segunda-feira, 26 de maio de 2014

Resumos Filosofia 2º médio 2014 (2º trim)


Aula 1. Os filósofos pré-socráticos.

• Segundo os historiadores, a filosofia começou na Grécia no início do século VI a.C., nas colônias gregas da Ásia menor (atual Turquia), Tales de Mileto foi considerado o primeiro filósofo.

• A filosofia nasceu como uma Cosmologia, ou seja, com o conhecimento racional da ordem do mundo ou da natureza.

• A pesquisa filosófica na Grécia antiga se fazia através de “escolas”, que nada mais eram do que grupos de pensadores que compartilhavam ideias, dúvidas e costumes, em um verdadeiro centro de investigações.

• As cinco mais importantes escolas filosóficas da antiguidades eram:

1. Escola Jônica:

o Tales de Mileto – A água é a origem e a matriz de todas as coisas, tudo é um.
o Anaximandro – A substância primordial é o Ápeiron (infinito, indefinido), lei universal de justiça.
o Anaxímenes – O ar é o que move o mundo, transformações das coisas por condensação e rarefação.
o Heráclito de Éfeso – O mundo é um eterno devir, o fluso eterno de mudanças contínuas.

2. Escola Eleática:

o Parmênides de Eléia – O ser é, o não ser não é; distinção entre verdade e aparência.
o Zenão de Eléia – Nega a multiplicidade e o movimento, argumentos do absurdo, infinita divisibilidade.
o Melisso de Samos– O ser é infinito, incorpóreo e imutável, ele nega a experiência sensível.

3. Escola Itálica ou Pitagórica:

o Pitágoras de Samos – A substância das coisas é o número, a ordem é a perfeição.
o Filolau de Crotona – A forma geométrica das partículas determina a diversidade dos elementos.

4. Os físicos da pluralidade:

o Empédocles de Agrigento – O princípio do real é múltiplo, os quatro elementos, o amor une, o ódio separa, amor e ódio são forças cósmicas.
o Anaxágoras de Clazômenas – Há um princípio inteligível que é a causa da ordem do mundo, tudo é formado por partículas elementares (sementes).


5. Os atomistas:

o Leucipo de Mileto – O real é composto pela união e separação dos átomos, regida por uma razão necessária.
o Demócrito de Abdera – O ser é pleno, o não-ser é vazio, defende a ética e a felicidade, o respeito por si.


Aulas 2/3. Sócrates de Atenas (470 – 399 a.C.).

• Filho de um escultor (Sofronisco) e de uma parteira (Fenarete). As ocupações dos pais tiveram influência na sua atividade filosófica.

• Viveu durante o “Século de Péricles”, idade de ouro de Atenas. Aonde a democracia era o regime político vigente. Com a democracia direta, a função dos oradores na Ágora era fundamental.

• A principal função da educação grega era preparar o indivíduo para a vida pública, tornando-o um cidadão capaz de discutir sobre as questões da cidade.

• Os Sofistas eram professores de eloquência, bem remunerados, que se propunham a ensinar aos jovens o uso correto e hábil da palavra, não se importando se o que se falava era ou não verdadeiro, o objetivo era aprender a convencer os outros com suas ideias.

• Um dos mais importantes sofistas foi Protágoras de Abdera, cujo lema era: “O homem é a medida de todas as coisas.” Ou seja, são os seres humanos que inventam as verdades, logo ela é totalmente relativa, os valores humanos passam a ser meras convenções sociais.

• Ciência e missão de Sócrates:

o Xenofonte, um grande amigo de Sócrates fez uma consulta ao Oráculo de Delfos, perguntando: Qual o homem mais sábio de toda a Grécia? A resposta do Oráculo foi: Sócrates é o mais sábio.
o Ao saber disso, Sócrates estranhou a resposta: como posso ser sábio se tudo o que sei é que nada sei?
o Decide então investigar os atenienses para compreender a fala do Oráculo, questiona as pessoas que se julgam sábias e com maestria incomum, derruba argumentos e falsas ideias, demonstrando que os outros também não sabiam de nada, pois eles supõem saber algo que não sabem.
o Com ironia, Sócrates mostra às pessoas que elas ignoram a verdade, isso gera ódios e rancores contra ele. Os jovens da época entusiasmavam-se com esta prática.
o Sócrates se considerava encarregado da missão de despertar os homens para o conhecimento de si mesmos, sua pesquisa buscava descobrir a essência das virtudes e dos valores morais, buscava a verdade do conhecimento.

• O método socrático:

o Sócrates acreditava que a filosofia se faz através do diálogo, ele utilizava um método bem específico de dirigir suas investigações, constava de dois passos:
o A Ironia – Com o objetivo de eliminar as falsas opiniões, acabando com a ilusão de sabedoria.
o A Maiêutica – Parto de ideias, construção de novas ideias pelo diálogo.


• O julgamento de Sócrates:

o Com o passar dos anos, a atividade socrática passou a incomodar pessoas importantes de Atenas, em 399 a.C. foi levado a julgamento sob a acusação de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses que a cidade acreditava.
o Durante o julgamento, narrado por Platão no texto: “a defesa de Sócrates”, o filósofo argumenta ao seu modo habitual, mas não consegue convencer a maioria da Assembléia e é condenado por uma margem pequena de votos.
o Condenado, é convidado a propor sua pena, ao que ele responde ser merecedor de prêmios e não de castigos, pois tornava os atenienses pessoas melhores.
o Sócrates foi condenado à morte por envenenamento com cicuta, aguardando a execução, ele se recusa a fugir, dizendo ser contra os seus princípios.


Aulas 4/5. Platão de Atenas (428 – 347 a.C.)

• Discípulo de Sócrates desde os 20 anos.

• Crítica à democracia ateniense após o julgamento de Sócrates.

• Escreveu 34 diálogos e 13 cartas, a maioria dos diálogos tem Sócrates como personagem principal.

• O conhecimento sensível é fonte de erro devido à natureza imperfeita, instável e corruptível da matéria.

• Os objetos e as ações humanas são limitados, não chegam a contemplar as ideias plenas e perfeitas.

Platão divide a realidade em dois níveis:

1. O mundo sensível - material, cópia imperfeita

2. O mundo inteligível - Ou mundo das ideias, o reino das formas, o ser.

• Platão utiliza mitos e alegorias para demonstrar suas teorias, em seus diálogos três mitos são destacados:
o A alegoria da Linha dividida.
o O mito de Er, ou a teoria da reminiscência.
o O mito da caverna.

1. A alegoria da linha dividida:



2. O mito de Er, ou a teoria da reminiscência:

• Este mito, relatado no livro X da "República", conta a história de Er, um guerreiro que após morrer em batalha obteve permissão para voltar à vida, contando aos vivos o que se passava no além.
• Segundo ele, as almas passavam por um processo aonde poderiam escolher a vida que teriam na Terra, após a escolha, esta era gravada na alma, tornando-se assim o destino desta alma, após isso era necessário passar pelas águas do rio Lethe, para esquecer a escolha feita.
• Platão utiliza este mito para explicar nossa passagem pelo mundo das ideias e como não podemos fugir das consequências de nossas escolhas, devemos pois escolher sempre o bem.
• Como consequência disso, para Platão, conhecer é lembrar-se das ideias plenas e perfeitas que já contemplamos um dia, quando estivemos no mundo das ideias.

3. O mito da caverna:

• Um dos mitos mais conhecidos de Platão é o da caverna, segue abaixo um desenho com os elementos básicos do mito.












• Uma possível interpretação dos elementos:
o O cativo - somos nós, o senso comum.
o As sombras – a realidade física, aparente.
o O muro e os fantoches – a manipulação da realidade aparente.
o O fogo – a fonte artificial da realidade aparente.
o O mundo exterior – a verdadeira realidade, o mundo das ideias.
o O sol – é a ideia do bem, a fonte da verdade.
o O liberto – representa o filósofo, aquele que tem a coragem de olhar para outra direção, buscando a verdade e não se deixando guiar pelas sombras.

• O mito, ou alegoria da caverna representa o difícil caminho rumo ao conhecimento verdadeiro; libertar-se do mundo sensível e contemplar as ideias do mundo inteligível são as difíceis missões do filósofo, encarregado de ensinar essa tarefa aos homens.


Aulas 6/7. Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.) – Vida e obra.

• Nasce na Macedônia, poderoso reino ao norte da Grécia.
• Ingressa na Academia platônica aos 17 anos, foi aluno de Platão por 20 anos, um dos mais brilhantes.
• Morte de Platão em 347 a.C., Aristóteles sai da Academia por discordar dos rumos que a escola estava tomando.
• Aos 41 anos torna-se preceptor do jovem Alexandre Magno, filho de Felipe II, coroado rei sete anos depois.
• Em 335 a.C. funda o Liceu em Atenas, o nome é uma homenagem ao deus Apolo.
• Produziu escritos de Lógica, Metafísica, Ética, Política e de várias outras áreas (economia, poética, física, história, matemática, biologia, psicologia,...)

O caráter sistemático e rigoroso de suas idéias o tornou a grande autoridade filosófica e científica dos medievais, ele era “o filósofo”, o construtor de uma teoria universal e permanente.

• PRINCIPAIS IDEIAS:

• A realidade é uma só, as formas das coisas são imanentes, ou seja, estão dentro delas, fazem parte da sua natureza.
• A Substância é o ser, é a realidade permanente.

• Devir (fluxo) :
Potência – Possibilidades reais. (ex: o mármore)
Ato – Realização de uma ou mais possibilidades. (ex: a estátua)

• A teoria das quatro causas:

o Material – A matéria física. Ex: a madeira/ os remédios.
o Formal – A idéia da forma. Ex: a forma da mesa/ o tratamento.
o Eficiente – O botão de“start” Ex: o marceneiro/ o médico.
o Final – A finalidade do ato. Ex: a utilidade/ a cura.

• A causa final de toda a realidade é o 1º motor. (se verificarmos a causa das coisas, e depois disso as causas destas causas e assim por diante, chegaremos até o infinito: a causa da causa da causa..... ; isto não é possível, logo deve haver uma primeira causa para tudo).

• O conhecimento para Aristóteles:

FORMAS SENSÍVEIS --- SENSAÇÃO --- MARCA --- FANTASIA, MEMÓRIA, EXPERIÊNCIA

O conhecimento sensível é base para o conhecimento inteligível.

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