domingo, 17 de maio de 2015

Resumos Sociologia 3º médio ETIP (2ºtrim)

Aulas 1/2. A sociologia de Max Weber (Alemanha, 1864-1920)

  • Professor universitário, desenvolveu estudos de direito, filosofia, história e economia.



  • Principais obras:   
    • A ética protestante e o espírito do capitalismo. (1905).
    • Economia e sociedade. (1922).

  • Para Weber, a pesquisa histórica é essencial para a compreensão das sociedades.

  • Funda a chamada “sociologia compreensiva”, de caráter racionalista, considerando a ação individual como ponto de partida para a compreensão da realidade social.

  • Ação Social : Conduta humana (ato, omissão, permissão) dotada de um significado subjetivo, que orienta o agente de acordo com o comportamento dos outros, ou seja, o seu caráter social. Segundo Weber, há quatro tipos ideais, ou puros de ação social:

    1. Racional com relação a um objetivo : Projeto para agir. Ex: Um professor planejando a aula, um engenheiro desenhando a planta de um prédio.
    2. Racional com relação a um valor : Fidelidade a valores políticos, religiosos. Ex: um capitão que afunda com seu navio, um ataque terrorista.
    3. Emocional  ou afetiva: Reação emocional por medo, inveja, vingança,… Ex: brigas de torcidas.
    4. Tradicional : Ação por hábitos, crenças ou costumes. Ex: participar de cerimônias de casamento, funeral.

OBS: A sociologia de Weber busca compreender a ação social através do sentido que o sujeito atribuiu à sua própria ação, ou seja, quer entender o sentido subjetivo das condutas sociais.

·         Weber analisa as regras e normas sociais como resultado do conjunto de ações individuais, das decisões pessoais. Ex: Uma religião existe por que muitas pessoas adotam estes valores, uma campanha comunitária acontece através da decisão pessoal de cada participante.

·         A análise do capitalismo :

·         A expansão do capitalismo moderno, cujo início ocorreu no século XIV com o renascimento comercial só foi possível a partir da expansão da religião protestante, em especial o Calvinismo, que pregava:

o       Ter lucro não era mais pecado, a usura era permitida.
o       O trabalho é o meio mais eficiente para se atingir a graça divina, a Salvação.
o       O ascetismo é valorizado, deve-se ter disciplina e auto-controle.
o       A prosperidade material é uma prova da predestinação, ou seja, algo que indica que Deus escolheu certa pessoa para ser salva.

 
*O protestantismo proporcionou a formação de uma nova mentalidade, um conjunto de valores e hábitos fundamentais que criaram um ambiente propícios a expansão do capitalismo.

Obs: A reforma de Lutero teve início em 1517, e o Calvinismo surgiu em 1534.

Aulas 3/4. A Escola de Frankfurt

  • Um grupo de pensadores fundou em 1923 o “Instituto de pesquisa social” na Alemanha, com o objetivo de buscar explicações para as profundas transformações sociais ocorridas à época, dando ênfase aos aspectos culturais.

  • Panorama histórico: Período de expansão do capitalismo monopolista e das idéias socialistas e totalitaristas, logo após a 1ª guerra mundial (1914-1918) e a revolução russa (1917-1922). 
·        Principais influências:   
O marxismo em suas várias formas (análise das formas de domínio)                   
      A psicanálise de Freud, (análise dos comportamentos).

  • Principais nomes:





  1.    Max Horkheimer (1895-1973).
  2.    Theodor Adorno (1903-1969).
  3.    Walter Benjamim (1892-1940).
  4.     Herbert Marcuse (1898-1979).
  5.     Jurgen Habermas (1929- )
  6.     Erich Fromm (1900-1980).

  • Principais questões:

 


                          * Entender as relações que movimentavam as massas.
·                              * Análise crítica dos meios de comunicação.
    * Aperfeiçoar o movimento revolucionário marxista.
    * Crítica à ideologia capitalista.          

  • Conceitos:

    1. Cultura de massa – Conjunto de manifestações culturais que não está ligado a nenhum grupo social específico, pois é transmitido de maneira industrializada para o público em geral por intermédio dos meios de comunicação de massa.
    2. Indústria cultural – Produção industrializada de bens culturais em larga escala para atender o grande público.


A indústria cultural vende cultura; para vendê-la, deve seduzir e agradar o consumidor; para isso não pode chocá-lo, provocá-lo, fazê-lo pensar, mas deve devolver-lhe com nova aparência, o que ele já sabe, já viu, já fez. O expectador “médio” é o senso comum cristalizado.

No capitalismo tudo é mercadoria, inclusive as obras de arte. Segundo Adorno, massificar a arte é banalizar a expressão artística e intelectual, ou seja, vulgarizar. 

·         A indústria cultural inverte/subverte o sentido da arte:


Expressão do talento do autor -------- reprodução repetitiva.

Momento de criação                --------  produtos para o consumo rápido.
Experimentar o novo               --------  consagrar o padrão.
Provocar, chocar, incomodar  --------   lazer e diversão, satisfazer os sentidos

·         A análise dos meios de comunicação:

·         Os programas de rádio/TV são feitos introduzindo uma divisão do público e dos horários, isto é feito para atender as exigências dos patrocinadores.

·         A desinformação é o principal resultado da maioria dos noticiários, assistir regularmente estes noticiários pode provocar na maioria das pessoas:

o       Falta de localização espacial – Perda das referências , China = Paraíba.
o       Falta de localização temporal – Perda da relação causa/conseqüência. Só existe o “Agora”.

 
*A TV/rádio ( e a internet) podem oferecer-nos o mundo inteiro num instante, mas o fazem de tal maneira que o mundo real desaparece, restando apenas retalhos fragmentados de uma realidade desprovida de raiz no espaço e no tempo.
  
  •  Efeitos da mídia:




  1. Inversão entre a realidade e a ficção.
  2. Dispersão da atenção, criando o hábito de pensar fragmentado.
  3. Infantilização do público, que não suporta a distância temporal entre o desejo de consumir e a satisfação dele.
  4. Autoritarismo – Intimidação social, com os especialistas que nos ensinam a viver.                     

·         * Com isso, a mídia transforma o público em uma massa inculta, infantil, desinformada e passiva.


Aula 5. Sociologia contemporânea: Norbert Elias (Alemanha, 1897 – 1990).


·         Sociólogo, estudou também medicina, filosofia e psicologia.

·         Fugiu da Alemanha nazista em 1933, indo morar na Inglaterra.

·         Foi o responsável pela criação da chamada “sociologia figuracional”, uma área que estuda as configurações sociais como consequências da interação social.

·         Elias parte da ideia de que a interdependência entre os indivíduos e as relações formam a configuração social. Por exemplo a dança, um espetáculo de dança não existe sem os dançarinos individuais, que ao se relacionarem constroem a ação do grupo.

·         São os próprios indivíduos que constroem e mantém as configurações sociais baseadas em teias ou redes de interdependência.  

·         Estas teias de interdependência agrupam os indivíduos com laços gerados socialmente, resultando num processo de autocontrole individual.

·         Durante nossa vida mantemos relações sociais em vários níveis com pessoas dos mais variados grupos sociais: família, escola, igreja, clubes, torcidas, empresas, sindicatos, …

·         Essas relações formam teias, nós dependemos dessas relações e algumas pessoas dependem de nós, não apenas dependência física ou material, mas emocional, intelectual e até espiritual, com isso, nós aceitamos algumas regras de convivência e até criamos outras, num verdadeiro processo de autocontrole de nosso comportamento.

·         Esse modelo garante a coerção social, que mantém a estabilidade dos comportamentos, ou seja, em nossas relações sociais criamos expectativas sobre o comportamento dos outros e os outros esperam determinados comportamentos de nós, como desejamos manter estas relações então nos submetemos às regras, que se tornam tradicionais, normais.


Aula 6. Anthony Giddens, o sociólogo da modernidade (Inglaterra, 1938-…)


·         Sociólogo britânico, diretor da escola de economia de Londres, foi assessor do 1º ministro Tony Blair. Criador da “terceira via” e renovador do trabalhismo.

·         Giddens fez o estudo da modernidade, das mudanças e rupturas da sociedade atual, globalizada e capitalista.

·         Propõe uma ruptura e uma reinterpretação da teoria social clássica, o mundo mudou, os conceitos mudaram e as ciências sociais devem acompanhar essa mudança, reorganizando as categorias tradicionais.

·         Novos paradigmas sociais:

o        Novas composições familiares – Monoparentais, recasamento, sem filhos, casais homossexuais.
o        Crescente individualização – Divisão do trabalho, busca de avanços teológicos, globalização, auto identidade.
o        Desorientação, falta de controle, incompreensão – O mundo se tornou tão complexo que eliminou os pontos de referência tradicionais: família, trabalho, religião, poder político, cultura,…
o        Descontinuidade entre a tradição antiga e a nova ordem social – Ritmo acelerado de mudanças, abrangência global, impacto da tenologia.

·         Globalização:

o        Interdependência cada vez maior entre o local e o global.
o        Redefinição dos papéis sociais.
o        ‘A globalização é uma grande e perigosa aventura, a qual estamos presos e temos que participar.”
o        Não há mais tradições sólidas, elas precisam ser defendidas a todo momento.
o        Referências múltiplas de comportamento e de pensamento.


·         Reflexividade – Incorporação rotineira de novos conhecimentos ou informações em ambientes que deste modo são reorganizados, reformulados. Ex: nova família, nova escola, novas relações de trabalho, novas formas de lazer, novas relações sociais.

·         Novas famílias – Substituição da autoridade total dos pais pela confiança e diálogo, a independência emocional modifica o eu.

·         Nesse rumo há uma tendência a uma verdadeira democracia da vida privada, reorganizando o aparente caos social.


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