sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Resumos Filosofia 2º médio ETIP (3ºtrim 2014)

Aula 1. Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.) – Vida e obra.

• Nasce na Macedônia, poderoso reino ao norte da Grécia.
• Ingressa na Academia platônica aos 17 anos, foi aluno de Platão por 20 anos, um dos mais brilhantes.
• Morte de Platão em 347 a.C., Aristóteles sai da Academia por discordar dos rumos que a escola estava tomando.
• Aos 41 anos torna-se preceptor do jovem Alexandre Magno, filho de Felipe II, coroado rei sete anos depois.
• Em 335 a.C. funda o Liceu em Atenas, o nome é uma homenagem ao deus Apolo.
• Produziu escritos de Lógica, Metafísica, Ética, Política e de várias outras áreas (economia, poética, física, história, matemática, biologia, psicologia,...)

O caráter sistemático e rigoroso de suas idéias o tornou a grande autoridade filosófica e científica dos medievais, ele era “o filósofo”, o construtor de uma teoria universal e permanente.


Aula 2. Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.) – Principais ideias.

• A realidade é uma só, as formas das coisas são imanentes, ou seja, estão dentro delas, fazem parte da sua natureza.
• A Substância é o ser, é a realidade permanente.

• Devir (fluxo):
Potência – Possibilidades reais. (ex: o mármore)

Ato – Realização de uma ou mais possibilidades. (ex: a estátua)

• A teoria das quatro causas:

o Material – A matéria física. Ex: a madeira/ os remédios.
o Formal – A idéia da forma. Ex: a forma da mesa/ o tratamento.
o Eficiente – O botão de“start” Ex: o marceneiro/ o médico.
o Final – A finalidade do ato. Ex: a utilidade/ a cura.

• A causa final de toda a realidade é o 1º motor. (se verificarmos a causa das coisas, e depois disso as causas destas causas e assim por diante, chegaremos até o infinito: a causa da causa da causa..... ; isto não é possível, logo deve haver uma primeira causa para tudo).

• O conhecimento para Aristóteles:

FORMAS SENSÍVEIS-----SENSAÇÃO-----MARCA-----MEMÓRIA,FANTASIA E EXPERIÊNCIA

O conhecimento sensível é base para o conhecimento inteligível.


Aula 3. Filosofia medieval: introdução e patrística.

• Durante o período medieval a filosofia sofre a influência direta do pensamento religioso, cristãos, judeus e árabes muçulmanos elaboram sistemas e doutrinas que buscam explicar as relações entre os homens e Deus, Jeová ou Alá.

A filosofia cristã

• Tem início com as epístolas de São Paulo e o evangelho de João, no século I.

• Objetivo: Conduzir a humanidade à compreensão da verdade revelada por Cristo, buscando seu autêntico significado.

• Divide-se em duas fases:
Patrística – Do século I ao século VII
Escolástica – Do século VIII ao século XIV

Patrística – Teve por finalidade organizar a doutrina cristã para garantir a unidade da comunidade de fiéis e defender o Cristianismo dos adversários pagãos.

• Principais nomes: Justino, Orígenes, Gregório de Nisa e Santo Agostinho.

• Grandes momentos históricos do Cristianismo:

o 313 – Edito de Milão – O imperador romano Constantino decreta liberdade de culto.
o 325 – Concílio de Nicéia – Reunião para discutir a natureza do pai e do filho.
o 381 – Concílio de Constantinopla I – Discussão sobre o Espírito santo.
o 391 – Edito de Tessalônica – O imperador Teodósio decreta o Cristianismo a religião oficial do Império romano.

• Os filósofos cristãos reconheciam nos maiores filósofos gregos os legítimos precursores do Cristianismo.

Que grande mudança ocorre na filosofia com o surgimento do Cristianismo?

o Com o Cristianismo a filosofia deixa de ser uma busca racional pela verdade, afinal já temos em mãos a verdade revelada, cabe à filosofia apenas entendê-la.


Aula 4. As traduções da Bíblia cristã.

• Bíblia, palavra grega que quer dizer “os livros”.

• O Antigo testamento ou biblia judaica começou a ser escrito por vários autores a partir do século VI a.C., durante o cativeiro dos hebreus na Babilônia, foi escrito em hebraico e aramaico.

• Por volta do século III a.C. foi feita uma tradução da bíblia para o grego, tarefa encomendada a 72 sábios em Alexandria, no Egito. Esta tradução ficou conhecida como “Septuaginta”.

• O novo testamento ou evangelho ( que em grego significa: boas novas) começou a ser escrito no século I da era cristã na antiga Palestina, então parte do Império romano. A primeira versão foi escrita em latim antigo, foi a “Vetus latina”, embora houvessem também textos em grego.

• A primeira grande organização sistemática dos textos bíblicos ocorreu com S. Jerônimo no século IV, ele leu, analisou e meditou sobre os textos anteriores e criou a tradução latina chamada “Vulgata”, aprovada pelo Sínodo de Hipona em 393. Foi considerada a versão oficial da Bíblia católica, passou por uma revisão na década de 70 e aprovada em 1979 pelo papa João Paulo II a “Nova vulgata”.


Aula 5. A Patrística medieval: Santo Agostinho (Numídia, 354 – 430).

• Aurélio Agostinho, professor de retórica em Cartago, converteu-se ao cristianismo aos 32 anos, tornando-se o bispo de Hipona e um dos maiores teólogos da Igreja Católica, suas principais obras foram: Confissões (400), Sobre a Trindade (422), A cidade de Deus (426).

• Agostinho cristianizou a filosofia de Platão, usando suas teorias para melhor explicar os dogmas da fé católica, ele racionalizou a fé cristã.

• O homem não tem razão para filosofar, exceto para atingir a felicidade, que é fruto da intuição e da fé. É necessário “compreender para crer e crer para compreender”, ou seja, a razão está a serviço da fé.

• Deus é a verdade, é o ser que ilumina a razão e lhe fornece a norma e a medida de todos os juízos. Esta ideia é a base da Teoria da iluminação.

• Questão: Se Deus é o autor de tudo e também do homem, daonde vem o mal?

• Resposta: A realidade do mal contradiz a bondade perfeita de Deus, tudo o que é, é o bem, mas as coisas e as pessoas se corrompem, perdem o seu ser, se afastam do bem. O mal é o nada, é a ausência total do bem.
• Suas ideias foram por muito tempo a doutrina fundamental da Igreja Católica, até hoje em dia, alguns setores da Igreja e algumas escolas seguem seus ensinamentos.


Aula 6. A Escolástica cristã.

• É o período em que a Igreja Romana dominava a Europa, coroava reis, organizava as cruzadas e criava as primeiras universidades.

Universidade de Bologna (Itália) em 1088,
Universidade de Paris (França) em 1170,
Universidade de Padova (Itália) em 1222,
Univ. de Napoli (1224), Siena (1242) e Pisa (1243), todas na Itália.
Univ. de Oxford (1249) e Cambridge (1284), ambas na Inglaterra.
Universidade de Coimbra (Portugal), em 1308.

• A origem e o desenvolvimento da Escolástica está intimamente ligada à atuação dos professores universitários de filosofia e de teologia, com eles ocorre a sistematização do ensino destas disciplinas. Este processo se desenvolvia com duas formas básicas de ensino:

o Lectio – Leitura e comentário de um texto consagrado.
o Disputatio – Debates acalorados sobre um tema específico, consistia no exame de todos os argumentos possíveis a favor e contra uma tese, eram verdadeiras disputas retóricas.

• O princípio de autoridade era o principal critério para definir se uma tese era verdadeira ou falsa. As principais autoridades eram:
o A Bíblia, Platão, Aristóteles, um Papa, um santo, os grandes teólogos da Igreja.
• Nomes:
* Cristãos: Abelardo, Santo Anselmo, São Tomás de Aquino,…
* Árabes: Avicena, Averróis, Al-Gazali,…
* Judeus: Maimônides, Bem-Levi, Ibn-Gebirol (ou Avicebron),…

• O problema central da Escolástica era conciliar Fé e razão, buscando a compreensão plena da verdade revelada, o que levaria os homens à salvação.


Aula 7. A Escolástica cristã: São Tomás de Aquino (Roccasecca, 1225-1274)

• Monge dominicano, doutor em Teologia e professor na Universidade de Paris, teve uma vida inteiramente dedicada à meditação e ao estudo, autor de vasta erudição, suas principais obras foram:
• Principais obras: Comentários sobre as sentenças (1253), O ente e a essência (1256), Súmula contra os gentios (1259), Questões sobre a alma (1264) e a Summa Theológica (1273).

• Tomás via na filosofia aristotélica um alimento intelectual superior e se esforçava para adaptá-la à revelação bíblica.

• A cristianização da filosofia aristotélica só veio a se tornar possível graças ao espírito analítico, à capacidade de ordenação metódica e à habilidade dialética de Tomás de Aquino, que ele aliava a um profundo sentimento da fé cristã.

• Deus é o puro ato de existir, é o ser pleno, a perfeição pura, criador de tudo o que existe.

• Segundo Aristóteles, o conhecimento humano começa com os sentidos, porém os sentidos não são suficientes para conhecer plenamente Deus, logo, é necessario demonstrar racionalmente sua existência.

• As provas da existência de Deus (as cinco vias para Deus):

1. A prova do movimento: Tudo o que se move é movido por outra coisa, e este por outra, e assim por diante. Mas, é impossível continuar até o infinito, logo, deve haver um primeiro motor, causa de todo o movimento, que é Deus.
2. A prova da causa: Na série de causas das coisas, uma é causa da outra, também não podemos chegar ao infinito, logo, deve haver algo que é causa de tudo: Deus.

3. A prova da necessidade: Todos os seres são contingentes, ou seja, não são necessários, podem ou não existir. Se nada é necessário, como explicar a existência de tudo? Logo, deve haver um ser necessário que criou tudo: Deus.

4. A prova dos graus de perfeição: As coisas e as pessoas são mais ou menos perfeitas, há graus de perfeição nos seres, deve haver um ser que contenha em si o grau máximo de perfeição: Deus.

5. A prova do sentido: As coisas naturais devem ter algum sentido, alguma ordem, nada existe por acaso, por acidente, logo deve haver alguma inteligência superior responsável pela ordem do mundo: Deus.

Aula 8. A Summa Theológica de Tomás de Aquino.

• Gigantesca obra teológica, levou 8 anos para ser escrita (de 1265 à 1273). Consta de 611 questões explicadas em mais de 3.400 artigos, todos seguindo a mesma estrutura lógica. Foi considerada a maior sistematização teológico-filosófica da Idade média.

• A obra tem a seguinte estrutura lógica:

1. Questão segundo o senso comum.
2. Argumentos a favor da questão.
3. Argumentos contrários.
4. Solução da questão.
5. Resposta às objeções.

• Summa Theológica – parte I – De Deus em si mesmo.

o Questão II – Se Deus existe.

• Artigo I – Se a existência de Deus é evidente.
Parece que a existência de Deus é evidente.

a) Temos alguns conhecimentos naturais, Deus é natural.
b) Ao inteligir o nome de Deus, se entende o que é Deus.
c) Se algo é verdadeiro, sua existência também o é.
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” (João:14,6)

Mas, em contrário: não se pode pensar o contrário do que é evidente, podemos pensar que Deus não exista, logo, não é evidente.

Solução: Aa frase “Deus existe” é evidente, pois o predicado se identifica com o sujeito; mas, como não sabemos exatamente o que é Deus, sua existência necessita ser demonstrada.

Resposta às objeções:
1. Deus é a felicidade do homem, e o que naturalmente se deseja, se conhece. Mas, esta relação não é válida, pois as pessoas tem visões diferentes do que seja a felicidade.
2. Quem ouve o nome de Deus não o identifica como o ser real, só podemos entender o significado de seu nome no intelecto. Se a existência de Deus fosse evidente, não existiriam ateus.
3. A existência da verdade é evidente por si, mas não é evidente para nós, pois cada um pode ter a sua verdade.

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