sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Resumos Filosofia 3º médio ETIP (3ºtrim 2014)

Aula 1. O Criticismo de Immanuel Kant (Alemanha, 1724 – 1804)

• Nasce e vive a vida inteira em Konigsberg, professor universitário de Lógica e de metafísica, não se casou nem teve filhos, era um homem extremamente metódico, um cérebro que passou a vida investigando o universo espiritual do homem, à procura de seus fundamentos últimos, necessários e universais.

• Principais obras: Prolegômenos a toda metafísica futura, Fundamentação da metafísica dos costumes, Crítica da razão pura, Crítica da razão prática, A religião dentro dos limites da razão,…

• Com sua postura crítica Kant faz uma verdadeira Revolução copernicana em filosofia, invertendo o sentido da pesquisa filosófica, o objetivo da filosofia passa a ser investigar a Razão humana, seus limites e possibilidades, buscando responder a questão: Até onde posso ir com a razão sem a experiência sensível? (a razão pura).

• Algumas de suas principais ideias:

o Não conhecemos a realidade fora de nossa mente ( a coisa-em-si), só conhecemos os fenômenos, ou seja as coisas para nós. Pois todo conhecimento começa com a sensibilidade, passando pelo “filtro” da razão humana.
o Tempo e espaço são as formas puras da sensibilidade, ou seja, são ferramentas mentais que existem sem a interferência dos sentidos. A intuição de tempo e espaço se dá a priori, antes da experiência sensível.
o Existem várias categorias do pensamento: causalidade, contradição, identidade, qualidade, quantidade, finalidade,…
o Juízos analíticos – São juízos que extraem algo já pertencente à ideia. Por exemplo, quando falamos de “triângulo”, já está implícito que é uma figura de três lados.
o Juízos sintéticos – São juízos que acrescentam algo novo à ideia. Por exemplo, quando falamos do “livro do Elio”, o fato de pertencer ao Elio não é deduzido da palavra livro, é uma informação nova. Podem ser “a posteriori”, depois da experiência sensível, ou “a priori”, antes da experiência sensível.
o Só é possível fazer ciência com “Juízos sintéticos a priori”, ou seja, juízos que acrescentam algo à ideia inicial antes da experiência sensível.


Aula 2. A Fenomenologia.

• Corrente de pensamento que surgiu no início do século XX, propõe o estudo dos fenômenos da consciência ( percepção, imaginação, memória,…)

• A realidade é apenas um dos modos como o objeto pode ser um dado à consciência . ( pode ser percebido, pensado, simbolizado, amado,…).

• Aa fenomenologia faz a análise da consciência na sua Intencionalidade, ou seja, consciência é sempre consciência DE… algo ou alguém. Nunca somos neutros, ao conhecermos algo, nosso ato de conhecer já está carregado de intenções (percepção, imaginação, memória, afeto,…).

• Principal nome: Edmund Husserl (Judeu tcheco, 1859 – 1938), Matemático e filósofo.

o Obras: Filosofia da aritmética, Investigações lógicas, Fenomenologia pura,…
o Propõe a epoché, ou seja, a suspensão do juízo sobre a realidade, buscando eliminar a intenção ou interesse, tornando o conhecimento puro, tornamo-nos expectadores desinteressados do real.

A realidade é o conjunto de fenômenos, fatos determinados pela consciência do sujeito, ou seja, nós construímos a realidade.

Aula 3. O Existencialismo.

• Corrente filosófica surgida na Europa durante a segunda guerra mundial, tem por objetivo estudar a existência humana, o modo de ser do homem no mundo, questionar o valor da vida e da dignidade.

• Nomes:
o S. Kierkegaard (Dinamarca, 1813 – 1855): “O conceito de angústia.”
o M. Heidegger (Alemanha, 1889 – 1976): “Ser e tempo”.
o M. Merleau-Ponty (França, 1908 – 1961): “Fenomenologia da percepção”.
o J. Paul Sartre (França, 1905 – 1980): ‘ O ser e o nada”.

• A relação apontada do existencialismo com a fenomenologia diz respeito ao modo de ser no mundo,. Que é repleto de intencionalidade.

• Principais ideias:
o O ser humano é finito.
o A vida humana é sempre problemática.(incerteza quanto às possibilidades).
o Realçe aos aspectos negativos e destrutivos das possibilidades existenciais dos homens no mundo. (morte, doença, sofrimento, fracasso, loucura,…)

Jean-Paul Sartre ( França, 1905 – 1980)

• Destaca a necessidade do ser humano de buscar um sentido para a própria existência.

• Nas coisas, a essência (ideia que explica) precede a existência. (Alguém pensou, teve a ideia de criar algo, só depois o objeto passa a existir).

• Nas pessoas a existência precede a essência. ( os homens existem, estão aí, para depois construirem sua essência, seu projeto existencial).

• O ser humano está condenado a ser livre. ( o exercício da liberdade gera uma angústia da existência, devido a responsabilidade das pessoas sobre a própria vida, e a incapacidade de escolher certo dentre as várias possibilidades).

Aula 4. A psicanálise de Freud. (I)

• Psicologia – Ciência que trata da personalidade, dos fenômenos psíquicos e do comportamento, ou seja, procura saber o que somos e por que agimos.

• Psicanálise – Método de tratamento das desordens mentais e emocionais que constituem a estrutura das neuroses e psicoses por meio de uma investigação psicológica profunda dos processos mentais. Foi criada por Sigmund Freud.

• Segundo Freud, o comportamento humano é motivado, muitas vezes, por motivos ocultos no inconsciente, a maioria das perturbações do comportamento se deve aos recalques da sexualidade reprimida desde a primeira infância.

Sigmund Freud (Áustria, 1856 – 1939)

• Médico austríaco, neuro-fisiólogo, psiquiatra, clinicava em Viena, começou tratando distúrbios nervosos com a sugestão hipnótica.

• Principais obras: “A interpretação dos sonhos”(1900), “ O ego e o id” (1923),...

Primeira teoria sobre a estrutura psíquica:

• Consciente – Conjunto de processos e fatos psíquicos de que temos consciência, ou seja, conhecimento imediato da sua própria atividade.

• Subconsciente – Conjunto de processos e fatos psíquicos que estão latentes no indivíduo, mas lhe influenciam a conduta, podem facilmente aflorar à consciência através da memória ou do desejo.

• Inconsciente – Conjunto de processos e fatos psíquicos que atuam sobre a conduta do indivíduo, mas escapam ao âmbito da consciência e não podem ser trazidos nem pela vontade, nem pela memória, surgindo, porém, nos sonhos e nos estados neuróticos.


Aula 5. A psicanálise de Freud. (II): a Estrutura da consciência.

• A consciência é a parte clara e lúcida de cada um de nós, segundo Freud possui três partes:
• ID ou inconsciente:
* Instintos, necessidades e impulsos básicos.
* É uma força que está fora do controle da vontade.
* É a parte mais antiga e mais profunda da consciência.
* Funções: Fazer agir os instintos e armazenar vivências reprimidas.
* É regido pelo princípio do prazer.

• Superego:
* Princípios morais, proibições, censura internalizadas.
* É a personalidade guiada por normas, leis e exigências.
* Tem como modelos os pais e a sociedade.
* Função: Reprimir os impulsos instintivos.
* É movido pelo princípio da moralidade.

• Ego:
* O consciente, a personalidade.
* Quem sou e o que faço no presente.
* Função: Ajustar o sujeito ao meio físico e social, preservando o ser.
* É movido pelo princípio da realidade.


• Do conflito constante ente o ID e o Superego surge o Ego, ou seja, a natureza humana é conflituosa, existe uma tensão constante entre os desejos individuais e as normas sociais.


Aula 6. Motivo, força que impulsiona os comportamentos.

• Todo comportamento tem uma causa, uma motivação psicológica, embora nem sempre conhecemos tão claramente os motivos de nossas ações.

• Entre as várias alternativas de atividades possíveis, a escolhida será aquela que corresponde ao impulso mais forte ou ao motivo dominante.

• Motivo é tudo que inicia, sustenta e dirige uma atividade, é basicamente um impulso cujas fontes básicas são as necessidades ou as tensões geradas pelo excesso de energia.

* NECESSIDADE-----DESEQUILÍBRIO-----TENSÕES-----IMPULSO-----OBJETIVO-----SATISFAÇÃO




• São as necessidade que geram os motivos, uma necessidade satisfeita não é mais elemento de motivação, temos necessidades fisiológicas, sociais, emocionais, intelectuais,...

• Incentivo – É tudo aquilo que serve para aumentar o impulso interno, fazendo o ciclo das motivações girar.

Barreiras:

o Internas – Falhas de caráter, falta de conhecimento ou de habilidade, bloqueios, insegurança.
o Externas – Falta de dinheiro, proibições sociais, impedimentos materiais.

• Quando surge alguma barreira que impede a concretização de nossos objetivos e de nossos desejos, reagimos de formas variadas criando mecanismos de defesa.

Mecanismos de defesa – São processos inconscientes, o Ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo desta forma o aparelho psíquico. Todos nós utilizamos estes mecanismos de defesa do Ego, deformamos a realidade para nos defendermos de perigos internos ou externos, reais ou imaginários.

• Reações às barreiras (Defesas):

o Agressividade – Tentar derrubar a barreira pela força física ou psicológica.
o Formação reativa – Adotar uma atitude oposta a um desejo intenso. Ex: exageros, superproteção,..
o Projeção – O indivíduo projeta algo de si no mundo, distorcendo sua visão. É de uso comum, por exemplo nas críticas aos outros.
o Racionalização – Construção de uma argumentação aceitável e convincente para justificar a deformação do real. Ex: argumentos morais, ideologias,...
o Recalque – Eliminação de uma parte da realidade,deforma o sentido do todo, é o mais radical dos mecanismos.Por exemplo quando entendemos uma proibição como permissão porque não ouvimos o “não”.
o Regressão – O indivíduo retorna as fases anteriores do seu desenvolvimento. Atitudes imaturas, infantis. Ex: escândalo ao ver uma barata.
o Resignação – Desistência, conformismo com a derrota, desativa a necessidade.
o Sublimação – Substituição da necessidade original por objetivos artísticos, religiosos ou ideológicos.


• A psicanálise freudiana derrubou a ilusão de uma consciência racional plena, questionou a verdade e a naturalidade de conceitos tradicionais, demonstrou a existência de uma parte irracional do psiquismo humano com força sobre a razão. A visão tradicional que temos da natureza humana caiu por terra, somos seres irracionais, conflituosos e inconscientes da própria natureza.

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