domingo, 17 de maio de 2015

Resumos Filosofia 1º médio ETIP (2º trim)

Aula 1. Ética e moral.

• Em nossa vida vivemos ou presenciamos certas situações que nos afetam profundamente, como por exemplo:

o Nos indignamos com atos injustos.
o Sentimos vergonha, remorso ou culpa por um ato impulsivo.
o Nos emocionamos com atos de sacrifício, de heroísmo ou de dignidade.
o Sentimos horror diante da violência extrema.

• Todos esses sentimentos exprimem nosso senso moral.

• Senso Moral: É um sentido interno do que seja bom ou mau, certo ou errado; todas as pessoas o possuem, independente de sua índole.

• Porém, existem situações que não apenas provocam sentimentos, mas exigem uma postura, uma decisão de nossa parte, como por exemplo:

o Uma pessoa querida está com uma doença incurável, vivendo por máquinas e sofrendo dores intoleráveis.
o Uma adolescente carente descobre que está grávida e não tem condições financeiras, físicas e nem emocionais para cuidar do filho.
o Um funcionário de uma grande empresa descobre que seu chefe, a pessoa que o contratou está roubando a firma, desviando dinheiro e cobrando propina dos fornecedores.

• A pergunta que se coloca nas três situações descritas acima é: o que fazer? Desligar ou não os aperelhos? (eutanásia) Fazer um aborto ou tentar criar o filho? Denunciar ou chantagear o funcionário corrupto?

• Situações como essas nos deixam em dúvida quanto a decisão a tomar, qual é a ação correta? Elas colocam à prova nossa consciência moral.

• Consciência moral: É a capacidade de agir de acordo com os princípios morais que adoramos, é a chamada “voz da consciência”.

• A partir disso podemos analisar melhor as definições formais de moral e ética.

• Moral: Conjunto de valores referentes ao bem e ao mal, ao certo e ao errado, válidos para todas as pessoas de uma comunidade, classe social ou um grupo de indivíduos.

• Ética: Pode ser entendida como uma reflexão cujo objetivo é discutir e interpretar o significado e a importância dos valores morais, sendo chamada de “filosofia moral”.



Aula 2. Os valores.

• Em toda comunicação que fazemos estamos sempre nos referindo a algo, esta referência ocorre na forma de juízos, que podem ser afirmativos, negativos, interrogativos ou imperativos.

• Juízos:

De fato – Enuncia a constatação de algo.
(Ex: Alice é aluna do ETIP.)
De valor – Enuncia o resultado de uma interpretação ou avaliação de algo.
(Ex: Alice é uma ótima aluna do ETIP.)

• Os valores expressam a maneira como nos relacionamos com o meio em que vivemos. “Dar valor é atribuir significados.”

• Valores:

Relativos – Os valores são criações culturais, dependem da relação das
pessoas com o mundo.
Absolutos – São únicos, não dependem de nenhuma condição, por exemplo:
O bem, o belo, a verdade, a justiça, a felicidade,…

OBS: Os valores citados acima podem ser considerados absolutos, o que é relativo é como cada um os interpreta, cada pessoa tem sua visão de felicidade, mas o desejo por ela é universal. O mesmo ocorre com os outros valores.

• Os valores determinam nossas escolhas, ou seja, valor é a atitude de não indiferença, é você se posicionar a favor ou contra algo, é não ficar em cima do muro, é decisão!


Aula 3. As virtudes morais.

• Virtude:
o Do grego areté – significando excelência.
o Do latim virtus – significando força.

• Sentido geral: Capacidade ou habilidade para fazer algo.
• Sentido moral: Disposição firme e constante para a prática do bem.

• Tipos de virtudes:
Físicas – Força, resistência, agilidade,…
Intelectuais – Memória, criatividade, raciocínio lógico,…
Teológicas – Fé, esperança e caridade.
Morais – Coragem, moderação, calma, orgulho, honestidade, generosidade, justiça,…

• O oposto da virtude é o vício, podemos pecar por falta ou por excesso. Por exemplo, a falta de coragem é a covardia, e o excesso de coragem é temeridade.

• A virtude da Justiça segundo Platão:

o Texto-base: “A República”, livro II, parágrafos 17 e 18.
o Tema - Qual é a natureza e a origem da Justiça?
o Explicado através do mito de anel de Giges, que conta a estória de Giges, o lídio que encontrou um anel da invisibilidade, com o poder do anel ele seduziu a rainha, matou o rei e se tornou o novo soberano.
o Platão usa este mito para explicar a tendência humana à prática da injustiça.

• A injustiça:
o Fazer sem punição é o maior bem.
o Sofrer sem reação é o maior mal.

• Segundo Platão, a origem das leis está no medo das pessoas de sofrer injustiças.

• Se dermos liberdade total de ação para o justo e para o injusto, os dois tentarão levar vantagem sobre os outros, pois essa é a natureza humana.

• Conclusão: Ninguém é justo por vontade própria, mas por obrigação.( TT do 2º trimestre).


Aula 4. As paixões humanas.

• O ser humano é:
o Um animal racional, sua essência é pensar.
o Um ser de desejo, sua essência é querer.

• Desejo:
o Impulso, energia, vibração.
o Inclinação poderosa que leva à ação, apetite sensível.
o Implica sempre na falta de algo.
o Satisfação das necessidades com prazer.
o Nasce da imaginação.
o Oferece à vontade os motivos para agir.

• Vontade:
o É o ato de querer.
o É uma ação voluntária, força de vontade.
o Apetite racional, exige deliberação, avaliação.
o Nasce da reflexão.
o Educa o desejo, direciona ações e finalidades.

• Tanto o desejo como a vontade são inclinações que levam à ação, mas enquanto o desejo busca saciar um apetite sensível, a vontade se refere a uma decisão racional.

• Desejo é paixão, vontade é decisão.

• PAIXÃO: Do grego pathos, significa: sofrer, suportar, deixar-se levar.

o Se refere aos fenômenos passivos da alma.
o O oposto da paixão é a apatia (ausência de sentimentos).
o Visão negativa – Fraqueza humana, perturbação da alma, algo que deve ser controlado.
o Visão positiva – Faz parte da natureza humana, motiva a ação, não se pode evitar ou negar, mas pode-se compreender.
o A paixão surge independentemente da nossa vontade, isto é, não podemos ter ou não ter paixão.
o É uma inclinação incontrolável, a Razão não tem forças para controlar as paixões.
o Segundo Spinoza, uma paixão só pode ser vencida por outra paixão mais forte.


Aulas 5/6. Os grandes sistemas éticos da história antiga.

1. A ética materialista dos antigos gregos.

• Para os antigos gregos, a ética é um saber prático, para este saber, o agente, a ação e a finalidade de agir são inseparáveis.

• Princípios da vida moral:

1. Por natureza aspiramos ao bem e a felicidade, só atingidas pela virtude (grego: areté).
2. A virtude é uma força interior do caráter, consiste na escolha consciente do bem.
3. A conduta ética se refere ao que é possível e desejável para nós.
4. A ação virtuosa é conseguida agindo conforme a razão (que conhece o bem) e a natureza
( o Cosmos e a humana).
5. Julgamos uma ação ética pelos seus efeitos materiais, ou seja, pelas consequências reais.
6. Dedicar-se ao conhecimento do bem é o que determina uma atitude ética.

2. A ética cristã.

• O cristianismo é uma religião individual que se define pela fé num único Deus.
• A vida ética não se define por sua relação com a sociedade, mas por sua relação espiritual e interior com Deus.
• As principais virtudes cristãs são: a fé e a caridade.
• Livre-arbítrio: o primeiro impulso humano é para o mal, pois somos fracos para resistir às tentações, a vontade humana é impotente, precisa do auxílio divino.
• Qual é este auxílio divino? A lei divina revelada, expressa pelo texto bíblico.
• O cristianismo introduz na moral o conceito de Dever; temos o dever de obedecer a Lei divina, pois a revelação define eternamente o que é o Bem e o mal, a virtude e o vício, a salvação e o castigo.
• Este dever não se refere apenas às ações, mas às intenções, que passam a ser julgadas eticamente, ou seja, a intenção de fazer o mal, mesmo sem agir já é pecado.
• O cristianismo oferece um caminho seguro para a vontade fraca superar suas limitações e conseguir a salvação da alma.


Aula 7. A ética racionalista de Spinoza.

A ética racionalista de Baruch de Spinoza ( Holanda, 1632-1677).

• As paixões humanas não são nem boas, nem más, são apenas naturais, sendo as principais a alegria, a tristeza e o desejo.
• Conatus – Desejo de auto-conservação, instinto de sobrevivência, poder para existir.
• As paixões alegres ( amor, esperança, piedade,…) aumentam o Conatus, as paixões tristes ( ódio, orgulho, inveja, medo,…) diminuem o Conatus.
• É possível vencer as paixões negativas pelas positivas modificando a direção do desejo rumo a objetos que aumentem a força do Conatus.
• Ter virtude é ser a causa interna das ações, dos pensamentos e dos sentimentos.
• Ter vícios significa submeter-se às paixões, deixar-se dominar por causas externas.
• Para Spinoza, o bem e o mal não existem de forma absoluta, são palavras que usamos para classificar a maneira como as coisas nos atingem.
• Ser ético é ser livre, o homem livre é aquele que, conhecendo as leis da natureza e as do seu corpo, não se deixa vencer pelo exterior, mas sabe dominá-lo, ser a causa de si mesmo.
• Spinoza prega o amor intelectual de Deus, ou seja, a paixão positiva guiada pela consciência de nosso ser na compreensão de Deus, isto é, da totalidade. Deus é a natureza.

Nenhum comentário:

Postar um comentário