segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Resumos filosofia informática 3º médio (2º trim)

Aula 1. O pensamento político de Nicolau Maquiavel (1469-1527).

• Viveu intensamente os conflitos políticos de sua época, foi chanceler e embaixador de Florença numa Itália dividida em vários reinos e principados.

• Sua principal obra é “o príncipe” (1513-1516), que basicamente é um manual sobre como se deve governar as massas.

• Maquivel parte da política real de seu tempo, não da ideal.

• Críticas às ideias:
o Fundamento da política – Deus, a natureza ou a razão.
o Objetivos da política – O bem comum e a justiça.
o A boa política se faz com um príncipe virtuoso.

• Principais ideias:
o Não se pode contar com a boa vontade do homens, pois todos são egoístas e ambiciosos.
o A política é um fim em si mesmo.
o Se puder exerça o bem, mas deve-se saber usar o mal quando necessário.
o O objetivo da política é a tomada e a manutenção do Poder.
o A política é a lógica da força (virtú – virtude).
o “Os fins justificam os meios.” (finalidade principal: a estabilidade política).
o Maquiavel separa política de ética e direito.
o Sua filosofia expressa a realidade interna do poder.
o Governar é fazer acreditar.

Aula 2. A filosofia política de Thomas Hobbes (Inglaterra, 1588-1679)

• Formado em Oxford, esteve exilado na França durante a ditadura de Crownwell, conheceu Galileu, foi contemporâneo de Descartes e secretário de Francis Bacon.

• Sua principal obra: “O Leviatã”, publicada em 1651.

• Hobbes reuniu ideias do Racionalismo e do empirismo, partilhava do mecanicismo, rejeitando explicações metafísicas.

• Conceitos importantes:

1. Estado de natureza – Condição dos homens anterior á formação da sociedade civil.

2. Direito natural – É a liberdade que cada homem possui para usar seu próprio poder para a preservação de sua vida.

3. Estado – Homem artificial formado pela união de uma multidão em uma só pessoa, um soberano que representa a união das vontades da multidão.

• Teses de Hobbes:

1. Os homens são por natureza iguais, tem os mesmos desejos, procurando superar-se reciprocamente, tornando-se egoístas e violentos, capazes de qualquer coisa para conseguir seus objetivos.
2. No estado de natureza a vida humana é miserável, pois não há garantia nenhuma de sobrevivência e nem da satisfação dos desejos, é a guerra generalizada de todos contra todos. “O homem é o lobo do homem.”
3. A única maneira de garantir a vida humana e a satisfação pessoal é através da renúncia dos homens ao direito natural em favor de um poder suficientemente forte para garantir os pactos.
4. A sociabilidade humana não é natural, só é alcançada através de um pacto ou contrato em que a multidão confere força e poder absoluto a um soberano, com o objetivo de assegurar a paz e a prosperidade do grupo, formando assim o estado (o Leviatã – monstro bíblico).

• As teorias de Thomas Hobbes serviram de base para o Absolutismo europeu, muitos monarcas viram em suas ideias a justificativa racional para a centralização excessiva do poder em suas mãos.

Aula 3. As ideias políticas de John Locke (Inglaterra, 1632-1704)

• Viveu na Inglatera durante o conturbado século XVII, períiodo de governo da dinastia Stuart, neste período ocorre a guerra civil, o governo de Cronwell e a revolução gloriosa.

• Todo o século XVII ficou marcado pelos constantes conflitos entre a autoridade real e a autoridade do parlamento, além de conflitos religiosos entre católicos e protestantes.

• Principal problema político enfrentado por Locke = dar legitimidade às aspirações da burguesia ao poder político contra a influência da nobreza e do clero.

• Principais obras: Carta sobre a tolerância, os dois tratados sobre o governo civil e o ensaio sobre o entendimento humano.

• Conceitos:

1. Estado de natureza – Condição dos homens anterior á formação da sociedade civil, os homens nascem livres e iguais, todos tem o poder de punir os que forem contra o direito natural. ( este poder é necessário, pois os homens tendem a beneficiar a si mesmos e aos seus amigos e parentes).

2. Direito natural – Os homens tem naturalmente o direito a vida, a liberdade e a propriedade; estes bens necessários são válidos desde que sejam conseguidos através do trabalho, ou seja, o trabalho é a origem e o fundamento da propriedade.

3. Estado – Formado a partir de um contrato ( ou pacto) entre homens livres e iguais criando uma força coletiva para a execução das leis naturais.

• Para Locke as funções do Estado são:

1. Garantir o Direito natural, em especial a propriedade. ( esta ideia dá origem ao Liberalismo, nele o Estado deve respeitar a liberdade econômica dos proprietários).

2. Servir de árbitro dos conflitos da sociedade civil através da lei e da força.

3. Garantir a liberdade de consciência, ou seja, de pensamento, incluindo aí a tolerância religiosa.

• Esta teoria acaba por transformar o soberano no agente executor da soberania do povo, que tem o direito de se rebelar contra um eventual governo tirano.

• As ideias de Locke influenciaram os iluministas da Revolução francesa e os revolucionários norte-americanos que lutaram pela independência dos E.U.A.. Suas teses estão na base das democracias liberais.

Resumos filosofia informática 2º médio (2º trim)

Aulas 1. Sócrates de Atenas (470 – 399 a.C.).

• Filho de um escultor (Sofronisco) e de uma parteira (Fenarete). As ocupações dos pais tiveram influência na sua atividade filosófica.

• Viveu durante o “Século de Péricles”, idade de ouro de Atenas. Aonde a democracia era o regime político vigente. Com a democracia direta, a função dos oradores na Ágora era fundamental.

• A principal função da educação grega era preparar o indivíduo para a vida pública, tornando-o um cidadão capaz de discutir sobre as questões da cidade.

• Os Sofistas eram professores de eloquência, bem remunerados, que se propunham a ensinar aos jovens o uso correto e hábil da palavra, não se importando se o que se falava era ou não verdadeiro, o objetivo era aprender a convencer os outros com suas ideias.

• Um dos mais importantes sofistas foi Protágoras de Abdera, cujo lema era: “O homem é a medida de todas as coisas.” Ou seja, são os seres humanos que inventam as verdades, logo ela é totalmente relativa, os valores humanos passam a ser meras convenções sociais.

• Ciência e missão de Sócrates:

o Xenofonte, um grande amigo de Sócrates fez uma consulta ao Oráculo de Delfos, perguntando: Qual o homem mais sábio de toda a Grécia? A resposta do Oráculo foi: Sócrates é o mais sábio.
o Ao saber disso, Sócrates estranhou a resposta: como posso ser sábio se tudo o que sei é que nada sei?
o Decide então investigar os atenienses para compreender a fala do Oráculo, questiona as pessoas que se julgam sábias e com maestria incomum, derruba argumentos e falsas ideias, demonstrando que os outros também não sabiam de nada, pois eles supõem saber algo que não sabem.
o Com ironia, Sócrates mostra às pessoas que elas ignoram a verdade, isso gera ódios e rancores contra ele. Os jovens da época entusiasmavam-se com esta prática.
o Sócrates se considerava encarregado da missão de despertar os homens para o conhecimento de si mesmos, sua pesquisa buscava descobrir a essência das virtudes e dos valores morais, buscava a verdade do conhecimento.

• O método socrático:

o Sócrates acreditava que a filosofia se faz através do diálogo, ele utilizava um método bem específico de dirigir suas investigações, constava de dois passos:
o A Ironia – Com o objetivo de eliminar as falsas opiniões, acabando com a ilusão de sabedoria.
o A Maiêutica – Parto de ideias, construção de novas ideias pelo diálogo.


• O julgamento de Sócrates:

o Com o passar dos anos, a atividade socrática passou a incomodar pessoas importantes de Atenas, em 399 a.C. foi levado a julgamento sob a acusação de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses que a cidade acreditava.
o Durante o julgamento, narrado por Platão no texto: “a defesa de Sócrates”, o filósofo argumenta ao seu modo habitual, mas não consegue convencer a maioria da Assembléia e é condenado por uma margem pequena de votos.
o Condenado, é convidado a propor sua pena, ao que ele responde ser merecedor de prêmios e não de castigos, pois tornava os atenienses pessoas melhores.
o Sócrates foi condenado à morte por envenenamento com cicuta, aguardando a execução, ele se recusa a fugir, dizendo ser contra os seus princípios.


Aulas 2. Platão de Atenas (428 – 347 a.C.)

• Discípulo de Sócrates desde os 20 anos.

• Crítica à democracia ateniense após o julgamento de Sócrates.

• Escreveu 34 diálogos e 13 cartas, a maioria dos diálogos tem Sócrates como personagem principal.

• O conhecimento sensível é fonte de erro devido à natureza imperfeita, instável e corruptível da matéria.

• Os objetos e as ações humanas são limitados, não chegam a contemplar as ideias plenas e perfeitas.

• Platão divide a realidade em dois níveis:

1. O mundo sensível - material, cópia imperfeita

2. O mundo inteligível - Ou mundo das ideias, o reino das formas, o ser.

• Platão utiliza mitos e alegorias para demonstrar suas teorias, em seus diálogos três mitos são destacados:
o A alegoria da Linha dividida.
o O mito de Er, ou a teoria da reminiscência.
o O mito da caverna.

1. A alegoria da linha dividida:



2. O mito de Er, ou a teoria da reminiscência:

• Este mito, relatado no livro X da "República", conta a história de Er, um guerreiro que após morrer em batalha obteve permissão para voltar à vida, contando aos vivos o que se passava no além.
• Segundo ele, as almas passavam por um processo aonde poderiam escolher a vida que teriam na Terra, após a escolha, esta era gravada na alma, tornando-se assim o destino desta alma, após isso era necessário passar pelas águas do rio Lethe, para esquecer a escolha feita.
• Platão utiliza este mito para explicar nossa passagem pelo mundo das ideias e como não podemos fugir das consequências de nossas escolhas, devemos pois escolher sempre o bem.
• Como consequência disso, para Platão, conhecer é lembrar-se das ideias plenas e perfeitas que já contemplamos um dia, quando estivemos no mundo das ideias.

3. O mito da caverna:

• Um dos mitos mais conhecidos de Platão é o da caverna, segue abaixo um desenho com os elementos básicos do mito.












• Uma possível interpretação dos elementos:
o O cativo - somos nós, o senso comum.
o As sombras – a realidade física, aparente.
o O muro e os fantoches – a manipulação da realidade aparente.
o O fogo – a fonte artificial da realidade aparente.
o O mundo exterior – a verdadeira realidade, o mundo das ideias.
o O sol – é a ideia do bem, a fonte da verdade.
o O liberto – representa o filósofo, aquele que tem a coragem de olhar para outra direção, buscando a verdade e não se deixando guiar pelas sombras.

• O mito, ou alegoria da caverna representa o difícil caminho rumo ao conhecimento verdadeiro; libertar-se do mundo sensível e contemplar as ideias do mundo inteligível são as difíceis missões do filósofo, encarregado de ensinar essa tarefa aos homens.

Resumos filosofia Informática 1º médio (2º trim)

Aula 1. Ética e moral.

• Em nossa vida vivemos ou presenciamos certas situações que nos afetam profundamente, como por exemplo:

o Nos indignamos com atos injustos.
o Sentimos vergonha, remorso ou culpa por um ato impulsivo.
o Nos emocionamos com atos de sacrifício, de heroísmo ou de dignidade.
o Sentimos horror diante da violência extrema.

• Todos esses sentimentos exprimem nosso senso moral.

• Senso Moral: É um sentido interno do que seja bom ou mau, certo ou errado; todas as pessoas o possuem, independente de sua índole.

• Porém, existem situações que não apenas provocam sentimentos, mas exigem uma postura, uma decisão de nossa parte, como por exemplo:

o Uma pessoa querida está com uma doença incurável, vivendo por máquinas e sofrendo dores intoleráveis.
o Uma adolescente carente descobre que está grávida e não tem condições financeiras, físicas e nem emocionais para cuidar do filho.
o Um funcionário de uma grande empresa descobre que seu chefe, a pessoa que o contratou está roubando a firma, desviando dinheiro e cobrando propina dos fornecedores.

• A pergunta que se coloca nas três situações descritas acima é: o que fazer? Desligar ou não os aperelhos? (eutanásia) Fazer um aborto ou tentar criar o filho? Denunciar ou chantagear o funcionário corrupto?

• Situações como essas nos deixam em dúvida quanto a decisão a tomar, qual é a ação correta? Elas colocam à prova nossa consciência moral.

• Consciência moral: É a capacidade de agir de acordo com os princípios morais que adoramos, é a chamada “voz da consciência”.

• A partir disso podemos analisar melhor as definições formais de moral e ética.

• Moral: Conjunto de valores referentes ao bem e ao mal, ao certo e ao errado, válidos para todas as pessoas de uma comunidade, classe social ou um grupo de indivíduos.

• Ética: Pode ser entendida como uma reflexão cujo objetivo é discutir e interpretar o significado e a importância dos valores morais, sendo chamada de “filosofia moral”.



Aula 2. Os valores.

• Em toda comunicação que fazemos estamos sempre nos referindo a algo, esta referência ocorre na forma de juízos, que podem ser afirmativos, negativos, interrogativos ou imperativos.

• Juízos:

o De fato – Enuncia a constatação de algo.
(Ex: Alice é aluna do ETIP.)
o De valor – Enuncia o resultado de uma interpretação ou avaliação de algo.
(Ex: Alice é uma ótima aluna do ETIP.)

• Os valores expressam a maneira como nos relacionamos com o meio em que vivemos. “Dar valor é atribuir significados.”

• Valores:

o Relativos – Os valores são criações culturais, dependem da relação das
pessoas com o mundo.
o Absolutos – São únicos, não dependem de nenhuma condição, por exemplo:
O bem, o belo, a verdade, a justiça, a felicidade,…

OBS: Os valores citados acima podem ser considerados absolutos, o que é relativo é como cada um os interpreta, cada pessoa tem sua visão de felicidade, mas o desejo por ela é universal. O mesmo ocorre com os outros valores.

• Os valores determinam nossas escolhas, ou seja, valor é a atitude de não indiferença, é você se posicionar a favor ou contra algo, é não ficar em cima do muro, é decisão!


Aula 3. As virtudes morais.

• Virtude:
o Do grego areté – significando excelência.
o Do latim virtus – significando força.

• Sentido geral: Capacidade ou habilidade para fazer algo.
• Sentido moral: Disposição firme e constante para a prática do bem.

• Tipos de virtudes:
o Físicas – Força, resistência, agilidade,…
o Intelectuais – Memória, criatividade, raciocínio lógico,…
o Teológicas – Fé, esperança e caridade.
o Morais – Coragem, moderação, calma, orgulho, honestidade, generosidade, justiça,…

• O oposto da virtude é o vício, podemos pecar por falta ou por excesso. Por exemplo, a falta de coragem é a covardia, e o excesso de coragem é temeridade.

• A virtude da Justiça segundo Platão:

o Texto-base: “A República”, livro II, parágrafos 17 e 18.
o Tema - Qual é a natureza e a origem da Justiça?
o Explicado através do mito de anel de Giges, que conta a estória de Giges, o lídio que encontrou um anel da invisibilidade, com o poder do anel ele seduziu a rainha, matou o rei e se tornou o novo soberano.
o Platão usa este mito para explicar a tendência humana à prática da injustiça.

• A injustiça:
o Fazer sem punição é o maior bem.
o Sofrer sem reação é o maior mal.

• Segundo Platão, a origem das leis está no medo das pessoas de sofrer injustiças.

• Se dermos liberdade total de ação para o justo e para o injusto, os dois tentarão levar vantagem sobre os outros, pois essa é a natureza humana.

• Conclusão: Ninguém é justo por vontade própria, mas por obrigação.


Aula 4. As paixões humanas.

• O ser humano é:
o Um animal racional, sua essência é pensar.
o Um ser de desejo, sua essência é querer.

• Desejo:
o Impulso, energia, vibração.
o Inclinação poderosa que leva à ação, apetite sensível.
o Implica sempre na falta de algo.
o Satisfação das necessidades com prazer.
o Nasce da imaginação.
o Oferece à vontade os motivos para agir.

• Vontade:
o É o ato de querer.
o É uma ação voluntária, força de vontade.
o Apetite racional, exige deliberação, avaliação.
o Nasce da reflexão.
o Educa o desejo, direciona ações e finalidades.

• Tanto o desejo como a vontade são inclinações que levam à ação, mas enquanto o desejo busca saciar um apetite sensível, a vontade se refere a uma decisão racional.

• Desejo é paixão, vontade é decisão.

• PAIXÃO: Do grego pathos, significa: sofrer, suportar, deixar-se levar.

o Se refere aos fenômenos passivos da alma.
o O oposto da paixão é a apatia (ausência de sentimentos).
o Visão negativa – Fraqueza humana, perturbação da alma, algo que deve ser controlado.
o Visão positiva – Faz parte da natureza humana, motiva a ação, não se pode evitar ou negar, mas pode-se compreender.
o A paixão surge independentemente da nossa vontade, isto é, não podemos ter ou não ter paixão.
o É uma inclinação incontrolável, a Razão não tem forças para controlar as paixões.
o Segundo Spinoza, uma paixão só pode ser vencida por outra paixão mais forte.