosofia, Ed. Ática, São Paulo, 1995.


Aula 2. Introdução à Lógica clássica.

• A expressão “é lógico que…” indica para nós e para a pessoa com quem estamos falando que se trata de uma coisa evidente, óbvia, e portanto inquestionável.


• As palavras lógica e lógico ( origem grega: palavra, razão) são usadas por nós para significar:

o Uma inferência: Se conheço algo, posso concluir que…
o Uma coerência: Se algo é assim, então é preciso que…
o Uma não contradição: Se algo é assim, não é possível que não seja assim.
o Uma conclusão: Para entendermos algo é preciso conhecer seus antecedentes.

• A Lógica foi criada na Grécia antiga por Aristóteles (384 – 321 a.C.) como um instrumento para verificar a validade dos raciocínios, foi chamada por ele de Filosofia analítica.

• As principais características da lógica são:

o Instrumental = É um instrumento para pensar corretamente.
o Formal = Ocupa-se com a forma do raciocínio e não com o conteúdo.
o Normativa = Fornece princípios, leis e normas do pensamento verdadeiro.
o Doutrina da prova = Permite comprovar a veracidade de um raciocínio.
o Geral e atemporal = É universal e necessária, portanto exata.

• A Lógica formal tem por objetivo estudar as proposições, que são frases que expressam um juízo, que é o ato de concordar/discordar, afirmar/negar algo. Por exemplo:
o Susana é professora. ( S é P, onde S = sujeito e P = predicado).
o Alexandre não é casado. ( S não é P).

Obs: Ler texto da apostila 5, página 6.

Aula 3. A Lógica Aristotélica.

• O elemento básico da lógica de Aristóteles é o Silogismo (raciocínio), que se constitui de:

o 1ª premissa - Todo homem é mortal.
o 2ª premissa - Sócrates é homem.
o Conclusão - Logo, Sócrates é mortal.

• Sendo que a conclusão deve, necessariamente decorrer da combinação das duas premissas, que precisam ser evidentes por si mesmas.

• Os três princípios lógicos fundamentais:

o Princípio de identidade = Um ser é sempre idêntico a si mesmo.
( A é A) ou ( A = A).
o Princípio da não-contradição = É impossível que um ser seja e não seja idêntico a si mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação. (A é A e A não é A = impossível).

o Princípio do terceiro excluído = Dadas duas proposições com o mesmo sujeito e o mesmo predicado, sendo uma afirmativa e outra negativa, uma delas é necessariamente Verdadeira e a outra necessariamente Falsa, não havendo uma terceira possibilidade. ( A é A ou A não é A)

• Exemplos:

o Todos os gatos são animais.
o As aves são animais.
o Logo, todos os gatos são aves.


* Nenhum professor é bonzinho.
* Asdrúbal é professor.
* Logo, alguns professores são bonzinhos.

Resumos Filosofia 1º médio ETIP (1ºtrim 2013)


Aula 1. O que é Filosofia?

1. As evidências do cotidiano:

• Em nosso cotidiano fazemos muitas ações, estamos sempre agindo, nos comunicando, afirmando, negando, perguntando, avaliando,…

• Uma simples pergunta ou afirmação contém silenciosamente várias crenças não questionadas por nós, por exemplo:

• Que horas são? Que dia é hoje?
( acredito que o tempo existe e que pode ser medido).

• Vejo que o fogo sempre queima o papel.
( acredito em relações de causa e efeito, numa realidade causal).

• Chamo alguém de mentiroso.
( acredito que verdade é diferente de mentira e que a mentira é uma coisa ruim).

• Nossa vida cotidiana é toda feita de crenças silenciosas, da aceitação de evidências que nunca questionamos por que nos parecem naturais, óbvias.


2. A atitude filosófica: crítica e reflexão:

• Podemos substituir as questões anteriores por outras:

o O que é o tempo? Existe a eternidade?
o O que é causa? O que é efeito? Qual a relação entre causae efeito?
o O que é a verdade? O que é a mentira?
o Quais critérios usamos para decidirmos sobre a verdade?


• Alguém que tomasse essa decisão estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo, teria passado a investigar o que são as crenças e os sentimentos que alimentam silenciosamente, nossa existência, estaria começando a adotar uma atitude filosófica.

• Assim, uma primeira resposta à pergunta “O que é filosofia?” Poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos, jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido de modo sistemático, com rigor, coerência e lógica.

• Concluindo, ter uma atitude filosófica ou crítica é dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, é uma interrogação sobre o que são as coisas e o porquê de tudo.

Extraído de: Chauí, Marilena. Convite à filosofia, Ed. Ática, São Paulo, 1995.



Aula 2. Definições gerais de filosofia.


1. Visão de mundo = O conjunto de valores, ideias e práticas de uma sociedade ou de um grupo social.

• Problema: É uma definição genérica e ampla demais, confunde filosofia e cultura.

2. Sabedoria de vida = É o que algumas pessoas pensam sobre a vida moral, buscando uma vida justa e feliz.

• Problema: Esta definição diz vagamente o que se espera da filosofia, ou seja, o que entendemos como utilidade deste conhecimento para a vida.

3. Esforço racional para conceber o universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido = A Filosofia tem por objeto a “compreensão total do universo” através da razão, que é o nosso maior e mais poderoso dom, em oposição aos mitos e as religiões

• Problema: A própria filosofia já não admite ser possível um sistema único de explicação do mundo, uma única verdade.

4. Fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas = A partir desta definição podemos entender que a filosofia estuda: o conhecimento, os valores éticos, as causas e os erros das ideias, os conceitos, a consciência humana, a política, a ciência, a religião e a arte.


Entende-se a filosofia como análise, reflexão e crítica; ela é a busca do fundamento e do sentido da realidade em suas múltiplas formas. A filosofia não é ciência, não é religião e enm arte, mas é uma reflexão crítica sobre todas as coisas.


Aulas 3. Os mitos e o senso comum.

• A Filosofia nasceu de uma reformulação e de uma racionalização das antigas narrativas míticas, transformando-a numa nova explicação. A filosofia rompeu com a atitude de crença nos mitos, porém manteve a ideia de busca da verdade, de explicações sobre o mundo e os homens.

• Todos os povos possuem mitos: gregos, nórdicos, egípcios, árabes, chineses, indigenas brasileiros; os mitos podem ser entendidos como uma forma de compreensão do mundo pelo imaginário popular.

Mito = É uma forma e buscar explicações, geralmente sobrenaturais, de diversos aspectos da realidade, como por exemplo: a origem do mundo e dos povos, as causas dos fenômenos naturais, as soluções de problemas pessoais,…

Lenda = É uma narrativa fantasiosa na qual os fatos históricos são distorcidos, transformados pelo tempo e pela imaginação popular.

• Os mitos e a crença nos deuses e heróis ainda se fazem presentes atualmente, sob novos nomes e formas, mudando de função. Não são mais fonte de explicação da realidade e sim um aspecto específico da tradição cultural.

Obs: Ler textos da apostila 1, páginas 8 e 9.


• O Senso comum é a forma mais imediata de conhecermos a realidade que nos cerca. Fazem parte do senso comum as nossas certezas cotidianas, transmitidas de geração em geração e com a possibilidade de se tornarem uma crença religiosa, uma doutrina inquestionável.

• Como duvidar de coisas óbvias que vemos, ouvimos e percebemos todos os dias? Como duvidar da existência das cores, da família como uma organização natural ou da veracidade de frases como: “menino de rua é delinquente, onde há fumaça, há fogo, quem tudo quer, tudo perde.”?

• As principais características o senso comum são:

o É um saber imediato, baseado em observações ingênuas do real.
o É um saber subjetivo, carregado de valores e pontos e vista.
o É um saber heterogêneo, acumulando informações sem ordem.
o É um saber não-crítico, superficial e preconceituoso.

• Porém, apesar de características que inviabilizem o senso comum como verdade absoluta, deve-se notar sua importância para o processo de socialização, é através das ideias do senso comum que apreendemos o mundo à nossa volta, é ele que determina nossos hábitos culturais, nossos valores morais, religiosos e artísticos..

Obs: Ler textos da apostila 1, páginas 12 e 13.