segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Resumo Sociologia 3º médio ETIP (3º trim)

Aula 1. Sociologia brasileira: Modernização e desenvolvimento.

• A reflexão sociológica no Brasil sempre se preocupou com a natureza, o sentido e os desdobramentos da modernização. Este tema teve um papel relevante, afinal o próprio processo histórico que deu origem ao Brasil estava impregnado por esse conceito.

• Costuma-se utilizar o ano de 1850 como um marco divisor para a modernidade brasileira, mas o que aconteceu neste ano para justificar esta afirmação?

• Brasil em 1850 – Monarquia parlamentarista com amplos poderes do imperador D. Pedro II, aproximadamente 9 milhões de habitantes, população eminentemente rural, produção agrícola, instalação das primeiras ferrovias e principalmente a extinção do tráfico negreiro pela Lei Eusébio de Queiroz.

• A extinção do tráfico foi um marco rumo a modernidade, pois permitiu ao país se livrar deste verdadeiro “fardo colonial”, símbolo do atraso. Foi o primeiro grande passo para a modernização do Brasil.

• Modernidade – Processo de mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais que ocorre em países da periferia do sistema capitalista, à medida em que esses países se direcionam para padrões mais complexos de organização social e política.

• As principais referências de modernidade desde o início do século XX são os E.U.A. e a Europa ocidental, sua forma de organização era o modelo ideal a ser seguido por qualquer país que se pretenda “moderno”. Conceitos como democracia, industrialização e urbanização passaram a ser sinônimos de modernidade.

• Existe no Brasil uma visão preconceituosa de que o progresso ou a modernidade só teve realmente início com a imigração européia.

• Segundo muitos sociólogos ocorreu no Brasil uma chamada “modernização conservadora”, houve um grande progresso econômico acompanhado de um atraso social, as antigas estruturas políticas e sociais do passado foram mantidas, persistindo mecanismos sociais de exclusão e políticas de dominação.

Aula 2. Os grandes sociólogos brasileiros.

• Euclides da Cunha (RJ, 1866 – 1908):

o Autor de “os sertões” (1902), livro que conta a história da Guerra de Canudos no sertão nordestino.
o Nesta obra, Euclides nos mostra a miséria e o isolamento da população nordestina.
o Faz um diagnóstico do subdesenvolvimento nacional, mostrando a existência de “dois Brasis”.
o Apesar do autor não ser um sociólogo acadêmico, sua obra serviu de base para muitos estudos sociológicos.

• Gilberto Freire (PE, 1900 – 1987):

o Autor de “Casa grande e senzala” (1933)
o Faz uma profunda análise das relações sociais entre os senhores de engenho e os escravos.
o Essa obra deu origem ao mito da democracia racial no Brasil.


• Florestan Fernandes (SP, 1920 – 1995):

o Professor de sociologia exilado durante o regime militar.
o Foi responsável pelo desenvolvimento da “Sociologia crítica” no Brasil.
o Nesta linha de pensamento não basta mostrar os problemas sociais, é necessário opinar, criticar, propor, sugerir.
o Principais obras: “Fundamentos empíricos da investigação sociológica”, “ A integração do negro na sociedade de classes.”, “ A revolução burguesa no Brasil.”

• Celso Furtado (PB, 1920 – 2004):

o Economista e professor de economia latino-americana na Sorbonne (França).
o Estudos sobre a economia brasileira desde o período colonial.
o Deu ênfase nas “relações de dependência”, segundo Furtado, o Brasil sofreu uma industrialização indireta, comandada pelos países ricos, gerando assim uma dependência.
o Principais obras: “Formação econômica do Brasil”, “Criatividade e dependência na civilização industrial”, “O capitalismo global”.

• Darci Ribeiro (MG, 1922 – 1997):

o Antropólogo, escritor e político exilado durante o regime militar.
o Seus principais temas de estudo foram a educação e os indígenas brasileiros.
o Questão-chave: a busca da identidade nacional, o que é “ser brasileiro”.
o Estudo crítico da miscigenação e das relações de poder.
o Obras: “Culturas e línguas indígenas do Brasil”, “Os brasileiros – teoria do Brasil”, “O povo brasileiro – a formação e o sentido do Brasil”.


Aula 3. A pesquisa sociológica.

• A construção do conhecimento científico se faz através das relações sociais e das experiências que se desenvolvem nos mais variados âmbitos da sociedade.

• Qualquer conhecimento que se pretenda científico não pode prescindir de um método específico que seja adequado ao seu objeto de estudo.

• As ciências sociais, incluindo a Sociologia também possui um método próprio, um olhar diferente da realidade; apesar de ser uma ciência teórica, ela vincula pensamento e ação, ou seja, nada pode ser visto como um problema intelectual se não tiver sido, primeiramente, um problema da vida prática.

• A pesquisa social é uma ferramenta preciosa para o exercício da Sociologia, pois permite ampliar o conhecimento sobre o próprio ambiente, descobrir novos instrumentos e novas técnicas, fornecendo diagnósticos e prognósticos para confirmar ou não tendências de comportamentos sociais.

• Algumas características importantes da pesquisa científica em sociologia:

o Deve necessariamente ter foco em um problema social real.
o Deve levar em conta os conceitos sociológicos clássicos na análise de fatos e problemas.
o Deve usar o método de pesquisa de campo para embasar suas observações.
o Não deve ter a ilusão de resolver o problema social, mas sim apontar caminhos, direções que sirvam de referência a outros pesquisadores.


Aula 4. Metodologia de pesquisa sociológica.

• Qualquer pesquisa de campo deve, necessariamente seguir um método, uma forma padrão de ação, uma maneira de sistematizar a atividade científica, seguindo os seguintes passos:


1. Escolha do Tema - É o assunto geral a ser tratado, tema genérico, por exemplo: a violência urbana, o preconceito racial, o consumismo, …
2. Formulação do problema - É a questão a ser resolvida dentro do tema, a pergunta principal que a pesquisa procura responder, por exemplo: Que fatores exercem mais influência no comportamento consumista?.
3. Construção de hipóteses – São explicações provisórias que servem para orientar a busca de informações, deixam de ser provisórias apenas quando confirmadas através de pesquisas. Por exemplo: “ a mídia televisiva é o principal fator motivador do comportamento consumista”.
4. Planejamento da pesquisa – Determinação do público-alvo, do tipo específico de pesquisa, elaboração dos questionários (abertos ou fechados) e dos critérios de avaliação. Por exemplo: Pesquisar frequentadores do Mc Donalds, fazer perguntas fechadas (sim ou não), buscando motivações de escolha.
5. Realização da coleta de dados – Pesquisa de campo , nesta fase é importante evitar emitir opiniões ou ajudar o entrevistado, deve-se adotar uma postura de neutralidade para não deformar o resultado.
6. Tabulação dos dados – Classificação das informações recebidas pelas pesquisas, geralmente feita com tabelas e gráficos.
7. Análise e interpretação dos dados – Após a tabulação, faz-se uma análise geral dos dados tendo em vista o problema central e as hipóteses, é o momento de buscar respostas.
8. Redação do relatório de pesquisa – Registro de todo o processo de pesquisa, explicitando a metodologia usada, os objetivos da pesquisa, o público-alvo, gráficos e tabelas e a conclusão que deve ser extraída dos dados analisados.


Aula 5. Pesquisas quantitativas e qualitativas.

• Para realizar uma pesquisa é fundamental conhecer e empregar uma metodologia adequada aos objetivos, esse caminho direciona a atividade; nas ciências sociais e em outras ciências há duas metodologias amplamente empregadas: a quantitativa e a qualitativa.

• Pesquisa quantitativa – É um estudo estatístico que se destina a descrever as características de uma determinada situação, medindo numericamente as hipóteses levantadas a respeito de um problema específico.

• Este tipo de pesquisa visa confirmar se os dados mensuráveis obtidos numa amostra são estatisticamente válidos para o universo do qual a amostra foi retirada.

• Exemplos de pesquisas quantitativas:

o Mostrar o índice de crescimento da violência no país.
o Verificar a preferência musical dos jovens urbanos entre 13 e 17 anos.
o Demonstrar o grau de penetração social de uma determinada religião.

• Pesquisa qualitativa – Método empregado para entender a natureza de um fenômeno social, auxilia a compreender os aspectos subjetivos de indivíduos ou grupos.

• Este tipo de pesquisa visa compreender as causas e as motivações de determinados comportamentos sociais, em vez de perguntar o “quanto”, busca saber o “porquê”.

• Exemplos de pesquisas qualitativas:

o A preferência por estilos de automóveis de acordo com a personalidade do motorista.
o A percepção que os adultos têm dos jovens.
o O que leva algumas pessoas a fazerem trabalhos voluntários?

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