sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Resumos Sociologia 2º médio ETIP (3º trim 2014)

Aula 1. Análise do texto: “A cidade e seus medos.”

• Atualmente, um sentimento socialmente compartilhado em relação à vida urbana vem predominando, o medo, provocando insegurança.
• Esta insegurança refere-se principalmente à “violência urbana”, divulgada em massa pela imprensa, esses sentimentos dão uma relevância estrondosa ao crime, em especial ao crime organizado.
• Quando vivemos com medo, deixamos de utilizar a razão como parâmetro para medir e regrar nossas condutas.
• O senso comum entende o crime como o grande gerador da insegurança social.
• O combate ao crime tem por base a ideia de controle das “classes perigosas”; ideia esta que funciona como um mecanismo de estigmatização. Este combate se dá através de políticas repressivas e não integradoras, o que reforça o mito de que a pobreza produz crime, e os pobrers são potenciais criminosos.
• Essa percepção cria uma classificação espacial que discrimina bairros seguros e bairros perigosos, o “nós e eles”, sendo “eles” uma categoria inferior.

Trechos extraídos de:
Fonte: BERLATTO, Fábia, A cidade e seus medos. Gazeta do povo, Curitiba, 27 ago. 2009
Obs: Fábia Berlatto é cientista social e mestre em sociologia pela UFPR.


Aula 2. A sociologia da violência.

• Agressividade é diferente da violência, apesar de próximas, possuem características distintas. A agressividade nem sempre é necessariamente negativa, é uma resposta às influências do meio, porém pode servir de motivador para atitudes que preservem a integridade, a sobrevivência. Por exemplo: um time de futebol mais agressivo, que ataca mais o adversário costuma ter mais chances de vitória, essa agressividade pode se transformar em determinação.

• Violência: Uso intencional e abusivo da força física ou do poder de ameaça, intimidação verbal, injustiça, discriminação.

• A análise profunda do meio social é fundamental para se interpretar o comportamento humano.

• Com relação à violência existem certos “mitos” do senso comum, por exemplo que os meninos são naturalmente mais agressivos do que as meninas.

• Possíveis fatores geradores de violência:

Composição biológica – Predisposição natural para a violência.
Resistência a ordem estabelecida – A negação da autoridade constituída.
Multiplicidade cultural – Preconceitos raciais, culturais, de gênero,…
Desigualdades sociais – As diferenças econômicas gerando revolta.
Corrupção – Uso indevido dos recursos públicos.
Competitividade excessiva – Incentivando comportamentos agressivos, obsessivos.
Falta de segurança – Precariedade das políticas de segurança pública.
Crimes hediondos – Indignação popular contra crimes bárbaros.


Aula 3. Segregação social e espacial.

• A grandes cidades brasileiras, e algumas médias, vem passando por transformações significativas, uma das principais diz respeito às áreas de ocupação urbana.

• A ocupação urbana ocorre de forma que cada classe social tem um espaço próprio e adequado ao seu status, ou seja, as condições econômicas e sociais dos indivíduos os empurra para certas áreas da cidade, por exemplo as favelas para os moradores pobres e os condomínios fechados de luxo para os ricos.

• Podemos perceber nas grandes cidades um novo fenômeno social, a existência de Enclaves fortificados, cujas características são:

o Condomínios fechados, conjunto de escritórios, shopping centers,…
o São fortalezas quase fechadas ao mundo exterior.
o Existe um rígido controle de movimento, com entrada e trânsito restrito.
o Possuem normalmente regras de convivência vigiada.

• O atual modelo de ocupação urbana estabelece fronteiras entre grupos sociais, organizando as diferenças como desigualdade.

• Para os moradores destes enclaves, o espaço público passa a ser visto com suspeita, como motivo de insegurança, configurando uma verdadeira segregação social e espacial.


Aula 4. Controle social e disciplina.

• Controle social – Capacidade da sociedade de se autorregular, de controlar a si mesma mantendo a ordem, essa ordem social não é mantida apenas por policiais e juízes, mas sim por instituições, relações e processos variados.

• Escolas, empresas, igrejas, clubes, sindicatos, estas e outras organizações fazem parte de um grande sistema de controle social.

• No início do século XX, pesquisadores e sociólogos da Universidade de Chicago nos E.U.A. propuseram a criação de áreas de lazer, praças, parques vigiados para manter o controle social , diminuindo as taxas de criminalidade.

• Sociedade disciplinar – Segundo o filósofo francês Michel Foucault (1926 – 1984), sociedade disciplinar é aquela cujo sistema de controle social funciona por meio da combinação de técnicas de classificação, seleção, vigilância e controle sobre os indivíduos. Segue o princípio: dividir para governar, classificar para controlar.

• A prisão panóptica – Modelo arquitetônico de presídio desenhado pelo inglês J. Bentham, possui uma torre central que vigia constantemente a prisão radial em volta. Com esse modelo ocorre a inversão do princípio da masmorra, ou seja, em vez de esconder os criminosos, deixá-los a mostra, assim torna-se possível controlar cada movimento deles.

• Michel Foucault considera que a sociedade atual está vivendo sob o modelo panóptico, ou seja, passamos por vigilância constante através de câmeras, vigias e equipamentos restritivos, isso tudo é legitimado com o argumento da “promoção da segurança”. “Vamos controlar sua vida para a sua própria segurança.”


Aula 5. Ética e cidadania.

• Todos nós temos valores, costumes, condutas e crenças que direcionam nosso comportamento, e são as escolhas destes valores que nos identifica perante o mundo, nesse sentido cada um fala na “sua” religião, na “sua” ideologia, nos “seus” hábitos como se fossem exclusivos. O que geralmente passa despercebido para a maioria das pessoas é que esses valores , costumes e crenças são produtos do meio social, são construções sociais, as quais as pessoas escolhem aderir ou não.

• Atualmente ser ético é:
• Ser consciente de si e dos outros, reconhecendo a existência dos demais.
• Ser dotado de vontade para deliberar e decidir sobre sua participação social.
• Ser responsável, ou seja, reconhecer-se como o autor de seus atos.
• Ser livre, ou seja, procurar livrar-se da manipulação dos poderes externos a nós.

• Aparentemente ocorre uma oposição entre nossos valores individuais e os valores públicos ou sociais. Não conseguimos vislumbrar a importância dos valores sociais em nossa vida , mas percebemos porém que é necessário participar de algo, é fundamental exercitarmos a “Cidadania”.

• Cidadania – Capacidade de participar da vida e do governo da sociedade ou de um grupo social. Esta participação envolve a consciência de que temos direitos a exigir e deveres a cumprir, respeitando a igualdade de condições.

• A questão fundamental é: Como exercer a cidadania?

• As formas de participação mais óbvias são: votar nas eleições, ter documentos e pagar os impostos.

• Mas existem outras inúmeras formas, como por exemplo: trabalhar em uma empresa, estudar em uma escola, participar de reuniões de sindicatos e/ou de partidos políticos, frequentar áreas comuns de lazer, praticar um culto em uma igreja ou templo religioso, atuar em uma ONG,…


Aula 6. As ONGs e os direitos humanos.

• ONGs (Organizações não-governamentais) – Entidades, associações ou fundações sem fins lucrativos que procuram atender às necessidades sociais sem vínculo direto com o Estado. É dependente de doações, de trabalho voluntário e de parcerias com o setor privado e público.

• Terceiro setor – É outra maneira de se referir às ONGs, parte específica da economia distinta do primeiro setor (público, o Estado) e o segundo setor (privado, o mercado) também engloba associações, fundações, institutos de pesquisa, grupos sociais,…

• Principais áreas de atuação – Educação, direitos da mulher, crianças e adolescentes, direitos humanos, saúde, trabalho e renda, meio-ambiente, questões urbanas, arte e cultura, agrícolas, comunicação,…

• Exemplos: Greenpeace, Fundação SOS Mata Atlântica, WWF, Cruz vermelha internacional, médicos sem fronteiras, anistia internacional, MST, UDR, Instituto sou da paz, GAPA, AACD, UNICEF, Doutores da alegria, Associação brasileira de gays, lésbicas e transsexuais, institutos de defesa do consumidos,…


• Declaração universal dos direitos humanos.


• Documento assinado em 10/12/1948 pelos países participantes da Assembléia geral do ONU, surgiu como uma forma de evitar barbáries como as da segunda guerra mundial, seus artigos tratam dos direitos básicos que qualquer cidadão do mundo deve ter.

• Entre os direitos propostos pela declaração estão: direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais.

• Segue abaixo o último parágrafo da introdução e os quatro primeiros artigos do documento:


• "A Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios estados-membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição."

Artigo 1.
Todas os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados
de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de
fraternidade.
Artigo 2.
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça,
cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou
social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou
internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um
território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer
outra limitação de soberania.
Artigo 3.
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4.
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos
serão proibidos em todas as suas formas.

• Ao lermos os princípios da declaração percebemos de imediato que paracem se referir a outro lugar, e não ao planeta Terra, pois vemos diariamente que estas bonitas palavras não são postas em prática. Serão estes princípios utópicos?

Embora não seja um documento com obrigatoriedade legal, serve como direcionamento, como um ideal a ser atingido, significa algo importante para motivar a luta pela plena execução de todos os direitos.Seus artigos influenciaram a elaboração de muitas constituições, e motivaram alguns governos a se comprometerem a adotar medidas para garantir o reconhecimento e o efetivo cumprimento dos direitos anunciados na Declaração.

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