terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Resumos Filosofia 3º médio ETIP 2014 (1ºtrim)

Aula 1. Introdução à Metafísica.

• A metafísica é a investigação filosófica que gira em torno da pergunta “O que é?” Este “é” possui dois sentidos:
o O que existe? ( se refere à existência da realidade, o que é real).
o Qual é a essência do que existe? ( se refere a natureza própria de algo).

• A Metafísica surgiu na Grécia antiga, significa: meta(após, depois de) physika (a parte física, a natureza).

• Os primeiros filósofos buscavam uma explicação racional para a origem do mundo ordenado, o Cosmos; a filosofia nasce como uma cosmologia, tendo por objetivo a busca do princípio que causa e ordena tudo o que existe na natureza (Physis).

• A Metafísica, ou filosofia primeira (segundo Aristóteles) é o estudo da essência das coisas, ou do ser real e verdadeiro das coisas, daquilo que elas são em si mesmas apesar da aparência que possam ter e das mudanças que possam sofrer.

• Neste sentido, as primeiras questões filosóficas dos gregos foram:
o Porque os seres nascem e morrem?
o Porque tudo muda?
o Porque o que parece uno se multiplica?
o Porque as coisas se tornam opostas ao que eram?
o Porque nada permanece idêntico a si mesmo?

• Conceitos metafísicos fundamentais:

o O Ser = Aquilo que é, a realidade absoluta.
o O Não-ser = O que não é, o nada, aquilo que não existe.
o Devir = O fluxo perpétuo de mudanças constantes.
o Essência = A natureza própria de algo, aquilo sem o qual a coisa não é, a ideia que explica.
o Existência = O modo e ser real, aquilo que existe de fato, perceptível.
o Arché = Princípio material responsável pela geração e corrupção do seres e de suas qualidades.


Aula 2. A Metafísica de Parmênides de Eléia (530 – 460 a.C.).

• Filósofo pré-socrático da escola eleática, viveu ao sul da península itálica.

• Sua obra: “Sobre a Natureza” (Peri physeos), dividida em duas partes:

o Parte 1 – O caminho da verdade (o ser).
o Parte 2 – O caminho da opinião ( o não-ser).

• Sua afirmação fundamental é: “O ser é, o não-ser não é”.


• Parmênides parte da ideia de que a realidade física é percebida por nós como uma eterna oposição entre dois pólos, entre pares de opostos: bem/mal, vida/morte, calor/frio, amor/ódio, luz/trevas, justiça/injustiça,…

• A única realidade é o Ser, o que é, o não-ser é ilusão, aparência, só o ser existe. Nesse caso, o mal não existe, seria apenas uma palavra que usamos para indicar a ausência do bem; a morte, a ausência da vida; as trevas, a ausência da luz; o ódio, ausência do amor, O não-ser não tem existência real (morte, mal, frio, ódio, trevas,…)

• Então o que é o Ser? Quais as suas características?

o É uno e não pode ser múltiplo. (só é ele mesmo e não pode ser os outros).
o É eterno, infinito. (não pode ter começo, nem fim, senão teria limites).
o É imutável (não pode mudar, senão tornar-se-ia o não ser).

• Mas, esta concepção encontra um problema: Se a realidade é uma só, como é possível vermos, ouvirmos e sentirmos as coisas opostas na natureza?

• Parmênides explica isto através da distinção entre pensar e perceber:

o Perceber – Percebemos a multiplicidade da natureza pelos sentidos. (aparência).
o Pensar – Pensamos o Ser, a identidade, a unidade. (o ser, a essência).

• Só podemos alcançar o Ser através do pensamento e não dos sentidos. O ser verdadeiro é o ser necessário (é e não pode não ser).

• Parmênides formulou pela primeira vez com absoluto rigor lógico os princípios fundamentais da futura Metafísica. Foi o precursor de Lógica aristotélica ao estabelecer o princípio da não-contradição (é impossível algo ser e não-ser ao mesmo tempo).


Aula 3. A Metafísica de Heráclito de Éfeso (540 – 470 a.C.).

• Filósofo pré-socrático da escola Jônica, viveu na Jônia (atual litoral oeste da Turquia).

• Sua obra: “Sobre a Natureza” (Peri physeos), texto difícil, conhecido como “o obscuro”.

• Sua afirmação fundamental é: “Em rio não se pode entrar duas vezes no mesmo.” (pois as águas que tocam seu corpo já não são as mesmas da primeira vez).

• O sentido desta frase é: tudo é devir, tudo flui, o existir é um perpétuo mudar.

• Heráclito estabeleceu a existência de uma lei universal, fixa (o logos, razão) que rege/ordena o devir (fluxo eterno). O elemento responsável pelas transformações é o fogo.

• A realidade é composta pela luta eterna entre os opostos, a ação do logos garante a harmonia dos contrários. “A luta é a regra do mundo e a guerra é comum geradora e senhora de todas as coisas.”

• Só o devir eterno é real, os opostos são estados transitórios deste fluxo de mudanças contínuas.

• Heráclito explica a harmonia através da analogia com a tensão (unidade) do arco e da lira.


Aula 4. Metafísica: análise das essências segundo Aristóteles.

Segundo Aristóteles, a realidade é composta de vários tipos de seres, cada um com sua essência específica.

1. Essência do seres físicos ou naturais – São matéria em ato, existentes; ocupam lugar no espaço, estão sempre em transformação dentro do ciclo do Devir, ou seja, são finitos.

2. Essência dos seres humanos – São seres vivos racionais com corpo físico, dotados de vontade e de linguagem abstrata, tem alma.

3. Essência dos seres matemáticos – Não tem existência material, são formas das coisas naturais, não se transformam e nem desaparecem, são infinitos.

4. Essência de um ser perfeito – Eterno, imutável, superior a tudo o que existe, o ser divino, chamamos de Deus. Para Aristóteles, o primeiro motor imóvel do mundo é a realidade primeira e suprema.


Aula 5. Teoria do conhecimento.

• Área da Filosofia que estuda a questão do conhecimento humano, logo, suas principais questões são:

1. Como ocorre o processo do conhecimento?
2. Qual o alcance e os limites do conhecimento humano?
3. Como garantir que um conhecimento é verdadeiro?

• O processo do conhecimento ocorre na Relação entre Sujeito e Objeto.


FONTES E FORMAS DO CONHECIMENTO =

• SENSAÇÃO (Matéria dos sentidos: imagens, sons, cores,…).
• PERCEPÇÃO (Organiza as sensações e forma representações).
• IMAGINAÇÃO (Estabelece relações entre imagens).
• MEMÓRIA (Permite o acesso às percepções passadas).
• LINGUAGEM ( Forma de expressão das ideias).
• RACIOCÍNIO ( Atos intelectuais ligados, operações mentais).
• INTUIÇÃO ( Compreensão global e instantânea de algo).

CONHECIMENTO:
SENSÍVEL --- Experiência --- Aparência --- Certeza
(empírico)

INTELECTUAL --- Razão --- Essência --- Verdade
(inteligível)


Aula 6. Epistemologia moderna.

• A Epistemologia, que é o desenvolvimento da antiga Teoria do conhecimento, investiga os limites, as possibilidades, as origens e os tipos de conhecimento, porém, seu
maior objeto é o conhecimento especializado e metódico que chamamos de Ciência.

MÉTODO:

o Tem origem grega, significa “seguir um caminho”.
o Constitui o conjunto de procedimentos necessários para orientar determinada atividade ou pesquisa.
o Exemplos: método dedutivo, método experimental, método indutivista,…

TEORIAS CIENTÍFICAS:

• Com o método, o cientista procura conhecer Leis universais que expliquem certos fenômenos particulares, o encadeamento dessas leis e de fatos faz surgir as Teorias científicas.

Como se elabora uma teoria científica:

• Primeiramente, o cientista seleciona um FATO, visto como um PROBLEMA a ser resolvido. Com a OBSERVAÇÃO dos fatos criam-se HIPÓTESES, que devem guiar as EXPERIÊNCIAS, essas experiências devem comprovar ou não as hipóteses, com resultados positivos, o cientista extrai LEIS necessárias, que ao serem encadeadas formam as TEORIAS científicas.

O que é uma teoria científica?

• É um sistema ordenado e coerente de proposições ou enunciados baseados em um pequeno nº de princípios, cuja finalidade é descrever, explicar e prever do modo mais completo possível um conjunto de fenômenos, oferecendo suas leis necessárias.

• Podemos citar como exemplos: a teoria da evolução, a teoria do Big bang ou a teoria da relatividade de Einstein.

A ciência do século XVII:

• O desenvolvimento científico do século XVII foi fundamental para a construção da ciência moderna, pois os pressupostos ali colocados serviram de base para tudo o que foi feito a partir daí.

• Pressupostos:
o Matematização da natureza – Explicação de eventos naturais através das relações matemáticas existentes.
o Adoção do método experimental – Não confiar apenas nas teorias, mas fazer experimentos que as comprovem.
o Pensamento mecanicista – O Universo é considerado uma grande máquina, aonde todos os seus elementos estão conectados.
o Novos objetivos - Aa ciência passa a ter como objetivo ampliar o poder dos homens sobre a Natureza.

• A partir do século XVII há uma mudança radical de postura intelectual, com a adoção dos pressupostos citados, o homem passa a ter poder sobre a Natureza, fabricando novas verdades.


Aula 7. A oposição entre o Racionalismo e o Empirismo.

• A partir do século XVII, duas grandes correntes de pensamento surgiram para explicar o que é ciência, como se faz ciência e quais critérios devem ser utilizados para se garantir que um conhecimento científico seja válido, verdadeiro.

O RACIONALISMO:

• Doutrina filosófica inaugurada pelo francês René Descartes (1596-1658), faz do sujeito do conhecimento o fundamento de toda a verdade.
• A Razão é a luz natural inata que permite o acesso à verdade.
• A verdade é uma característica das ideias e não das coisas.
• A frase considerada símbolo do Racionalismo é o cogito cartesiano: “Penso, logo existo.” ( a primeira verdade é a minha existência enquanto um ser pensante).

• AS IDEIAS INATAS:
• Descartes defende a existência de “ideias inatas”, que por serem puras (livres dos sentidos) só podem existir porque já nascemos com elas.
• Exemplos: Infinito, tempo, espaço, Deus, relações matemáticas,.. (intuições intelectuais).

O EMPIRISMO:

• Doutrina filosófica que encontra o seu auge nos séculos XVII e XVIII na Inglaterra com Francis Bacon, John Locke e David Hume.
• A Razão, a verdade e as ideias são adquiridas por nós através da experiência sensível, antes da experiência, nossa mente é como uma “folha em branco”.

• A ORIGEM DAS IDEIAS:
• As sensações formam a percepção, a associação das percepções formam as ideias.
• Temos o hábito de fazer associações; para Hume a razão é o hábito de associar ideias.

PROBLEMAS:

• Do Racionalismo: Se as ideias são inatas, porque mudam? (A razão muda e prova que certas ideias são falsas.)

• Do Empirismo: Se as ciências são apenas hábitos, não possuem objetividade (verdade?), o conhecimento empírico é uma ilusão. (Impossibilidade do conhecimento objetivo da realidade).

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