segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Resumos filosofia informática 3º médio (2º trim)

Aula 1. O pensamento político de Nicolau Maquiavel (1469-1527).

• Viveu intensamente os conflitos políticos de sua época, foi chanceler e embaixador de Florença numa Itália dividida em vários reinos e principados.

• Sua principal obra é “o príncipe” (1513-1516), que basicamente é um manual sobre como se deve governar as massas.

• Maquivel parte da política real de seu tempo, não da ideal.

• Críticas às ideias:
o Fundamento da política – Deus, a natureza ou a razão.
o Objetivos da política – O bem comum e a justiça.
o A boa política se faz com um príncipe virtuoso.

• Principais ideias:
o Não se pode contar com a boa vontade do homens, pois todos são egoístas e ambiciosos.
o A política é um fim em si mesmo.
o Se puder exerça o bem, mas deve-se saber usar o mal quando necessário.
o O objetivo da política é a tomada e a manutenção do Poder.
o A política é a lógica da força (virtú – virtude).
o “Os fins justificam os meios.” (finalidade principal: a estabilidade política).
o Maquiavel separa política de ética e direito.
o Sua filosofia expressa a realidade interna do poder.
o Governar é fazer acreditar.

Aula 2. A filosofia política de Thomas Hobbes (Inglaterra, 1588-1679)

• Formado em Oxford, esteve exilado na França durante a ditadura de Crownwell, conheceu Galileu, foi contemporâneo de Descartes e secretário de Francis Bacon.

• Sua principal obra: “O Leviatã”, publicada em 1651.

• Hobbes reuniu ideias do Racionalismo e do empirismo, partilhava do mecanicismo, rejeitando explicações metafísicas.

• Conceitos importantes:

1. Estado de natureza – Condição dos homens anterior á formação da sociedade civil.

2. Direito natural – É a liberdade que cada homem possui para usar seu próprio poder para a preservação de sua vida.

3. Estado – Homem artificial formado pela união de uma multidão em uma só pessoa, um soberano que representa a união das vontades da multidão.

• Teses de Hobbes:

1. Os homens são por natureza iguais, tem os mesmos desejos, procurando superar-se reciprocamente, tornando-se egoístas e violentos, capazes de qualquer coisa para conseguir seus objetivos.
2. No estado de natureza a vida humana é miserável, pois não há garantia nenhuma de sobrevivência e nem da satisfação dos desejos, é a guerra generalizada de todos contra todos. “O homem é o lobo do homem.”
3. A única maneira de garantir a vida humana e a satisfação pessoal é através da renúncia dos homens ao direito natural em favor de um poder suficientemente forte para garantir os pactos.
4. A sociabilidade humana não é natural, só é alcançada através de um pacto ou contrato em que a multidão confere força e poder absoluto a um soberano, com o objetivo de assegurar a paz e a prosperidade do grupo, formando assim o estado (o Leviatã – monstro bíblico).

• As teorias de Thomas Hobbes serviram de base para o Absolutismo europeu, muitos monarcas viram em suas ideias a justificativa racional para a centralização excessiva do poder em suas mãos.

Aula 3. As ideias políticas de John Locke (Inglaterra, 1632-1704)

• Viveu na Inglatera durante o conturbado século XVII, períiodo de governo da dinastia Stuart, neste período ocorre a guerra civil, o governo de Cronwell e a revolução gloriosa.

• Todo o século XVII ficou marcado pelos constantes conflitos entre a autoridade real e a autoridade do parlamento, além de conflitos religiosos entre católicos e protestantes.

• Principal problema político enfrentado por Locke = dar legitimidade às aspirações da burguesia ao poder político contra a influência da nobreza e do clero.

• Principais obras: Carta sobre a tolerância, os dois tratados sobre o governo civil e o ensaio sobre o entendimento humano.

• Conceitos:

1. Estado de natureza – Condição dos homens anterior á formação da sociedade civil, os homens nascem livres e iguais, todos tem o poder de punir os que forem contra o direito natural. ( este poder é necessário, pois os homens tendem a beneficiar a si mesmos e aos seus amigos e parentes).

2. Direito natural – Os homens tem naturalmente o direito a vida, a liberdade e a propriedade; estes bens necessários são válidos desde que sejam conseguidos através do trabalho, ou seja, o trabalho é a origem e o fundamento da propriedade.

3. Estado – Formado a partir de um contrato ( ou pacto) entre homens livres e iguais criando uma força coletiva para a execução das leis naturais.

• Para Locke as funções do Estado são:

1. Garantir o Direito natural, em especial a propriedade. ( esta ideia dá origem ao Liberalismo, nele o Estado deve respeitar a liberdade econômica dos proprietários).

2. Servir de árbitro dos conflitos da sociedade civil através da lei e da força.

3. Garantir a liberdade de consciência, ou seja, de pensamento, incluindo aí a tolerância religiosa.

• Esta teoria acaba por transformar o soberano no agente executor da soberania do povo, que tem o direito de se rebelar contra um eventual governo tirano.

• As ideias de Locke influenciaram os iluministas da Revolução francesa e os revolucionários norte-americanos que lutaram pela independência dos E.U.A.. Suas teses estão na base das democracias liberais.

Resumos filosofia informática 2º médio (2º trim)

Aulas 1. Sócrates de Atenas (470 – 399 a.C.).

• Filho de um escultor (Sofronisco) e de uma parteira (Fenarete). As ocupações dos pais tiveram influência na sua atividade filosófica.

• Viveu durante o “Século de Péricles”, idade de ouro de Atenas. Aonde a democracia era o regime político vigente. Com a democracia direta, a função dos oradores na Ágora era fundamental.

• A principal função da educação grega era preparar o indivíduo para a vida pública, tornando-o um cidadão capaz de discutir sobre as questões da cidade.

• Os Sofistas eram professores de eloquência, bem remunerados, que se propunham a ensinar aos jovens o uso correto e hábil da palavra, não se importando se o que se falava era ou não verdadeiro, o objetivo era aprender a convencer os outros com suas ideias.

• Um dos mais importantes sofistas foi Protágoras de Abdera, cujo lema era: “O homem é a medida de todas as coisas.” Ou seja, são os seres humanos que inventam as verdades, logo ela é totalmente relativa, os valores humanos passam a ser meras convenções sociais.

• Ciência e missão de Sócrates:

o Xenofonte, um grande amigo de Sócrates fez uma consulta ao Oráculo de Delfos, perguntando: Qual o homem mais sábio de toda a Grécia? A resposta do Oráculo foi: Sócrates é o mais sábio.
o Ao saber disso, Sócrates estranhou a resposta: como posso ser sábio se tudo o que sei é que nada sei?
o Decide então investigar os atenienses para compreender a fala do Oráculo, questiona as pessoas que se julgam sábias e com maestria incomum, derruba argumentos e falsas ideias, demonstrando que os outros também não sabiam de nada, pois eles supõem saber algo que não sabem.
o Com ironia, Sócrates mostra às pessoas que elas ignoram a verdade, isso gera ódios e rancores contra ele. Os jovens da época entusiasmavam-se com esta prática.
o Sócrates se considerava encarregado da missão de despertar os homens para o conhecimento de si mesmos, sua pesquisa buscava descobrir a essência das virtudes e dos valores morais, buscava a verdade do conhecimento.

• O método socrático:

o Sócrates acreditava que a filosofia se faz através do diálogo, ele utilizava um método bem específico de dirigir suas investigações, constava de dois passos:
o A Ironia – Com o objetivo de eliminar as falsas opiniões, acabando com a ilusão de sabedoria.
o A Maiêutica – Parto de ideias, construção de novas ideias pelo diálogo.


• O julgamento de Sócrates:

o Com o passar dos anos, a atividade socrática passou a incomodar pessoas importantes de Atenas, em 399 a.C. foi levado a julgamento sob a acusação de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses que a cidade acreditava.
o Durante o julgamento, narrado por Platão no texto: “a defesa de Sócrates”, o filósofo argumenta ao seu modo habitual, mas não consegue convencer a maioria da Assembléia e é condenado por uma margem pequena de votos.
o Condenado, é convidado a propor sua pena, ao que ele responde ser merecedor de prêmios e não de castigos, pois tornava os atenienses pessoas melhores.
o Sócrates foi condenado à morte por envenenamento com cicuta, aguardando a execução, ele se recusa a fugir, dizendo ser contra os seus princípios.


Aulas 2. Platão de Atenas (428 – 347 a.C.)

• Discípulo de Sócrates desde os 20 anos.

• Crítica à democracia ateniense após o julgamento de Sócrates.

• Escreveu 34 diálogos e 13 cartas, a maioria dos diálogos tem Sócrates como personagem principal.

• O conhecimento sensível é fonte de erro devido à natureza imperfeita, instável e corruptível da matéria.

• Os objetos e as ações humanas são limitados, não chegam a contemplar as ideias plenas e perfeitas.

• Platão divide a realidade em dois níveis:

1. O mundo sensível - material, cópia imperfeita

2. O mundo inteligível - Ou mundo das ideias, o reino das formas, o ser.

• Platão utiliza mitos e alegorias para demonstrar suas teorias, em seus diálogos três mitos são destacados:
o A alegoria da Linha dividida.
o O mito de Er, ou a teoria da reminiscência.
o O mito da caverna.

1. A alegoria da linha dividida:



2. O mito de Er, ou a teoria da reminiscência:

• Este mito, relatado no livro X da "República", conta a história de Er, um guerreiro que após morrer em batalha obteve permissão para voltar à vida, contando aos vivos o que se passava no além.
• Segundo ele, as almas passavam por um processo aonde poderiam escolher a vida que teriam na Terra, após a escolha, esta era gravada na alma, tornando-se assim o destino desta alma, após isso era necessário passar pelas águas do rio Lethe, para esquecer a escolha feita.
• Platão utiliza este mito para explicar nossa passagem pelo mundo das ideias e como não podemos fugir das consequências de nossas escolhas, devemos pois escolher sempre o bem.
• Como consequência disso, para Platão, conhecer é lembrar-se das ideias plenas e perfeitas que já contemplamos um dia, quando estivemos no mundo das ideias.

3. O mito da caverna:

• Um dos mitos mais conhecidos de Platão é o da caverna, segue abaixo um desenho com os elementos básicos do mito.












• Uma possível interpretação dos elementos:
o O cativo - somos nós, o senso comum.
o As sombras – a realidade física, aparente.
o O muro e os fantoches – a manipulação da realidade aparente.
o O fogo – a fonte artificial da realidade aparente.
o O mundo exterior – a verdadeira realidade, o mundo das ideias.
o O sol – é a ideia do bem, a fonte da verdade.
o O liberto – representa o filósofo, aquele que tem a coragem de olhar para outra direção, buscando a verdade e não se deixando guiar pelas sombras.

• O mito, ou alegoria da caverna representa o difícil caminho rumo ao conhecimento verdadeiro; libertar-se do mundo sensível e contemplar as ideias do mundo inteligível são as difíceis missões do filósofo, encarregado de ensinar essa tarefa aos homens.

Resumos filosofia Informática 1º médio (2º trim)

Aula 1. Ética e moral.

• Em nossa vida vivemos ou presenciamos certas situações que nos afetam profundamente, como por exemplo:

o Nos indignamos com atos injustos.
o Sentimos vergonha, remorso ou culpa por um ato impulsivo.
o Nos emocionamos com atos de sacrifício, de heroísmo ou de dignidade.
o Sentimos horror diante da violência extrema.

• Todos esses sentimentos exprimem nosso senso moral.

• Senso Moral: É um sentido interno do que seja bom ou mau, certo ou errado; todas as pessoas o possuem, independente de sua índole.

• Porém, existem situações que não apenas provocam sentimentos, mas exigem uma postura, uma decisão de nossa parte, como por exemplo:

o Uma pessoa querida está com uma doença incurável, vivendo por máquinas e sofrendo dores intoleráveis.
o Uma adolescente carente descobre que está grávida e não tem condições financeiras, físicas e nem emocionais para cuidar do filho.
o Um funcionário de uma grande empresa descobre que seu chefe, a pessoa que o contratou está roubando a firma, desviando dinheiro e cobrando propina dos fornecedores.

• A pergunta que se coloca nas três situações descritas acima é: o que fazer? Desligar ou não os aperelhos? (eutanásia) Fazer um aborto ou tentar criar o filho? Denunciar ou chantagear o funcionário corrupto?

• Situações como essas nos deixam em dúvida quanto a decisão a tomar, qual é a ação correta? Elas colocam à prova nossa consciência moral.

• Consciência moral: É a capacidade de agir de acordo com os princípios morais que adoramos, é a chamada “voz da consciência”.

• A partir disso podemos analisar melhor as definições formais de moral e ética.

• Moral: Conjunto de valores referentes ao bem e ao mal, ao certo e ao errado, válidos para todas as pessoas de uma comunidade, classe social ou um grupo de indivíduos.

• Ética: Pode ser entendida como uma reflexão cujo objetivo é discutir e interpretar o significado e a importância dos valores morais, sendo chamada de “filosofia moral”.



Aula 2. Os valores.

• Em toda comunicação que fazemos estamos sempre nos referindo a algo, esta referência ocorre na forma de juízos, que podem ser afirmativos, negativos, interrogativos ou imperativos.

• Juízos:

o De fato – Enuncia a constatação de algo.
(Ex: Alice é aluna do ETIP.)
o De valor – Enuncia o resultado de uma interpretação ou avaliação de algo.
(Ex: Alice é uma ótima aluna do ETIP.)

• Os valores expressam a maneira como nos relacionamos com o meio em que vivemos. “Dar valor é atribuir significados.”

• Valores:

o Relativos – Os valores são criações culturais, dependem da relação das
pessoas com o mundo.
o Absolutos – São únicos, não dependem de nenhuma condição, por exemplo:
O bem, o belo, a verdade, a justiça, a felicidade,…

OBS: Os valores citados acima podem ser considerados absolutos, o que é relativo é como cada um os interpreta, cada pessoa tem sua visão de felicidade, mas o desejo por ela é universal. O mesmo ocorre com os outros valores.

• Os valores determinam nossas escolhas, ou seja, valor é a atitude de não indiferença, é você se posicionar a favor ou contra algo, é não ficar em cima do muro, é decisão!


Aula 3. As virtudes morais.

• Virtude:
o Do grego areté – significando excelência.
o Do latim virtus – significando força.

• Sentido geral: Capacidade ou habilidade para fazer algo.
• Sentido moral: Disposição firme e constante para a prática do bem.

• Tipos de virtudes:
o Físicas – Força, resistência, agilidade,…
o Intelectuais – Memória, criatividade, raciocínio lógico,…
o Teológicas – Fé, esperança e caridade.
o Morais – Coragem, moderação, calma, orgulho, honestidade, generosidade, justiça,…

• O oposto da virtude é o vício, podemos pecar por falta ou por excesso. Por exemplo, a falta de coragem é a covardia, e o excesso de coragem é temeridade.

• A virtude da Justiça segundo Platão:

o Texto-base: “A República”, livro II, parágrafos 17 e 18.
o Tema - Qual é a natureza e a origem da Justiça?
o Explicado através do mito de anel de Giges, que conta a estória de Giges, o lídio que encontrou um anel da invisibilidade, com o poder do anel ele seduziu a rainha, matou o rei e se tornou o novo soberano.
o Platão usa este mito para explicar a tendência humana à prática da injustiça.

• A injustiça:
o Fazer sem punição é o maior bem.
o Sofrer sem reação é o maior mal.

• Segundo Platão, a origem das leis está no medo das pessoas de sofrer injustiças.

• Se dermos liberdade total de ação para o justo e para o injusto, os dois tentarão levar vantagem sobre os outros, pois essa é a natureza humana.

• Conclusão: Ninguém é justo por vontade própria, mas por obrigação.


Aula 4. As paixões humanas.

• O ser humano é:
o Um animal racional, sua essência é pensar.
o Um ser de desejo, sua essência é querer.

• Desejo:
o Impulso, energia, vibração.
o Inclinação poderosa que leva à ação, apetite sensível.
o Implica sempre na falta de algo.
o Satisfação das necessidades com prazer.
o Nasce da imaginação.
o Oferece à vontade os motivos para agir.

• Vontade:
o É o ato de querer.
o É uma ação voluntária, força de vontade.
o Apetite racional, exige deliberação, avaliação.
o Nasce da reflexão.
o Educa o desejo, direciona ações e finalidades.

• Tanto o desejo como a vontade são inclinações que levam à ação, mas enquanto o desejo busca saciar um apetite sensível, a vontade se refere a uma decisão racional.

• Desejo é paixão, vontade é decisão.

• PAIXÃO: Do grego pathos, significa: sofrer, suportar, deixar-se levar.

o Se refere aos fenômenos passivos da alma.
o O oposto da paixão é a apatia (ausência de sentimentos).
o Visão negativa – Fraqueza humana, perturbação da alma, algo que deve ser controlado.
o Visão positiva – Faz parte da natureza humana, motiva a ação, não se pode evitar ou negar, mas pode-se compreender.
o A paixão surge independentemente da nossa vontade, isto é, não podemos ter ou não ter paixão.
o É uma inclinação incontrolável, a Razão não tem forças para controlar as paixões.
o Segundo Spinoza, uma paixão só pode ser vencida por outra paixão mais forte.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Resumos Sociologia 3º médio ETIP (3º trim 2014)

Aula 1. Sociologia brasileira: Modernização e desenvolvimento.

• A reflexão sociológica no Brasil sempre se preocupou com a natureza, o sentido e os desdobramentos da modernização. Este tema teve um papel relevante, afinal o próprio processo histórico que deu origem ao Brasil estava impregnado por esse conceito.

• Costuma-se utilizar o ano de 1850 como um marco divisor para a modernidade brasileira, mas o que aconteceu neste ano para justificar esta afirmação?

• Brasil em 1850 – Monarquia parlamentarista com amplos poderes do imperador D. Pedro II, aproximadamente 9 milhões de habitantes, população eminentemente rural, produção agrícola, instalação das primeiras ferrovias e principalmente a extinção do tráfico negreiro pela Lei Eusébio de Queiroz.

• A extinção do tráfico foi um marco rumo a modernidade, pois permitiu ao país se livrar deste verdadeiro “fardo colonial”, símbolo do atraso. Foi o primeiro grande passo para a modernização do Brasil.

• Modernidade – Processo de mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais que ocorre em países da periferia do sistema capitalista, à medida em que esses países se direcionam para padrões mais complexos de organização social e política.

• As principais referências de modernidade desde o início do século XX são os E.U.A. e a Europa ocidental, sua forma de organização era o modelo ideal a ser seguido por qualquer país que se pretenda “moderno”. Conceitos como democracia, industrialização e urbanização passaram a ser sinônimos de modernidade.

• Existe no Brasil uma visão preconceituosa de que o progresso ou a modernidade só teve realmente início com a imigração européia.

• Segundo muitos sociólogos ocorreu no Brasil uma chamada “modernização conservadora”, houve um grande progresso econômico acompanhado de um atraso social, as antigas estruturas políticas e sociais do passado foram mantidas, persistindo mecanismos sociais de exclusão e políticas de dominação.

Aula 2. Os grandes sociólogos brasileiros.

• Euclides da Cunha (RJ, 1866 – 1908):

o Autor de “os sertões” (1902), livro que conta a história da Guerra de Canudos no sertão nordestino.
o Nesta obra, Euclides nos mostra a miséria e o isolamento da população nordestina.
o Faz um diagnóstico do subdesenvolvimento nacional, mostrando a existência de “dois Brasis”.
o Apesar do autor não ser um sociólogo acadêmico, sua obra serviu de base para muitos estudos sociológicos.

• Gilberto Freire (PE, 1900 – 1987):

o Autor de “Casa grande e senzala” (1933)
o Faz uma profunda análise das relações sociais entre os senhores de engenho e os escravos.
o Essa obra deu origem ao mito da democracia racial no Brasil.


• Florestan Fernandes (SP, 1920 – 1995):

o Professor de sociologia exilado durante o regime militar.
o Foi responsável pelo desenvolvimento da “Sociologia crítica” no Brasil.
o Nesta linha de pensamento não basta mostrar os problemas sociais, é necessário opinar, criticar, propor, sugerir.
o Principais obras: “Fundamentos empíricos da investigação sociológica”, “ A integração do negro na sociedade de classes.”, “ A revolução burguesa no Brasil.”

• Celso Furtado (PB, 1920 – 2004):

o Economista e professor de economia latino-americana na Sorbonne (França).
o Estudos sobre a economia brasileira desde o período colonial.
o Deu ênfase nas “relações de dependência”, segundo Furtado, o Brasil sofreu uma industrialização indireta, comandada pelos países ricos, gerando assim uma dependência.
o Principais obras: “Formação econômica do Brasil”, “Criatividade e dependência na civilização industrial”, “O capitalismo global”.

• Darci Ribeiro (MG, 1922 – 1997):

o Antropólogo, escritor e político exilado durante o regime militar.
o Seus principais temas de estudo foram a educação e os indígenas brasileiros.
o Questão-chave: a busca da identidade nacional, o que é “ser brasileiro”.
o Estudo crítico da miscigenação e das relações de poder.
o Obras: “Culturas e línguas indígenas do Brasil”, “Os brasileiros – teoria do Brasil”, “O povo brasileiro – a formação e o sentido do Brasil”.


Aula 3. A pesquisa sociológica.

• A construção do conhecimento científico se faz através das relações sociais e das experiências que se desenvolvem nos mais variados âmbitos da sociedade.

• Qualquer conhecimento que se pretenda científico não pode prescindir de um método específico que seja adequado ao seu objeto de estudo.

• As ciências sociais, incluindo a Sociologia também possui um método próprio, um olhar diferente da realidade; apesar de ser uma ciência teórica, ela vincula pensamento e ação, ou seja, nada pode ser visto como um problema intelectual se não tiver sido, primeiramente, um problema da vida prática.

• A pesquisa social é uma ferramenta preciosa para o exercício da Sociologia, pois permite ampliar o conhecimento sobre o próprio ambiente, descobrir novos instrumentos e novas técnicas, fornecendo diagnósticos e prognósticos para confirmar ou não tendências de comportamentos sociais.

• Algumas características importantes da pesquisa científica em sociologia:

o Deve necessariamente ter foco em um problema social real.
o Deve levar em conta os conceitos sociológicos clássicos na análise de fatos e problemas.
o Deve usar o método de pesquisa de campo para embasar suas observações.
o Não deve ter a ilusão de resolver o problema social, mas sim apontar caminhos, direções que sirvam de referência a outros pesquisadores.


Aula 4. Metodologia de pesquisa sociológica.

• Qualquer pesquisa de campo deve, necessariamente seguir um método, uma forma padrão de ação, uma maneira de sistematizar a atividade científica, seguindo os seguintes passos:


1. Escolha do Tema - É o assunto geral a ser tratado, tema genérico, por exemplo: a violência urbana, o preconceito racial, o consumismo, …
2. Formulação do problema - É a questão a ser resolvida dentro do tema, a pergunta principal que a pesquisa procura responder, por exemplo: Que fatores exercem mais influência no comportamento consumista?.
3. Construção de hipóteses – São explicações provisórias que servem para orientar a busca de informações, deixam de ser provisórias apenas quando confirmadas através de pesquisas. Por exemplo: “ a mídia televisiva é o principal fator motivador do comportamento consumista”.
4. Planejamento da pesquisa – Determinação do público-alvo, do tipo específico de pesquisa, elaboração dos questionários (abertos ou fechados) e dos critérios de avaliação. Por exemplo: Pesquisar frequentadores do Mc Donalds, fazer perguntas fechadas (sim ou não), buscando motivações de escolha.
5. Realização da coleta de dados – Pesquisa de campo , nesta fase é importante evitar emitir opiniões ou ajudar o entrevistado, deve-se adotar uma postura de neutralidade para não deformar o resultado.
6. Tabulação dos dados – Classificação das informações recebidas pelas pesquisas, geralmente feita com tabelas e gráficos.
7. Análise e interpretação dos dados – Após a tabulação, faz-se uma análise geral dos dados tendo em vista o problema central e as hipóteses, é o momento de buscar respostas.
8. Redação do relatório de pesquisa – Registro de todo o processo de pesquisa, explicitando a metodologia usada, os objetivos da pesquisa, o público-alvo, gráficos e tabelas e a conclusão que deve ser extraída dos dados analisados.


Aula 5. Pesquisas quantitativas e qualitativas.

• Para realizar uma pesquisa é fundamental conhecer e empregar uma metodologia adequada aos objetivos, esse caminho direciona a atividade; nas ciências sociais e em outras ciências há duas metodologias amplamente empregadas: a quantitativa e a qualitativa.

• Pesquisa quantitativa – É um estudo estatístico que se destina a descrever as características de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um problema específico.

• Este tipo de pesquisa visa confirmar se os dados mensuráveis obtidos numa amostra são estatisticamente válidos para o universo do qual a amostra foi retirada.

• Exemplos de pesquisas quantitativas:

o Mostrar o índice de crescimento da violência no país.
o Verificar a preferência musical dos jovens urbanos entre 13 e 17 anos.
o Demonstrar o grau de penetração social de uma determinada religião.

• Pesquisa qualitativa – Método empregado para entender a natureza de um fenômeno social, auxilia a compreender os aspectos subjetivos de indivíduos ou grupos.

• Este tipo de pesquisa visa compreender as causas e as motivações de determinados comportamentos sociais, em vez de perguntar o “quanto”, busca saber o “porquê”.

• Exemplos de pesquisas qualitativas:

o A preferência por estilos de automóveis de acordo com a personalidade do motorista.
o A percepção que os adultos têm dos jovens.
o O que leva algumas pessoas a fazerem trabalhos voluntários?

Resumos Sociologia 2º médio ETIP (3º trim 2014)

Aula 1. Análise do texto: “A cidade e seus medos.”

• Atualmente, um sentimento socialmente compartilhado em relação à vida urbana vem predominando, o medo, provocando insegurança.
• Esta insegurança refere-se principalmente à “violência urbana”, divulgada em massa pela imprensa, esses sentimentos dão uma relevância estrondosa ao crime, em especial ao crime organizado.
• Quando vivemos com medo, deixamos de utilizar a razão como parâmetro para medir e regrar nossas condutas.
• O senso comum entende o crime como o grande gerador da insegurança social.
• O combate ao crime tem por base a ideia de controle das “classes perigosas”; ideia esta que funciona como um mecanismo de estigmatização. Este combate se dá através de políticas repressivas e não integradoras, o que reforça o mito de que a pobreza produz crime, e os pobrers são potenciais criminosos.
• Essa percepção cria uma classificação espacial que discrimina bairros seguros e bairros perigosos, o “nós e eles”, sendo “eles” uma categoria inferior.

Trechos extraídos de:
Fonte: BERLATTO, Fábia, A cidade e seus medos. Gazeta do povo, Curitiba, 27 ago. 2009
Obs: Fábia Berlatto é cientista social e mestre em sociologia pela UFPR.


Aula 2. A sociologia da violência.

• Agressividade é diferente da violência, apesar de próximas, possuem características distintas. A agressividade nem sempre é necessariamente negativa, é uma resposta às influências do meio, porém pode servir de motivador para atitudes que preservem a integridade, a sobrevivência. Por exemplo: um time de futebol mais agressivo, que ataca mais o adversário costuma ter mais chances de vitória, essa agressividade pode se transformar em determinação.

• Violência: Uso intencional e abusivo da força física ou do poder de ameaça, intimidação verbal, injustiça, discriminação.

• A análise profunda do meio social é fundamental para se interpretar o comportamento humano.

• Com relação à violência existem certos “mitos” do senso comum, por exemplo que os meninos são naturalmente mais agressivos do que as meninas.

• Possíveis fatores geradores de violência:

Composição biológica – Predisposição natural para a violência.
Resistência a ordem estabelecida – A negação da autoridade constituída.
Multiplicidade cultural – Preconceitos raciais, culturais, de gênero,…
Desigualdades sociais – As diferenças econômicas gerando revolta.
Corrupção – Uso indevido dos recursos públicos.
Competitividade excessiva – Incentivando comportamentos agressivos, obsessivos.
Falta de segurança – Precariedade das políticas de segurança pública.
Crimes hediondos – Indignação popular contra crimes bárbaros.


Aula 3. Segregação social e espacial.

• A grandes cidades brasileiras, e algumas médias, vem passando por transformações significativas, uma das principais diz respeito às áreas de ocupação urbana.

• A ocupação urbana ocorre de forma que cada classe social tem um espaço próprio e adequado ao seu status, ou seja, as condições econômicas e sociais dos indivíduos os empurra para certas áreas da cidade, por exemplo as favelas para os moradores pobres e os condomínios fechados de luxo para os ricos.

• Podemos perceber nas grandes cidades um novo fenômeno social, a existência de Enclaves fortificados, cujas características são:

o Condomínios fechados, conjunto de escritórios, shopping centers,…
o São fortalezas quase fechadas ao mundo exterior.
o Existe um rígido controle de movimento, com entrada e trânsito restrito.
o Possuem normalmente regras de convivência vigiada.

• O atual modelo de ocupação urbana estabelece fronteiras entre grupos sociais, organizando as diferenças como desigualdade.

• Para os moradores destes enclaves, o espaço público passa a ser visto com suspeita, como motivo de insegurança, configurando uma verdadeira segregação social e espacial.


Aula 4. Controle social e disciplina.

• Controle social – Capacidade da sociedade de se autorregular, de controlar a si mesma mantendo a ordem, essa ordem social não é mantida apenas por policiais e juízes, mas sim por instituições, relações e processos variados.

• Escolas, empresas, igrejas, clubes, sindicatos, estas e outras organizações fazem parte de um grande sistema de controle social.

• No início do século XX, pesquisadores e sociólogos da Universidade de Chicago nos E.U.A. propuseram a criação de áreas de lazer, praças, parques vigiados para manter o controle social , diminuindo as taxas de criminalidade.

• Sociedade disciplinar – Segundo o filósofo francês Michel Foucault (1926 – 1984), sociedade disciplinar é aquela cujo sistema de controle social funciona por meio da combinação de técnicas de classificação, seleção, vigilância e controle sobre os indivíduos. Segue o princípio: dividir para governar, classificar para controlar.

• A prisão panóptica – Modelo arquitetônico de presídio desenhado pelo inglês J. Bentham, possui uma torre central que vigia constantemente a prisão radial em volta. Com esse modelo ocorre a inversão do princípio da masmorra, ou seja, em vez de esconder os criminosos, deixá-los a mostra, assim torna-se possível controlar cada movimento deles.

• Michel Foucault considera que a sociedade atual está vivendo sob o modelo panóptico, ou seja, passamos por vigilância constante através de câmeras, vigias e equipamentos restritivos, isso tudo é legitimado com o argumento da “promoção da segurança”. “Vamos controlar sua vida para a sua própria segurança.”


Aula 5. Ética e cidadania.

• Todos nós temos valores, costumes, condutas e crenças que direcionam nosso comportamento, e são as escolhas destes valores que nos identifica perante o mundo, nesse sentido cada um fala na “sua” religião, na “sua” ideologia, nos “seus” hábitos como se fossem exclusivos. O que geralmente passa despercebido para a maioria das pessoas é que esses valores , costumes e crenças são produtos do meio social, são construções sociais, as quais as pessoas escolhem aderir ou não.

• Atualmente ser ético é:
• Ser consciente de si e dos outros, reconhecendo a existência dos demais.
• Ser dotado de vontade para deliberar e decidir sobre sua participação social.
• Ser responsável, ou seja, reconhecer-se como o autor de seus atos.
• Ser livre, ou seja, procurar livrar-se da manipulação dos poderes externos a nós.

• Aparentemente ocorre uma oposição entre nossos valores individuais e os valores públicos ou sociais. Não conseguimos vislumbrar a importância dos valores sociais em nossa vida , mas percebemos porém que é necessário participar de algo, é fundamental exercitarmos a “Cidadania”.

• Cidadania – Capacidade de participar da vida e do governo da sociedade ou de um grupo social. Esta participação envolve a consciência de que temos direitos a exigir e deveres a cumprir, respeitando a igualdade de condições.

• A questão fundamental é: Como exercer a cidadania?

• As formas de participação mais óbvias são: votar nas eleições, ter documentos e pagar os impostos.

• Mas existem outras inúmeras formas, como por exemplo: trabalhar em uma empresa, estudar em uma escola, participar de reuniões de sindicatos e/ou de partidos políticos, frequentar áreas comuns de lazer, praticar um culto em uma igreja ou templo religioso, atuar em uma ONG,…


Aula 6. As ONGs e os direitos humanos.

• ONGs (Organizações não-governamentais) – Entidades, associações ou fundações sem fins lucrativos que procuram atender às necessidades sociais sem vínculo direto com o Estado. É dependente de doações, de trabalho voluntário e de parcerias com o setor privado e público.

• Terceiro setor – É outra maneira de se referir às ONGs, parte específica da economia distinta do primeiro setor (público, o Estado) e o segundo setor (privado, o mercado) também engloba associações, fundações, institutos de pesquisa, grupos sociais,…

• Principais áreas de atuação – Educação, direitos da mulher, crianças e adolescentes, direitos humanos, saúde, trabalho e renda, meio-ambiente, questões urbanas, arte e cultura, agrícolas, comunicação,…

• Exemplos: Greenpeace, Fundação SOS Mata Atlântica, WWF, Cruz vermelha internacional, médicos sem fronteiras, anistia internacional, MST, UDR, Instituto sou da paz, GAPA, AACD, UNICEF, Doutores da alegria, Associação brasileira de gays, lésbicas e transsexuais, institutos de defesa do consumidos,…


• Declaração universal dos direitos humanos.


• Documento assinado em 10/12/1948 pelos países participantes da Assembléia geral do ONU, surgiu como uma forma de evitar barbáries como as da segunda guerra mundial, seus artigos tratam dos direitos básicos que qualquer cidadão do mundo deve ter.

• Entre os direitos propostos pela declaração estão: direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais.

• Segue abaixo o último parágrafo da introdução e os quatro primeiros artigos do documento:


• "A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios estados-membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição."

Artigo 1.
Todas os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados
de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade.
Artigo 2.
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça,
cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou
social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um
território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer
outra limitação de soberania.
Artigo 3.
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4.
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos
serão proibidos em todas as suas formas.

• Ao lermos os princípios da declaração percebemos de imediato que paracem se referir a outro lugar, e não ao planeta Terra, pois vemos diariamente que estas bonitas palavras não são postas em prática. Serão estes princípios utópicos?

Embora não seja um documento com obrigatoriedade legal, serve como direcionamento, como um ideal a ser atingido, significa algo importante para motivar a luta pela plena execução de todos os direitos.Seus artigos influenciaram a elaboração de muitas constituições, e motivaram alguns governos a se comprometerem a adotar medidas para garantir o reconhecimento e o efetivo cumprimento dos direitos anunciados na Declaração.

Resumos Sociologia 1º médio ETIP (3º trim 2014)

Aula 1. Religião e religiosidade.

• Religião: É um sistema de crenças, doutrinas e rituais que são próprios de uma sociedade ou de um grupo social.

• A palavra “religião” vem do latim:
o Re – outra vez, de novo.
o ligare – ligar, unir.

• Ou seja, religião é reunir o que foi separado: o mundo profano e o mundo sagrado.

• Sagrado: É uma experiência da presença de algo sobrenatural, da diferença simbólica entre seres, opera o encantamento do mundo, envolve mistérios e sentimentos.

• Profano: É tudo o que não é sagrado.

• Elementos essenciais:

o Crença em níveis de existência superiores à vida material.
o Nesses níveis elevados se encontra a causa e o sentido da vida.
o Este mundo transcendente regula a vida pessoal e coletiva, organizando rituais.

• Finalidades da religião:

o Proteger os seres humanos contra o medo da natureza.
o Dar aos humanos um acesso à verdade do mundo, com explicações para a origem, forma e destino.
o Oferecer a esperança de vida após a morte.
o Oferecer consolo aos aflitos, dando-lhes uma explicação para as dores e males da vida.
o Garantir o respeito às normas, regras e valores da moral estabelecida pela sociedade. (mandamentos divinos).

Aula 2. As principais religiões do mundo e do Brasil.

• Religiões no mundo, em número de adeptos, dados de 2010 (World christian database).

1. Cristianismo---------------------------- 2.262 milhões ---- 32,3 %
2. Islamismo------------------------------- 1.552 milhões ---- 22,2 %
3. Hinduísmo-------------------------------  949 milhões ------ 13,6 %
4. Sem religião-----------------------------  813 milhões ------ 11,6 %
5. Budismo--------------------------------- 495 milhões -----  7,1 %
6. Religiões populares chinesas-------------  435 milhões ------  6,2 %
7. Animismo e xamanismo------------------- 243 milhões ---- 3,5 %
8. Ateísmo---------------------------------- 137 milhões -----  2,0 %
9. Novas religiões orientais----------------     63 milhões ----  0,9 %
10. Siquismo-------------------------------- 24 milhões -----  0,4 %
11. Judaísmo-------------------------------- 15 milhões -----   0,2 %
12. Crenças espíritas------------------------ 14 milhões -----   0,2 %


• As correntes do Cristianismo no mundo, nº de adeptos, dados de 2010 (World …).

1. Católicos apostólicos romanos------------- 1.168 milhões ---- 48,5 %
2. Cristãos independentes
(Pentecostais e neopentecostais)---------------- 427 milhões ---- 17,7 %
3. Protestantes históricos
( Luteranos, presbiterianos, batistas,…)-------- 417 milhões ---- 17,3 %
4. Cristãos ortodoxos orientais----------------- 275 milhões ---- 11,4 %
5. Igreja Anglicana------------------------------ 87 milhões ---- 3,6 %
6. Cristianismo de fronteira
(Mórmons, Testemunhas de Jeová)------------- 35 milhões ---- 1,5 %

• Religiões, igrejas e templos no Brasil, em número de adeptos.(Censo-2010.IBGE).

1. Igreja Católica--------------------------------- 123,28 milhões ---- 64,6 %
2. Sem religião------------------------------------- 15,34 milhões ---- 8,0 %
3. Assembleia de Deus (pentecostal)--------------- 12,31 milhões ---- 6,5 %
4. Espiritismo Kardecista---------------------------- 3,85 milhões ---- 2,0 %
5. Igreja Batista (protest. Histórico)-----------------  3,72 milhões ---- 1,9 %
6. Congregação cristã (pentecostal)------------------ 2,29 milhões ---- 1,2 %
7. Igreja Universal (neopentecostal)------------------ 1,87 milhões ---- 1,0 %
8. Igreja do evangelho quadrangular (pent.)-----------1,81 milhões ---- 0,9 %
9. Igreja Adventista (protest. Histórico)-------------   1,56 milhões ---- 0,8 %
10. Testemunhas de Jeová (Crist. de fronteira)--------1,39 milhões ---- 0,7 %

• O Brasil é um país predominantemente cristão (88,8 %), as pessoas que se declaram sem religião somam 8,0 % e as demais religiões não-cristãs somam 3,2 %.


Aula 3. O Cristianismo e suas vertentes.

• Igreja Católica Apostólica romana: É o maior e mais antigo ramo do cristianismo,
sua sede fica em Roma, no Vaticano, seu líder máximo é o papa.

• Protestantes históricos: Surgem a partir da Reforma de Lutero em 1517, questionavam as práticas e dogmas católicos, o maior foco é na leitura e entendimento da bíblia.
Principais igrejas: Luterana, Presbiteriana, Batista, Metodista e Adventista.

• Pentecostais: Surgem em 1906 nos E.U.A., crença nos poderes do espírito santo, como o de curar doenças, dizem viver uma experiência direta e pessoal com Deus.
o Principais igrejas: Assembleia de Deus, Congregação cristã, Deus é amor, Evangelho quadrangular, Avivamento bíblico, o Brasil para Cristo..

• Neopentecostais: Surgem na década de 70 nos E.U.A., dividem-se em cinco correntes, muitas delas defendem a Teologia da prosperidade, o sucesso e a felicidade devem ser alcançados nesta vida pela fé e por doações à igreja, pois os bens materiais são uma graça de Deus.
Principais igrejas: Igreja Universal do reino de Deus, Renascer em Cristo, Igreja Internacional da graça de Deus.

• Igreja Ortodoxa Cristã oriental: Nasce do Cisma do Oriente em 1054, que separou a parte cristã do leste europeu do domínio da igreja Católica, possui matriz cultural grega.

• Igreja Anglicana: Igreja oficial da Inglaterra, criada pelo rei Henrique VIII em 1534, surgiu para contestar a autoridade e o poder da Igreja Católica.

• Mórmons: Também conhecida como Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias. Surgiu nos E.U.A. ao final do século XIX com o profeta Joseph Smith Jr, propõe restaurar a pureza do cristianismo primitivo, possui uma bíblia própria: o livro dos mórmons, defendem a disciplina e valorizam a família.

• Testemunhas de Jeová: Surgem na Pensilvânia (E.U.A.) em 1870, fundado por Charles Russel através de um grupo de estudos independentes da bíblia, não concordam com a existência do inferno e nem com castigos eternos para os pecadores. Não há hierarquia entre seus membros.


Aula 4. As principais religiões não-cristãs e as crenças espíritas.

• Islamismo: É uma religião monoteísta baseada nos ensinamentos de Mohamed ou Maomé (570-632), seu livro sagrado é o Alcorão, pregam a onipotência do Alá, a bondade, a generosidade e a justiça. Todo fiel islâmico (ou muçulmano) possui 5 deveres: orar 5 vezes ao dia voltados para Meca, prestar caridade, jejuar no mês de Ramadã, tomar bano de purificação e peregrinar pelo menos uma vez na vida para Meca, a cidade sagrada aonde fica a Caaba. As principais divisões são os sunitas e os xiitas.

• Hinduísmo: Surge na Índia, a partir do século XV a.C., Seus textos sagrados são os Vedas, que contém o Dharma (a ordem universal revelada pelos deuses). Creem em um ciclo de reencarnações sucessivas para superar o carma e atingir o Nirvana. Os principais deuses são: Brahma, Vishnu e Shiva.

• Budismo: Criado na Índia pelo príncipe Sidarta Gautama, o Buda, por volta do século VI a.C. Prega as “4 nobres verdades”: 1. Tudo na vida é dor, 2. A origem da dor é o desejo, 3. O fim da dor é a eliminação do desejo, 4. O caminho para superar a dor é a correção nos pensamentos, nas palavras e nas ações. Seu líder espiritual é o Dalai Lama.

• Religiões populares chinesas: Conjunto de tradições religiosas milenares da China, inclui valores de várias religiões e mitologias. Culto politeísta cujo ser supremo é Shang’ti, possui divindades menores, cultos aos antepassados a homens deificados (Confúcio, Lao-tsé, Buda,..) e dragões.

• Espiritismo Kardecista: Doutrina codificada em 1857 pelo médium francês Allan Kardec (1804-1869), crença em sucessivas reencarnações até chegar a perfeição, na comunicação entre vivos e espíritos desencarnados. Prega a caridade e o amor ao próximo como meio de atingir a maturidade espiritual, no Brasil seu principal representante foi o médium Chico Xavier (1910-2002).

• Umbanda: Nasce no Rio de Janeiro no início do século XX, junta elementos africanos, indígenas, católicos e espíritas. Culto aos orixás, entidades que representam as forças da natureza e os sentimentos: Deus supremo Zambi ou Olorum, orixás: Oxalá, Oxóssi, Xangô, Ogum, Yemanjá, Oxum, Obaluayê,.. Recebem ensinamentos de caboclos, pretos-velhos, erês e exus.


Aula 5. A religião na sociedade moderna.

• Existe atualmente uma oposição entre religião e ciência, ocorrem debates que visam estabelecer qual das duas áreas apresenta explicações mais adequadas às situações da vida.
• Enquanto a ciência diz que não se pode comprovar cientificamente as “verdades da fé”, a religião afirma que a ciência não trouxe felicidade ao ser humano, danso o exemplo de guerras, violência, corrupção, epidemias,…

• Karl Marx (Alemanha, 1818-1883) destaca a importância da religião para os homens, diz que “a religião é o ópio do povo.”, ou seja, seria algo necessário para suportar as dificuldades terrenas, dando esperança de uma vida melhor.

• Max Weber (Alemanha, 1864-1920) identifica a religião como meio de explicar comportamentos, pois ela induz seus seguidores a deteminados atos. A religião é uma forma de organização que serve e base para outras atividades como política, economia, cultura, artes,…

• Podemos dizer que ocorre atualmente uma Secularização da sociedade, ou seja, um processo por meio do qual a religião perde influência sobre as diversas esferas da vida social.

• Quando falamos em Religião, pensamos em instituições com normas, hábitos, valores e rituais específicos.

• A Religiosidade é algo mais amplo, é uma vivência interior com o sagrado, é um sentimento que induz ao equilíbrio, a harmonia, a felicidade. É um sentimento que tem origem no medo da morte e no desejo de eliminar o sofrimento, é também um meio de socialização.

Resumos Filosofia 3º médio ETIP (3ºtrim 2014)

Aula 1. O Criticismo de Immanuel Kant (Alemanha, 1724 – 1804)

• Nasce e vive a vida inteira em Konigsberg, professor universitário de Lógica e de metafísica, não se casou nem teve filhos, era um homem extremamente metódico, um cérebro que passou a vida investigando o universo espiritual do homem, à procura de seus fundamentos últimos, necessários e universais.

• Principais obras: Prolegômenos a toda metafísica futura, Fundamentação da metafísica dos costumes, Crítica da razão pura, Crítica da razão prática, A religião dentro dos limites da razão,…

• Com sua postura crítica Kant faz uma verdadeira Revolução copernicana em filosofia, invertendo o sentido da pesquisa filosófica, o objetivo da filosofia passa a ser investigar a Razão humana, seus limites e possibilidades, buscando responder a questão: Até onde posso ir com a razão sem a experiência sensível? (a razão pura).

• Algumas de suas principais ideias:

o Não conhecemos a realidade fora de nossa mente ( a coisa-em-si), só conhecemos os fenômenos, ou seja as coisas para nós. Pois todo conhecimento começa com a sensibilidade, passando pelo “filtro” da razão humana.
o Tempo e espaço são as formas puras da sensibilidade, ou seja, são ferramentas mentais que existem sem a interferência dos sentidos. A intuição de tempo e espaço se dá a priori, antes da experiência sensível.
o Existem várias categorias do pensamento: causalidade, contradição, identidade, qualidade, quantidade, finalidade,…
o Juízos analíticos – São juízos que extraem algo já pertencente à ideia. Por exemplo, quando falamos de “triângulo”, já está implícito que é uma figura de três lados.
o Juízos sintéticos – São juízos que acrescentam algo novo à ideia. Por exemplo, quando falamos do “livro do Elio”, o fato de pertencer ao Elio não é deduzido da palavra livro, é uma informação nova. Podem ser “a posteriori”, depois da experiência sensível, ou “a priori”, antes da experiência sensível.
o Só é possível fazer ciência com “Juízos sintéticos a priori”, ou seja, juízos que acrescentam algo à ideia inicial antes da experiência sensível.


Aula 2. A Fenomenologia.

• Corrente de pensamento que surgiu no início do século XX, propõe o estudo dos fenômenos da consciência ( percepção, imaginação, memória,…)

• A realidade é apenas um dos modos como o objeto pode ser um dado à consciência . ( pode ser percebido, pensado, simbolizado, amado,…).

• Aa fenomenologia faz a análise da consciência na sua Intencionalidade, ou seja, consciência é sempre consciência DE… algo ou alguém. Nunca somos neutros, ao conhecermos algo, nosso ato de conhecer já está carregado de intenções (percepção, imaginação, memória, afeto,…).

• Principal nome: Edmund Husserl (Judeu tcheco, 1859 – 1938), Matemático e filósofo.

o Obras: Filosofia da aritmética, Investigações lógicas, Fenomenologia pura,…
o Propõe a epoché, ou seja, a suspensão do juízo sobre a realidade, buscando eliminar a intenção ou interesse, tornando o conhecimento puro, tornamo-nos expectadores desinteressados do real.

A realidade é o conjunto de fenômenos, fatos determinados pela consciência do sujeito, ou seja, nós construímos a realidade.

Aula 3. O Existencialismo.

• Corrente filosófica surgida na Europa durante a segunda guerra mundial, tem por objetivo estudar a existência humana, o modo de ser do homem no mundo, questionar o valor da vida e da dignidade.

• Nomes:
o S. Kierkegaard (Dinamarca, 1813 – 1855): “O conceito de angústia.”
o M. Heidegger (Alemanha, 1889 – 1976): “Ser e tempo”.
o M. Merleau-Ponty (França, 1908 – 1961): “Fenomenologia da percepção”.
o J. Paul Sartre (França, 1905 – 1980): ‘ O ser e o nada”.

• A relação apontada do existencialismo com a fenomenologia diz respeito ao modo de ser no mundo,. Que é repleto de intencionalidade.

• Principais ideias:
o O ser humano é finito.
o A vida humana é sempre problemática.(incerteza quanto às possibilidades).
o Realçe aos aspectos negativos e destrutivos das possibilidades existenciais dos homens no mundo. (morte, doença, sofrimento, fracasso, loucura,…)

Jean-Paul Sartre ( França, 1905 – 1980)

• Destaca a necessidade do ser humano de buscar um sentido para a própria existência.

• Nas coisas, a essência (ideia que explica) precede a existência. (Alguém pensou, teve a ideia de criar algo, só depois o objeto passa a existir).

• Nas pessoas a existência precede a essência. ( os homens existem, estão aí, para depois construirem sua essência, seu projeto existencial).

• O ser humano está condenado a ser livre. ( o exercício da liberdade gera uma angústia da existência, devido a responsabilidade das pessoas sobre a própria vida, e a incapacidade de escolher certo dentre as várias possibilidades).

Aula 4. A psicanálise de Freud. (I)

• Psicologia – Ciência que trata da personalidade, dos fenômenos psíquicos e do comportamento, ou seja, procura saber o que somos e por que agimos.

• Psicanálise – Método de tratamento das desordens mentais e emocionais que constituem a estrutura das neuroses e psicoses por meio de uma investigação psicológica profunda dos processos mentais. Foi criada por Sigmund Freud.

• Segundo Freud, o comportamento humano é motivado, muitas vezes, por motivos ocultos no inconsciente, a maioria das perturbações do comportamento se deve aos recalques da sexualidade reprimida desde a primeira infância.

Sigmund Freud (Áustria, 1856 – 1939)

• Médico austríaco, neuro-fisiólogo, psiquiatra, clinicava em Viena, começou tratando distúrbios nervosos com a sugestão hipnótica.

• Principais obras: “A interpretação dos sonhos”(1900), “ O ego e o id” (1923),...

Primeira teoria sobre a estrutura psíquica:

• Consciente – Conjunto de processos e fatos psíquicos de que temos consciência, ou seja, conhecimento imediato da sua própria atividade.

• Subconsciente – Conjunto de processos e fatos psíquicos que estão latentes no indivíduo, mas lhe influenciam a conduta, podem facilmente aflorar à consciência através da memória ou do desejo.

• Inconsciente – Conjunto de processos e fatos psíquicos que atuam sobre a conduta do indivíduo, mas escapam ao âmbito da consciência e não podem ser trazidos nem pela vontade, nem pela memória, surgindo, porém, nos sonhos e nos estados neuróticos.


Aula 5. A psicanálise de Freud. (II): a Estrutura da consciência.

• A consciência é a parte clara e lúcida de cada um de nós, segundo Freud possui três partes:
• ID ou inconsciente:
* Instintos, necessidades e impulsos básicos.
* É uma força que está fora do controle da vontade.
* É a parte mais antiga e mais profunda da consciência.
* Funções: Fazer agir os instintos e armazenar vivências reprimidas.
* É regido pelo princípio do prazer.

• Superego:
* Princípios morais, proibições, censura internalizadas.
* É a personalidade guiada por normas, leis e exigências.
* Tem como modelos os pais e a sociedade.
* Função: Reprimir os impulsos instintivos.
* É movido pelo princípio da moralidade.

• Ego:
* O consciente, a personalidade.
* Quem sou e o que faço no presente.
* Função: Ajustar o sujeito ao meio físico e social, preservando o ser.
* É movido pelo princípio da realidade.


• Do conflito constante ente o ID e o Superego surge o Ego, ou seja, a natureza humana é conflituosa, existe uma tensão constante entre os desejos individuais e as normas sociais.


Aula 6. Motivo, força que impulsiona os comportamentos.

• Todo comportamento tem uma causa, uma motivação psicológica, embora nem sempre conhecemos tão claramente os motivos de nossas ações.

• Entre as várias alternativas de atividades possíveis, a escolhida será aquela que corresponde ao impulso mais forte ou ao motivo dominante.

• Motivo é tudo que inicia, sustenta e dirige uma atividade, é basicamente um impulso cujas fontes básicas são as necessidades ou as tensões geradas pelo excesso de energia.

* NECESSIDADE-----DESEQUILÍBRIO-----TENSÕES-----IMPULSO-----OBJETIVO-----SATISFAÇÃO




• São as necessidade que geram os motivos, uma necessidade satisfeita não é mais elemento de motivação, temos necessidades fisiológicas, sociais, emocionais, intelectuais,...

• Incentivo – É tudo aquilo que serve para aumentar o impulso interno, fazendo o ciclo das motivações girar.

Barreiras:

o Internas – Falhas de caráter, falta de conhecimento ou de habilidade, bloqueios, insegurança.
o Externas – Falta de dinheiro, proibições sociais, impedimentos materiais.

• Quando surge alguma barreira que impede a concretização de nossos objetivos e de nossos desejos, reagimos de formas variadas criando mecanismos de defesa.

Mecanismos de defesa – São processos inconscientes, o Ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo desta forma o aparelho psíquico. Todos nós utilizamos estes mecanismos de defesa do Ego, deformamos a realidade para nos defendermos de perigos internos ou externos, reais ou imaginários.

• Reações às barreiras (Defesas):

o Agressividade – Tentar derrubar a barreira pela força física ou psicológica.
o Formação reativa – Adotar uma atitude oposta a um desejo intenso. Ex: exageros, superproteção,..
o Projeção – O indivíduo projeta algo de si no mundo, distorcendo sua visão. É de uso comum, por exemplo nas críticas aos outros.
o Racionalização – Construção de uma argumentação aceitável e convincente para justificar a deformação do real. Ex: argumentos morais, ideologias,...
o Recalque – Eliminação de uma parte da realidade,deforma o sentido do todo, é o mais radical dos mecanismos.Por exemplo quando entendemos uma proibição como permissão porque não ouvimos o “não”.
o Regressão – O indivíduo retorna as fases anteriores do seu desenvolvimento. Atitudes imaturas, infantis. Ex: escândalo ao ver uma barata.
o Resignação – Desistência, conformismo com a derrota, desativa a necessidade.
o Sublimação – Substituição da necessidade original por objetivos artísticos, religiosos ou ideológicos.


• A psicanálise freudiana derrubou a ilusão de uma consciência racional plena, questionou a verdade e a naturalidade de conceitos tradicionais, demonstrou a existência de uma parte irracional do psiquismo humano com força sobre a razão. A visão tradicional que temos da natureza humana caiu por terra, somos seres irracionais, conflituosos e inconscientes da própria natureza.

Resumos Filosofia 2º médio ETIP (3ºtrim 2014)

Aula 1. Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.) – Vida e obra.

• Nasce na Macedônia, poderoso reino ao norte da Grécia.
• Ingressa na Academia platônica aos 17 anos, foi aluno de Platão por 20 anos, um dos mais brilhantes.
• Morte de Platão em 347 a.C., Aristóteles sai da Academia por discordar dos rumos que a escola estava tomando.
• Aos 41 anos torna-se preceptor do jovem Alexandre Magno, filho de Felipe II, coroado rei sete anos depois.
• Em 335 a.C. funda o Liceu em Atenas, o nome é uma homenagem ao deus Apolo.
• Produziu escritos de Lógica, Metafísica, Ética, Política e de várias outras áreas (economia, poética, física, história, matemática, biologia, psicologia,...)

O caráter sistemático e rigoroso de suas idéias o tornou a grande autoridade filosófica e científica dos medievais, ele era “o filósofo”, o construtor de uma teoria universal e permanente.


Aula 2. Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.) – Principais ideias.

• A realidade é uma só, as formas das coisas são imanentes, ou seja, estão dentro delas, fazem parte da sua natureza.
• A Substância é o ser, é a realidade permanente.

• Devir (fluxo):
Potência – Possibilidades reais. (ex: o mármore)

Ato – Realização de uma ou mais possibilidades. (ex: a estátua)

• A teoria das quatro causas:

o Material – A matéria física. Ex: a madeira/ os remédios.
o Formal – A idéia da forma. Ex: a forma da mesa/ o tratamento.
o Eficiente – O botão de“start” Ex: o marceneiro/ o médico.
o Final – A finalidade do ato. Ex: a utilidade/ a cura.

• A causa final de toda a realidade é o 1º motor. (se verificarmos a causa das coisas, e depois disso as causas destas causas e assim por diante, chegaremos até o infinito: a causa da causa da causa..... ; isto não é possível, logo deve haver uma primeira causa para tudo).

• O conhecimento para Aristóteles:

FORMAS SENSÍVEIS-----SENSAÇÃO-----MARCA-----MEMÓRIA,FANTASIA E EXPERIÊNCIA

O conhecimento sensível é base para o conhecimento inteligível.


Aula 3. Filosofia medieval: introdução e patrística.

• Durante o período medieval a filosofia sofre a influência direta do pensamento religioso, cristãos, judeus e árabes muçulmanos elaboram sistemas e doutrinas que buscam explicar as relações entre os homens e Deus, Jeová ou Alá.

A filosofia cristã

• Tem início com as epístolas de São Paulo e o evangelho de João, no século I.

• Objetivo: Conduzir a humanidade à compreensão da verdade revelada por Cristo, buscando seu autêntico significado.

• Divide-se em duas fases:
Patrística – Do século I ao século VII
Escolástica – Do século VIII ao século XIV

Patrística – Teve por finalidade organizar a doutrina cristã para garantir a unidade da comunidade de fiéis e defender o Cristianismo dos adversários pagãos.

• Principais nomes: Justino, Orígenes, Gregório de Nisa e Santo Agostinho.

• Grandes momentos históricos do Cristianismo:

o 313 – Edito de Milão – O imperador romano Constantino decreta liberdade de culto.
o 325 – Concílio de Nicéia – Reunião para discutir a natureza do pai e do filho.
o 381 – Concílio de Constantinopla I – Discussão sobre o Espírito santo.
o 391 – Edito de Tessalônica – O imperador Teodósio decreta o Cristianismo a religião oficial do Império romano.

• Os filósofos cristãos reconheciam nos maiores filósofos gregos os legítimos precursores do Cristianismo.

Que grande mudança ocorre na filosofia com o surgimento do Cristianismo?

o Com o Cristianismo a filosofia deixa de ser uma busca racional pela verdade, afinal já temos em mãos a verdade revelada, cabe à filosofia apenas entendê-la.


Aula 4. As traduções da Bíblia cristã.

• Bíblia, palavra grega que quer dizer “os livros”.

• O Antigo testamento ou biblia judaica começou a ser escrito por vários autores a partir do século VI a.C., durante o cativeiro dos hebreus na Babilônia, foi escrito em hebraico e aramaico.

• Por volta do século III a.C. foi feita uma tradução da bíblia para o grego, tarefa encomendada a 72 sábios em Alexandria, no Egito. Esta tradução ficou conhecida como “Septuaginta”.

• O novo testamento ou evangelho ( que em grego significa: boas novas) começou a ser escrito no século I da era cristã na antiga Palestina, então parte do Império romano. A primeira versão foi escrita em latim antigo, foi a “Vetus latina”, embora houvessem também textos em grego.

• A primeira grande organização sistemática dos textos bíblicos ocorreu com S. Jerônimo no século IV, ele leu, analisou e meditou sobre os textos anteriores e criou a tradução latina chamada “Vulgata”, aprovada pelo Sínodo de Hipona em 393. Foi considerada a versão oficial da Bíblia católica, passou por uma revisão na década de 70 e aprovada em 1979 pelo papa João Paulo II a “Nova vulgata”.


Aula 5. A Patrística medieval: Santo Agostinho (Numídia, 354 – 430).

• Aurélio Agostinho, professor de retórica em Cartago, converteu-se ao cristianismo aos 32 anos, tornando-se o bispo de Hipona e um dos maiores teólogos da Igreja Católica, suas principais obras foram: Confissões (400), Sobre a Trindade (422), A cidade de Deus (426).

• Agostinho cristianizou a filosofia de Platão, usando suas teorias para melhor explicar os dogmas da fé católica, ele racionalizou a fé cristã.

• O homem não tem razão para filosofar, exceto para atingir a felicidade, que é fruto da intuição e da fé. É necessário “compreender para crer e crer para compreender”, ou seja, a razão está a serviço da fé.

• Deus é a verdade, é o ser que ilumina a razão e lhe fornece a norma e a medida de todos os juízos. Esta ideia é a base da Teoria da iluminação.

• Questão: Se Deus é o autor de tudo e também do homem, daonde vem o mal?

• Resposta: A realidade do mal contradiz a bondade perfeita de Deus, tudo o que é, é o bem, mas as coisas e as pessoas se corrompem, perdem o seu ser, se afastam do bem. O mal é o nada, é a ausência total do bem.
• Suas ideias foram por muito tempo a doutrina fundamental da Igreja Católica, até hoje em dia, alguns setores da Igreja e algumas escolas seguem seus ensinamentos.


Aula 6. A Escolástica cristã.

• É o período em que a Igreja Romana dominava a Europa, coroava reis, organizava as cruzadas e criava as primeiras universidades.

Universidade de Bologna (Itália) em 1088,
Universidade de Paris (França) em 1170,
Universidade de Padova (Itália) em 1222,
Univ. de Napoli (1224), Siena (1242) e Pisa (1243), todas na Itália.
Univ. de Oxford (1249) e Cambridge (1284), ambas na Inglaterra.
Universidade de Coimbra (Portugal), em 1308.

• A origem e o desenvolvimento da Escolástica está intimamente ligada à atuação dos professores universitários de filosofia e de teologia, com eles ocorre a sistematização do ensino destas disciplinas. Este processo se desenvolvia com duas formas básicas de ensino:

o Lectio – Leitura e comentário de um texto consagrado.
o Disputatio – Debates acalorados sobre um tema específico, consistia no exame de todos os argumentos possíveis a favor e contra uma tese, eram verdadeiras disputas retóricas.

• O princípio de autoridade era o principal critério para definir se uma tese era verdadeira ou falsa. As principais autoridades eram:
o A Bíblia, Platão, Aristóteles, um Papa, um santo, os grandes teólogos da Igreja.
• Nomes:
* Cristãos: Abelardo, Santo Anselmo, São Tomás de Aquino,…
* Árabes: Avicena, Averróis, Al-Gazali,…
* Judeus: Maimônides, Bem-Levi, Ibn-Gebirol (ou Avicebron),…

• O problema central da Escolástica era conciliar Fé e razão, buscando a compreensão plena da verdade revelada, o que levaria os homens à salvação.


Aula 7. A Escolástica cristã: São Tomás de Aquino (Roccasecca, 1225-1274)

• Monge dominicano, doutor em Teologia e professor na Universidade de Paris, teve uma vida inteiramente dedicada à meditação e ao estudo, autor de vasta erudição, suas principais obras foram:
• Principais obras: Comentários sobre as sentenças (1253), O ente e a essência (1256), Súmula contra os gentios (1259), Questões sobre a alma (1264) e a Summa Theológica (1273).

• Tomás via na filosofia aristotélica um alimento intelectual superior e se esforçava para adaptá-la à revelação bíblica.

• A cristianização da filosofia aristotélica só veio a se tornar possível graças ao espírito analítico, à capacidade de ordenação metódica e à habilidade dialética de Tomás de Aquino, que ele aliava a um profundo sentimento da fé cristã.

• Deus é o puro ato de existir, é o ser pleno, a perfeição pura, criador de tudo o que existe.

• Segundo Aristóteles, o conhecimento humano começa com os sentidos, porém os sentidos não são suficientes para conhecer plenamente Deus, logo, é necessario demonstrar racionalmente sua existência.

• As provas da existência de Deus (as cinco vias para Deus):

1. A prova do movimento: Tudo o que se move é movido por outra coisa, e este por outra, e assim por diante. Mas, é impossível continuar até o infinito, logo, deve haver um primeiro motor, causa de todo o movimento, que é Deus.
2. A prova da causa: Na série de causas das coisas, uma é causa da outra, também não podemos chegar ao infinito, logo, deve haver algo que é causa de tudo: Deus.

3. A prova da necessidade: Todos os seres são contingentes, ou seja, não são necessários, podem ou não existir. Se nada é necessário, como explicar a existência de tudo? Logo, deve haver um ser necessário que criou tudo: Deus.

4. A prova dos graus de perfeição: As coisas e as pessoas são mais ou menos perfeitas, há graus de perfeição nos seres, deve haver um ser que contenha em si o grau máximo de perfeição: Deus.

5. A prova do sentido: As coisas naturais devem ter algum sentido, alguma ordem, nada existe por acaso, por acidente, logo deve haver alguma inteligência superior responsável pela ordem do mundo: Deus.

Aula 8. A Summa Theológica de Tomás de Aquino.

• Gigantesca obra teológica, levou 8 anos para ser escrita (de 1265 à 1273). Consta de 611 questões explicadas em mais de 3.400 artigos, todos seguindo a mesma estrutura lógica. Foi considerada a maior sistematização teológico-filosófica da Idade média.

• A obra tem a seguinte estrutura lógica:

1. Questão segundo o senso comum.
2. Argumentos a favor da questão.
3. Argumentos contrários.
4. Solução da questão.
5. Resposta às objeções.

• Summa Theológica – parte I – De Deus em si mesmo.

o Questão II – Se Deus existe.

• Artigo I – Se a existência de Deus é evidente.
Parece que a existência de Deus é evidente.

a) Temos alguns conhecimentos naturais, Deus é natural.
b) Ao inteligir o nome de Deus, se entende o que é Deus.
c) Se algo é verdadeiro, sua existência também o é.
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” (João:14,6)

Mas, em contrário: não se pode pensar o contrário do que é evidente, podemos pensar que Deus não exista, logo, não é evidente.

Solução: Aa frase “Deus existe” é evidente, pois o predicado se identifica com o sujeito; mas, como não sabemos exatamente o que é Deus, sua existência necessita ser demonstrada.

Resposta às objeções:
1. Deus é a felicidade do homem, e o que naturalmente se deseja, se conhece. Mas, esta relação não é válida, pois as pessoas tem visões diferentes do que seja a felicidade.
2. Quem ouve o nome de Deus não o identifica como o ser real, só podemos entender o significado de seu nome no intelecto. Se a existência de Deus fosse evidente, não existiriam ateus.
3. A existência da verdade é evidente por si, mas não é evidente para nós, pois cada um pode ter a sua verdade.

Resumos Filosofia 1º médio ETIP (3º trim 2014)

Aula 1. O que é política? O que é poder?

• A palavra política vem do grego “ta polítika” e quer dizer originalmente negócios públicos dirigidos pelos cidadãos da pólis.

• Podemos definir política de três modos:

o Governo – Direção e administração do poder público sob a forma do Estado.

o Atividade especializada – Atividade de profissionais que se ocupam com o Estado, os ‘políticos’.

o Conduta na organização de uma instituição – Modo de administrar uma empresa, uma escola ou um grupo de pessoas. Nesse sentido podemos falar em uma política econômica, política estudantil, política sindical,…

A política foi inventada como o modo pelo qual os humanos regulam e ordenam seus interesses conflitantes, seus direitos e deveres enquanto seres que vivem em sociedade.

• A política determina as relações de poder.

• Os dois conceitos relacionados à política são: PODER e CONFLITO.

• A política não está desvinculada do cotidiano, não é uma atividade ‘a parte’ , ela está inserida em todas as relações sociais, seja na família, na escola, no trabalho, ou até mesmo em ambientes de lazer.

O Poder:

• Toda ação politica envolve poder, e toda circunstância em que o poder aparece é, de alguma forma, uma situação política, ou seja:

POLÍTICA = PODER

• O poder pode ser entendido basicamente como força para agir, esta força não precisa necessariamente ser física, pode ser psicológica, emocional, de caráter, …

• Qualquer meio que permita influenciar o comportamento de outra pessoa pode ser visto como poder. Por exemplo, alguns artistas tem o poder de arrastar multidões para assistirem seus shows, as propagandas tem o poder de induzir as pessoas a comprarem determinado produto.

• Quando falamos do poder público, ou seja, do governo, devemos ter em mente que o objetivo de qualquer atividade poítica deveria ser o bem comum, suas atitudes devem necessariamente visar o benefício das pessoas da comunidade governada. É aí que entra a ética, a responsabilidade no exercício do poder visando o bem comum.




Aula 2. As ideias políticas de Platão (Atenas, 428 – 347 a.C.)

• Platão foi discípulo de Sócrates desde os vinte anos de idade, possuía intensa admiração e respeito pelo mestre, considerando-o um dos homens mais sábios de toda a Grécia.

• Em 399 a.C. Sócrates foi julgado e condenado à morte pela assembleia ateniense com a acusação de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses.

• Platão, inconformado com a morte de seu mestre, faz severas críticas à Democracia de Atenas: como é possível que um sistema político condene a morte um de seus mais ilustres cidadãos?

• A atividade filosófica de Platão passa a ter um objetivo claro: Encontrar a comunidade perfeita, o sistema político ideal.

• Qual seria a base desta tal comunidade perfeita? A Justiça.

Justiça: Para Platão, é justo que cada parte da sociedade cumpra uma função adequada à natureza de cada um, ou seja, se a pessoa tem um dom específico, ou mesmo muita facilidade de atuar em certa área, é justo que ela use seus talentos naturais em benefício próprio e da sociedade.

• Problema = Como saber a natureza de cada um? Através da Educação.

• A educação platônica deveria atuar no sentido de descobrir e desenvolver os talentos naturais de cada um, conhecendo assim a predisposição natural das pessoas, classificando-as de acordo com este critério.

• Divisão social:
Classe produtora – os trabalhadores, agricultores, artesãos, …
Classe guerreira – os guardiões da cidade, os mais fortes.
Classe governante – Os melhores, os que se guiam pela razão.


Para Platão, somente o filósofo teria a disciplina moral e intelectual para governar, só ele teria acesso pleno à verdade, estando assim acima de qualquer lei, pois saberia distinguir as ideias corretas de justiça, bem, felicidade,… (Doutrina do rei-filósofo)

Fonte do poder = O conhecimento, a razão.


Aula 3. A política de Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.)

• Discípulo de Platão desde os dezessete anos, foi considerado seu aluno mais brilhante, divergiu das ideias platônicas criando seu próprio sistema filosófico.

• Aos 41 anos torna-se preceptor (professor) do jovem Alexandre, o grande, filho do rei Felipe II, esta proximidade com os círculos do poder em um grande reino tornou-se uma rica experiência para Aristóteles.

• A política deve ter por objetivo o Bem comum e a Justiça.

Justiça (ou excelência moral) – Disposição da alma para desejar e fazer o que é justo, bom e correto de forma habitual e voluntária, é o exercício da virtude moral perfeita.

• O Justo – Para Aristóteles a justiça pode ser aplicada de várias formas: distributiva, participativa e
Corretiva, de acordo com a ocasião que se apresente. Deve ser regido pelo princípio da proporcionalidade, ou seja, a justiça se coloca como uma proporção justa, adequada, um meio-termo.

• Exemplos:
o Distributiva – É justo uma pessoa receber um salário proporcional ao tempo, ao esforço e às necessidades materiais de sua família.

o Participativa – É justo que todos os grupos sociais participem das assembléias, das decisões políticas, os grupos maiores têm direito a uma maior participação nas votações.

o Corretiva – É justo punir um infrator de forma proporcional ao seu crime, restaurando ou compensando a perda da vítima.

• Segundo Aristóteles, “o homem é um animal político.”, devido à sua natureza racional e ao domínio da linguagem.

Fonte de poder – A virtude, a natureza virtuosa.


Aula 4. O pensamento político medieval.

• A política européia do período medieval foi marcada por uma forte influência da religião cristã e pela ascensão e domínio da Igreja Católica apostólica romana, detentora do poder teológico-político.

• A religião cristã é uma comunidade cujos membros formam o povo de Deus, que vive sob a Lei de Deus.

• Objetivo da política: O bem comum e a justiça, garantindo a salvação dos fiéis.

• Teoria do bom governo – Tem por base a idéia do rei-filósofo de Platão, o governante deve servir de exemplo para a comunidade, sendo um príncipe virtuoso. Nesta teoria, a justiça do reino depende das qualidades morais do governante. Exaltação das virtudes cristãs: fé, esperança e caridade.

• Teoria do direito divino dos reis – Os reis eram considerados representantes de Deus, se estão no poder é por que Deus assim o quis, logo, desobedecer ao rei equivale a pecar contra Deus.

• Principal questão política medieval: A oposição entre o poder espiritual, eterno (o papa) e o poder temporal, finito (o imperador).

• Se a fonte de poder é Deus, então os reis e imperadores devem obediência ao papa.

• Ex: o imenso poder do papa Gregório VII (1073-1085) em conflito com o imperador Henrique IV do Sacro império romano-germânico na chamada Questão das investiduras ( Quem deve nomear os padres e bispos em suas paróquias? O papa ou o rei?)

• Santo Agostinho (Numídia, 354 – 430).

• Professor de retórica em Cartago, converteu-se ao cristianismo aos 32 anos, tornando-se o Bispo de Hipona e um dos maiores teólogos da Igreja Católica, suas principais obras foram: “Sobre a Trindade”, “Confissões” e “A cidade de Deus”.

• Agostinho manteve os laços entre ética e política, concebendo o amor como fundamento da comunidade social perfeita, a Cidade de Deus, em oposição à busca dos prazeres terrenos da Cidade dos homens.

CIDADE DE DEUS CIDADE DOS HOMENS

Cidade perfeita---------------------------- Cidade imperfeita
Finalidade divina-------------------------- Finalidade terrena
Amor de Deus------------------------------- Amor de si
Desprezo de si----------------------------- Desprezo de Deus
A Igreja----------------------------------- Roma

• As duas cidades, de Deus e dos homens convivem lado a lado nas cidades terrenas, ou seja, se referem ao estado de espírito dos fiéis.


Aula 5. As ideias políticas de Tomás de Aquino ( Itália, 1225-1274).

• Monge dominicano, doutor em teologia, professor na Universidade de Paris.

• Há uma “Lei eterna” que governa todo o Universo. A “Lei natural” dos homens é um reflexo da lei eterna.

• Lei natural:
Tendência para o bem natural. (próprio e dos outros).

Tendência para os atos naturais. (comer, beber, dormir,…).

Tendência para atos racionais.


• A Lei natural é a primeira regra da razão.

• Objetivos da política:
* Ordem - O inferior deve sempre obedecer o superior.

* Justiça – Dar a cada um segundo suas necessidades e seus méritos.


• Só a ordem e a justiça podem garantir o Bem comum.

• Segundo Tomás a melhor forma e governo é a Monarquia, pois é a mais parecida com o governo do mundo.

• O governo civil deve se subordinar ao governo religioso, ou seja, o papa tem poder sobre os reis.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Resumos Sociologia 1º médio 2014 (2º trim)


Aulas 1/2. O que é cultura? Sentidos e conceitos.

Cultura: O conjunto acumulado de símbolos, ideias e produtos materiais associados a um sistema social, seja uma sociedade ou uma família.

• Cultura:
o Material – Tudo o que é produzido materialmente pelo ser humano.
o Imaterial – Símbolos, ideias, crenças, valores e normas.

• Cultura não é qualquer ideia ou atividade, é algo que transcende, vai além dos indivíduos.

• A origem da palavra cultura vem do latim cultus, que significa ao mesmo tempo, a cerimônia religiosa de homenagem a uma divindade e o cultivo da terra.

• Com o tempo, cultura passou a ser entendida como aquilo que se obtém com esforço, cuidado e determinação, cultivar passou a significar o aperfeiçoamento em relação a uma ação.

• A partir do Iluminismo dos séculos XVII/XVIII, a palavra cultura significava o cultivo abstrato de ideias, popularizando-se como o conjunto de princípios e conhecimentos que os homens são capazes de acumular.

• Nesse sentido, cultura passou a simbolizar status intelectual, desejo da ascendente burguesia, vide as grandes bibliotecas e coleções de obras de arte dos burgueses europeus.

• A expansão do nacionalismo europeu dos séculos XVIII/XIX contribuiu para mudar o sentido da palavra cultura, que passou a ser um conjunto de tradições e hábitos com os quais as pessoas se identificavam, nascia então a ideia de uma cultura nacional.

• Conceitos relacionados:

o Pluralismo cultural – Processo pelo qual culturas diferentes coexistem mantendo sua identidade. O Brasil é um grande exemplo disso.
o Aculturação – É quando uma cultura domina outra cultura mais fraca. Há inúmeros exemplos na história: o império romano, a expansão ibérica, os EUA,…
o Relativismo cultural – Cada cultura deve ser entendida em seus próprios termos, não sendo possível considerar uma cultura melhor ou pior do que a outra.
o Etnocentrismo – É uma visão de mundo na qual o nosso grupo social é considerado o centro de tudo, é o critério de julgamento dos outros. É a única cultura certa, boa, ideal. Podemos citar como exemplos igrejas, partidos políticos e clubes esportivos.

• Para um aprofundamento do tema ver Apostila 2, páginas 2 a 9.

Aula 3. Símbolos culturais.

• A análise sociológica dos seres humanos enfrenta um dilema: conciliar a unidade biológica com a diversidade cultural.
• Para entendermos melhor essa característica é preciso analisarmos as formas de comunicação baseadas na distinção conceitual entre sinais e símbolos.

• Comunicação através de:

o SINAIS – Orgânica, inata, geneticamente transmitida, fixas. Os animais se comunicam desta forma.
o SÍMBOLOS – Adquirido culturalmente com a socialização, convenção social, é variável, depende das características culturais do grupo.

• A oposição entre sinais e símbolos não é total nem absoluta, o homem produz cultura e é produzido por ela. Nós também usamos sinais para nos comunicar, por exemplo: o choro de um bebê é um sinal de que algo o incomoda, porém a resposta da mãe ao choro é algo cultural, depende das convenções sociais do local aonde mora.


• NATURAL -------------------------------------- CULTURAL
(convivência, interação social)



Aula 4. Cultura brasileira: diversidade e conflitos.

• Quando se fala de cultura no Brasil costuma-se levantar uma importante questão: Existe uma cultura dominante ou genuinamente brasileira?

• Algumas características fundamentais da sociedade atual:

o Urbana, industrial e capitalista.
o Divisão social e especialização do trabalho.
o Hierarquização social.
o Relações de poder, de domínio.

• O senso comum e até mesmo as ciências sociais fazem uma distinção entre cultura erudita e cultura popular.
o Cultura Erudita – De elite, mais refinada, de bom gosto, melhor, especial.
o Cultura Popular – De massa, mais rústica, de mau gosto, pior, vulgar.

• Essa classificação aplicada à cultura brasileira pode ser entendida de modo diverso, invertendo os valores:
o Cultura Erudita – Artificial, decadente, restrita.
o Cultura Popular – Autêntica, nacional, ampla, pura.

• Há nesse caso uma uniformização indevida, pois não existe apenas uma única cultura popular, em um mesmo universo social coexistem várias culturas.

• Porém, mesmo nesse ambiente cultural múltiplo, existe algo que uniformiza, torna tudo homogêneo: a Publicidade, com isso tudo tem mais ou menos o mesmo valor, o valor de mercado.

• Quando falamos de uma cultura nacional brasileira, estamos usando referências de valor das classes dominantes. Ao analisarmos a história cultural do Brasil podemos perceber o quanto a afirmação acima é válida.

• Houveram várias tentativas de criar uma unidade cultural, uma “etnia” brasileira, todas elas partiram das classes detentoras do poder, um dos exemplos mais claros foi no início do século XX, com a Política de branqueamento da população, posta em prática com incentivos à imigração européia e japonesa, buscando um “perfil racial” que fosse mais próximo dos países considerados modernos, desenvolvidos, os EUA e os europeus ocidentais.

• Um dos grandes desafios da sociologia brasileira foi a construção simbólica da identidade cultural brasileira, quem somos nós? O que é ser brasileiro? São algumas questões que os sociólogos buscam responder.



Aulas 5/6. Análise de ambientes culturais: a família.

• Modelo tradicional de família: pai, mãe e filhos.

• Aspectos importantes para a manutenção da família tradicional: fidelidade, exclusividade, garantia de propriedade.

• Podemos conceber a instituição familiar como:

o Organização natural – Se é algo natural, então qualquer forma diferente da tradicional é “anti-natural”, ou seja, errado.

o Determinação divina – A família é obra de Deus: “o que Deus uniu o homem não separa.” Qualquer forma diferente pode ser considerado ‘pecado”.

o Produto histórico-cultural – A família não é natural, nem divina, mas algo construído culturalmente, cada sociedade adota aquilo que é conveniente para sua cultura.

Funções da família:
Transmissão dos padrões culturais vigentes.

Desenvolvimento físico, psíquico e social.

Absorção e manutenção de valores ideológicos.(*)

Influências sobre as famílias:
Fatores econômicos. Ex: a mulher no mercado de trabalho.

Meios de comunicação de massa. Ex: exposição constante na mídia.

Instituições educacionais. Ex: aprendizagem cada vez mais precoce.


• Segundo o psicanalista francês Jacques Lacan (Paris, 1901 – 1981), a família preside os processos fundamentais do desenvolvimento psíquico através de três mecanismos básicos.

• A 1ª educação:
Os pais são os modelos de comportamento.

Os adultos tem poder sobre as crianças. (Autoridade).

Dependência física e psicológica quase total.

• Aquisição da linguagem:
Ferramenta imprescindível.

Possibilita a compreensão da realidade.

Ao nascer, a mãe é o mundo.

• A repressão do desejo:
Tempo de espera para a satisfação dos desejos.

Limites impostos pela realidade, lidar com as frustrações.

Repressão dos impulsos agressivos e eróticos.

Aulas 7/8. Análise de ambientes culturais: a escola.

• Instituição social que faz a mediação entre o indivíduo e a sociedade. Com a educação a criança se humaniza, se socializa, aumentando assim sua autonomia.

• Evolução da escola:

Antiguidade – O meio social educa, aprende-se fazendo.
Idade média – Escola para as elites, religião e poder
Idade moderna – Ainda elitistas, porém mais técnicas.
Revolução industrial – Universalização do ensino, preparo para o trabalho.
Atualmente - Preparação visando suprir as necessidades sociais.


• Principais problemas:

• O abismo entre a escola e o meio social.

o Ao buscar a proteção das crianças e dos jovens contra os perigos sociais, a escola substitui a realidade social por uma realidade escolar fechada, criando um distanciamento do cotidiano.
o Com este modelo, a escola forma uma pessoa passiva perante o seu meio social, que não sabe aplicar os conhecimentos aprendidos para entender e atuar no mundo.


• A discutível utilidade do saber escolar.

o Segundo as teorias pedagógicas, o lugar social que o indivíduo ocupará na sociedade depende do grau de cultura que adquirir, atestando o saber através de diplomas, que se tornam passaportes para a vida social.
o O grau de cultura adquirido pela pessoa depende do lugar social ocupado por sua família, depende de sua classe sócio-econômica.
o Em muitos casos há um problema metodológico significativo: algumas escolas ensinam as respostas sem que se tenha feito perguntas, não há o estímulo para os alunos aprenderem a perguntar. Saber é perguntar e conhecer respostas.


• Como preparar os alunos para a vida real?

o A escola acredita que ao ensinar a cultura acumulada pela humanidade, conseguirá desenvolver nos alunos o que neles há de melhor.
o A escola cria indivíduos à imagem e semelhança dos valores sociais dominantes.
o A família ficou apenas com a formação moral de seus filhos, a escola vem substituindo as famílias na orientação para a vida sexual, profissional, social.
o As regras e normas não podem ser ensinadas como verdades absolutas, mas como “acordos sociais” para melhorar nossas relações.
o As rotinas escolares, as atividades e os conteúdos apresentados estão distantes da vida cotidiana dos alunos, que não vêem na escola qualquer utilidade para seu desenvolvimento.
o Apenas o discurso da sociedade e a exigência do diploma na hora de obter um emprego melhor lhes dão a certeza de que é preciso insistir.
o A vida escolar deve estar articulada com a vida social, é preciso injetar realidade na escola.
o Ignorar as diferenças é trabalhar para aprofundá-las.
o Valores básicos na sociedade capitalista como liberdade individual, autonomia, criatividade e capacidade de tomar decisões exigirão da escola uma abertura em seu conservadorismo e autoritarismo.
o Nem todos os conhecimentos escolares têm aplicação imediata, são úteis porque desenvolvem a possibilidade de reflexão e aumentam nossa compreensão sobre a realidade que nos cerca, que deve ser a finalidade principal da escola.