sábado, 26 de março de 2016

Resumo Filosofia 3º médio ETIP (1º trim)

Aula 1. Teoria do conhecimento.

         Área da Filosofia que estuda a questão do conhecimento humano, logo, suas principais questões são:

1.    Como ocorre o processo do conhecimento?
2.    Qual o alcance e os limites do conhecimento humano?
3.    Como garantir que um conhecimento é verdadeiro?

  • O processo do conhecimento ocorre na Relação entre Sujeito e Objeto.    

  • FONTES E FORMAS DO CONHECIMENTO =

         SENSAÇÃO (Matéria dos sentidos: imagens, sons, cores,…).
         PERCEPÇÃO (Organiza as sensações e forma representações).
         IMAGINAÇÃO (Estabelece relações entre imagens).
         MEMÓRIA (Permite o acesso às percepções passadas).
         LINGUAGEM ( Forma de expressão das ideias).
         RACIOCÍNIO ( Atos intelectuais ligados, operações mentais).
         INTUIÇÃO ( Compreensão global e instantânea de algo). 
  
  • CONHECIMENTO

 


        SENSÍVEL   ---        Experiência   ---    Aparência     ---    Certeza
        (empírico)
                                                 ≠                             ≠                         ≠
  
        INTELECTUAL  ---    Razão         ---       Essência     ---    Verdade
          (inteligível)
                                                      

Aula 2. Epistemologia moderna.

  • A Epistemologia, que é o desenvolvimento da antiga Teoria do conhecimento, investiga os limites, as possibilidades, as origens e os tipos de conhecimento, porém, seu maior objeto é o conhecimento especializado e metódico que chamamos de Ciência.

  • MÉTODO:
    • Tem origem grega, significa “seguir um caminho”.
    • Constitui o conjunto de procedimentos necessários para orientar determinada atividade ou pesquisa.
    • Exemplos: método dedutivo, método experimental, método indutivista,…

  • TEORIAS CIENTÍFICAS:
  • Com o método, o cientista procura conhecer Leis universais que expliquem certos fenômenos particulares, o encadeamento dessas leis e de fatos faz surgir as Teorias científicas.
  • Como se elabora uma teoria científica:
  • Primeiramente, o cientista seleciona um FATO, visto como um PROBLEMA a ser resolvido. Com a OBSERVAÇÃO dos fatos criam-se HIPÓTESES, que devem guiar as EXPERIÊNCIAS, essas experiências devem comprovar ou não as hipóteses, com resultados positivos, o cientista extrai LEIS necessárias, que ao serem encadeadas formam as TEORIAS científicas.

  • O que é uma teoria científica?
  • É um sistema ordenado e coerente de proposições ou enunciados baseados em um pequeno nº de princípios, cuja finalidade é descrever, explicar e prever do modo mais completo possível um conjunto de fenômenos, oferecendo suas leis necessárias.
  • Podemos citar como exemplos: a teoria da evolução, a teoria do Big bang ou a teoria da relatividade de Einstein.

  • A ciência do século XVII:
  • O desenvolvimento científico do século XVII foi fundamental para a construção da ciência moderna, pois os pressupostos ali colocados serviram de base para tudo o que foi feito a partir daí.

  • Pressupostos:
    • Matematização da natureza – Explicação de eventos naturais através das relações matemáticas existentes.
    • Adoção do método experimental – Não confiar apenas nas teorias, mas fazer experimentos que as comprovem.
    • Pensamento mecanicista – O Universo é considerado uma grande máquina, aonde todos os seus elementos estão conectados.
    • Novos objetivos -  Aa ciência passa a ter como objetivo ampliar o poder dos homens sobre a Natureza.

  • A partir do século XVII há uma mudança radical de postura intelectual, com a adoção dos pressupostos citados, o homem passa a ter poder sobre a Natureza, fabricando novas verdades.

Aula 3. A oposição entre o Racionalismo e o Empirismo.

  • O RACIONALISMO:
  • Doutrina filosófica inaugurada pelo francês René Descartes (1596-1658),  faz do sujeito do conhecimento o  fundamento de toda a verdade.
  • A Razão é a luz natural inata que permite o acesso à verdade.
  • A verdade é uma característica das ideias e não das coisas.
  • A frase considerada símbolo do Racionalismo é o cogito cartesiano: “Penso, logo existo.”   ( a primeira verdade é a minha existência enquanto um ser pensante).

  • AS IDEIAS INATAS:
  • Descartes defende a existência de “ideias inatas”, que por serem puras (livres dos sentidos) só podem existir porque já nascemos com elas.
  • Exemplos: Infinito, tempo, espaço, Deus, relações matemáticas,.. (intuições intelectuais).

  • O EMPIRISMO:
         Doutrina filosófica que encontra o seu auge nos séculos XVII e XVIII na Inglaterra com Francis Bacon, John Locke e David Hume.
         A Razão, a verdade e as ideias são adquiridas por nós através da experiência sensível, antes da experiência, nossa mente é como uma “folha em branco”.

         A ORIGEM DAS IDEIAS:
         As sensações formam a percepção, a associação das percepções formam as ideias.
         Temos o hábito de fazer associações; para Hume  a razão é o hábito de associar ideias.

  • PROBLEMAS:
         Do Racionalismo: Se as ideias são inatas, porque mudam? (A razão muda e prova que certas ideias são falsas.)

         Do Empirismo: Se as ciências são apenas hábitos, não possuem objetividade (verdade?), o conhecimento empírico é uma ilusão. (Impossibilidade do conhecimento objetivo da realidade).

Aula 4. O Criticismo de Immanuel Kant (Alemanha, 1724 – 1804)

  • Nasce e vive a vida inteira em Konigsberg, professor universitário de Lógica e de metafísica, não se casou nem teve filhos, era um homem extremamente metódico, um cérebro que passou a vida investigando o universo espiritual do homem, à procura de seus fundamentos últimos, necessários e universais.

  • Principais obras: Prolegômenos a toda metafísica futura, Fundamentação da metafísica dos costumes, Crítica da razão pura, Crítica da razão prática, A religião dentro dos limites da razão,…

  • Com sua postura crítica Kant faz uma verdadeira Revolução copernicana em filosofia, invertendo o sentido da pesquisa filosófica, o objetivo da filosofia passa a ser investigar a Razão humana, seus limites e possibilidades, buscando responder a questão: Até onde posso ir com a razão sem a experiência sensível? (a razão pura).

  • Algumas de suas principais ideias:

    • Não conhecemos a realidade fora de nossa mente ( a coisa-em-si), só conhecemos os fenômenos, ou seja as coisas para nós. Pois todo conhecimento começa com a sensibilidade, passando pelo “filtro” da razão humana.
    • Tempo e espaço são as formas puras da sensibilidade, ou seja, são ferramentas mentais que existem sem a interferência dos sentidos. A intuição de tempo e espaço se dá a priori, antes da experiência sensível.
    • Existem várias categorias do pensamento: causalidade, contradição, identidade, qualidade, quantidade, finalidade,…
    • Só é possível fazer ciência com “Juízos sintéticos a priori”, ou seja, juízos que acrescentam algo à ideia inicial antes da experiência sensível.

Aula 5. Iluminismo: Luzes e trevas.

  • "A Ilustração ou Iluminismo é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele é o próprio responsável. A menoridade é a incapacidade de fazer uso do seu próprio entendimento sem a condução de outro. 
  • O homem é o próprio culpado dessa menoridade quando sua causa reside não na falta de entendimento, mas na falta de resolução e coragem para usá-lo sem a direção dos outros.
  • Não preciso pensar, se puder pagar, outros assumirão por mim o trabalho penoso. É muito difícil para um indivíduo isolado libertar-se da sua menoridade que, para ele, se tornou quase uma natureza."
Extraído de: KANT,Imannuel. Resposta à pergunta: “O que é ilustração?”


  • Sapere aude! (Ousai saber!): Tenha a coragem de usar seu próprio entendimento!  Este é o lema do Iluminismo.

  • Kant faz um apelo ao exercício autônomo da razão, à liberdade de pensamento ante o medo, a preguiça e a covardia humana, razões pelas quais uma grande parcela da humanidade permanece dependente de seus guardiões.

  • Para Kant, é muito cômodo ser imaturo, não ser crítico, deixar que outros façam isso por você. Dessa forma, ele afirma o uso da razão e da inteligência, o espírito crítico e a autonomia no uso das suas faculdades mentais como o caminho para a emancipação do homem. 

  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 11, 12, 15 e 16.

Aula 6. Kant e a crítica à metafísica.

  • Segundo Kant, temos a necessidade de “despertar do sono dogmático”, mas o que é isso?

  • É tomar como ponto de partida da metafísica a ideia de que existe uma realidade em si que pode ser conhecida pela razão, ou seja, a afirmação de que nossas ideias correspondem exatamente a uma realidade externa, que existe por si mesma.

  • Dogmático é aquele que aceita, sem exame e sem crítica, afirmações sobre as coisas e sobre as ideias. Despertar do sono dogmático é questionar, investigar a estrutura e o poder da razão, buscando seu alcance e seus limites.

  • Questões metafísicas: Existe uma verdade única? Ou múltiplas verdades? Como uma imagem pode suscitar várias interpretações? Quais os critérios para validar um conhecimento como verdadeiro?

  • A metafísica tradicional nos trás mais dúvidas que certezas, desde os antigos gregos e os medievais, passando por Descartes e Hume, a metafísica não conseguiu elucidar as grandes questões da humanidade. Ela é, porém, indispensável a raça humana.

  • A ética de Kant se funda na razão, seu princípio supremo da moralidade é chamado de Imperativo categórico: “Age unicamente segundo a máxima que possa querer que se torne uma lei universal.”, ou seja, para saber se sua ação é correta ou não, basta universalizá-la, o que aconteceria se todo o mundo fizesse igual?   

  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 18, 19, 20 e 21.

Aula 7. Liberalismo: a natureza do poder e do governo.

  • O pensamento liberal parte do princípio da igualdade dos homens como seres livres e de igual capacidade, elegendo o Estado como representante do povo na legitimação da igualdade de oportunidades entre os indivíduos que culminaria, consequentemente, na igualdade de todos perante a lei.

  • O Liberalismo é uma doutrina político-econômica que se refere à organização da vida social de acordo com certos valores fundamentais: a liberdade, os direitos individuais, o pluralismo político e o Estado de Direito.

  • Estado de direito é uma situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual cada um é submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo até a potência pública. Em outras palavras, o estado de direito é aquele no qual todos os cidadãos inclusive os mandatários políticos (na democracia: os eleitos) são submissos às leis promulgadas.

  • Os filósofos iluministas, criadores do Liberalismo, priorizam a investigação racional de todas as esferas da vida humana: social, política, econômica, religiosa e cultural.

  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 25, 26 e 27.


Aula 8. O Jusnaturalismo  moderno e o contrato social.

  • O Jusnaturalismo é um movimento que se desenvolve a partir do século XVI, com o objetivo de aproximar a lei civil da razão. Ele defende que o direito é natural, imutável, inviolável e universal. É visto como uma lei imposta pela natureza para tudo que existe.

  • Segundo o Jusnaturalismo, uma lei para ser lei deve ser justa. O movimento entende como justo tudo que existe em termos de ideal e do bem comum. O direito natural é a regulamentação necessária das relações humanas, a que se chega através da razão, sendo, pois, independente da vontade de Deus.

  • O fundamento de todo o Direito é a natureza humana, as regras universais devem ser descobertas por meio do estudo da natureza dos homens, em busca de um sistema unitário, completo e universal de direitos e deveres, comuns a todos.

  • Era uma ferramenta de suma importância que tinha a capacidade de impor limites ao Absolutismo Estatal. Também serviu de paradigma para as revoluções liberais, mas por ser considerado abstrato e metafísico, cedeu espaço para o surgimento do positivismo.

  • O Estado civil se estabelece a partir de um Contrato social, aonde as pessoas abrem mão dos direitos do Estado de natureza por meio de um pacto social que representa a vontade do conjunto dos indivíduos, por meio de uma legislação que busque harmonizar a vida coletiva. Essas leis representam a “vontade geral.”

  • Com isso, o Direito natural (à vida, a liberdade e a propriedade) se transforma em Direito civil ou positivo.


  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 29, 30, 31 e 32.

Resumo Filosofia 2º médio ETIP (1º trim)

Aula 1. Sócrates de Atenas (470 – 399 a.C.).

  • Filho de um escultor (Sofronisco) e de uma parteira (Fenarete). As ocupações dos pais tiveram influência na sua atividade filosófica.

  • Viveu durante o “Século de Péricles”, idade de ouro de Atenas. Aonde a democracia era o regime político vigente. Com a democracia direta, a função dos oradores na Ágora era fundamental.

  • A principal função da educação grega era preparar o indivíduo para a vida pública, tornando-o um cidadão capaz de discutir sobre as questões da cidade.

  • Os Sofistas eram professores de eloquência, bem remunerados, que se propunham a ensinar aos jovens o uso correto e hábil da palavra, não se importando se o que se falava era ou não verdadeiro, o objetivo era aprender a convencer os outros com suas ideias.

  • Um dos mais importantes sofistas foi Protágoras de Abdera, cujo lema era: “O homem é a medida de todas as coisas.” Ou seja, são os seres humanos que inventam as verdades, logo ela é totalmente relativa, os valores humanos passam a ser meras convenções sociais.

  • Ciência e missão de Sócrates:

    • Xenofonte, um grande amigo de Sócrates fez uma consulta ao Oráculo de Delfos, perguntando: Qual o homem mais sábio de toda a Grécia? A resposta do Oráculo foi: Sócrates é o mais sábio.
    • Ao saber disso, Sócrates estranhou a resposta: como posso ser sábio se tudo o que sei é que nada sei?
    • Decide então investigar os atenienses para compreender a fala do Oráculo, questiona as pessoas que se julgam sábias e com maestria incomum, derruba argumentos e falsas ideias, demonstrando que os outros também não sabiam de nada, pois eles supõem saber algo que não sabem.
    • Com ironia, Sócrates mostra às pessoas que elas ignoram a verdade, isso gera ódios e rancores contra ele. Os jovens da época entusiasmavam-se com esta prática.
    • Sócrates se considerava encarregado da missão de despertar os homens para o conhecimento de si mesmos, sua pesquisa buscava descobrir a essência das virtudes e dos valores morais, buscava a verdade do conhecimento.

  • O método socrático:

    • Sócrates acreditava que a filosofia se faz através do diálogo, ele utilizava um método bem específico de dirigir suas investigações, constava de dois passos:
    • A Ironia – Com o objetivo de eliminar as falsas opiniões, acabando com a ilusão de sabedoria.
    • A Maiêutica – Parto de ideias, construção de novas ideias pelo diálogo.

  • O julgamento de Sócrates:

    • Com o passar dos anos, a atividade socrática passou a incomodar pessoas importantes de Atenas, em 399 a.C. foi levado a julgamento sob a acusação de corromper a juventude e de não acreditar nos deuses que a cidade acreditava.
    • Durante o julgamento, narrado por Platão no texto:  “a defesa de Sócrates”, o filósofo argumenta ao seu modo habitual, mas não consegue convencer a maioria da Assembleia e é condenado por uma margem pequena de votos.
    • Condenado, é convidado a propor sua pena, ao que ele responde ser merecedor de prêmios e não de castigos, pois tornava os atenienses pessoas melhores.
    • Sócrates foi condenado à morte por envenenamento com cicuta, aguardando a execução, ele se recusa a fugir, dizendo ser contra os seus princípios.

Aulas 2/3. Platão de Atenas (428 – 347 a.C.)

  • Discípulo de Sócrates desde os 20 anos.

  • Crítica à democracia ateniense após o julgamento de Sócrates.

  • Escreveu 34 diálogos e 13 cartas, a maioria dos diálogos tem Sócrates como personagem principal.

  • O conhecimento sensível é fonte de erro devido à natureza imperfeita, instável e corruptível da matéria.

  • Os objetos e as ações humanas são limitados, não chegam a contemplar as ideias plenas e perfeitas.

  • Platão divide a realidade em dois níveis:

    1. O mundo sensível  - material, cópia imperfeita
    1.  mundo inteligível  - Ou mundo das ideias, o reino das formas, o ser.

  • Platão utiliza mitos e alegorias para demonstrar suas teorias.

  1. A alegoria da linha dividida:




         


  1. O mito de Er, ou a teoria da reminiscência:

  • Este mito, relatado no livro X da "República", conta a história de Er, um guerreiro que após morrer em batalha obteve permissão para voltar à vida, contando aos vivos o que se passava no além.
  • Segundo ele, as almas passavam por um processo aonde poderiam escolher a vida que teriam na Terra, após a escolha, esta era gravada na alma, tornando-se assim o destino desta alma, após isso era necessário passar pelas águas do rio Lethe, para esquecer a escolha feita.
  • Platão utiliza este mito para explicar nossa passagem pelo mundo das ideias e como não podemos fugir das consequências de nossas escolhas, devemos pois escolher sempre o bem.
  • Como consequência disso, para Platão, conhecer é lembrar-se das ideias plenas e perfeitas que já contemplamos um dia, quando estivemos no mundo das ideias.

  1. O mito da caverna:
·         Um dos mitos mais conhecidos de Platão é o da caverna, segue abaixo um desenho com os elementos básicos do mito.



·         Uma possível interpretação dos elementos:
o   O cativo -  somos nós, o senso comum.
o   As sombras – a realidade física, aparente.
o   O muro e os fantoches – a manipulação da realidade aparente.
o   O fogo – a fonte artificial da realidade aparente.
o   O mundo exterior – a verdadeira realidade, o mundo das ideias.
o   O sol – é a ideia do bem, a fonte da verdade.
o   O liberto – representa o filósofo, aquele que tem a coragem de olhar para outra direção, buscando a verdade e não se deixando guiar pelas sombras.

·         O mito, ou alegoria da caverna representa o difícil caminho rumo ao conhecimento verdadeiro; libertar-se do mundo sensível e contemplar as ideias do mundo inteligível são as difíceis missões do filósofo, encarregado de ensinar essa tarefa aos homens.

Aula 4. Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.) – Vida e obra.

  • Nasce na Macedônia, poderoso reino ao norte da Grécia.
  • Ingressa na Academia platônica aos 17 anos, foi aluno de Platão por 20 anos, um dos mais brilhantes.
  • Morte de Platão em 347 a.C., Aristóteles sai da Academia por discordar dos rumos que a escola estava tomando.
  • Aos 41 anos torna-se preceptor do jovem Alexandre Magno, filho de Felipe II, coroado rei sete anos depois.
  • Em 335 a.C. funda o Liceu em Atenas, o nome é uma homenagem ao deus Apolo.
  • Produziu escritos de Lógica, Metafísica, Ética, Política e de várias outras áreas (economia, poética, física, história, matemática, biologia, psicologia,...)

 
*O caráter sistemático e rigoroso de suas ideias o tornou a grande autoridade filosófica e científica dos medievais, ele era “o filósofo”, o construtor de uma teoria universal e permanente.

Aula 5. Introdução à Lógica clássica.

  • A expressão “é lógico que…” indica para nós e para a pessoa com quem estamos falando que se trata de uma coisa evidente, óbvia, e portanto inquestionável.

  • A Lógica foi criada na Grécia antiga por Aristóteles (384 – 321 a.C.) como um instrumento para verificar a validade dos raciocínios, foi chamada por ele de Filosofia analítica.

  • As principais características da lógica são:
    • Instrumental = É um instrumento para pensar corretamente.
    • Formal = Ocupa-se com a forma do raciocínio e não com o conteúdo.
    • Normativa = Fornece princípios, leis e normas do pensamento verdadeiro.
    • Doutrina da prova = Permite comprovar a veracidade de um raciocínio.
    • Geral e atemporal = É universal e necessária, portanto exata.

  • A Lógica formal tem por objetivo estudar as proposições, que são frases que expressam um juízo, que é o ato de concordar/discordar, afirmar/negar algo. Por exemplo:
    • Susana é professora. ( S é P, onde S = sujeito e P = predicado).
    • Alexandre não é casado. ( S não é P).

  • O elemento básico da lógica de Aristóteles é o Silogismo (raciocínio), que se constitui de:

    • 1ª premissa -        Todo homem é mortal.
    • 2ª premissa -        Sócrates é homem.
    • Conclusão -          Logo, Sócrates é mortal.        

  • Sendo que a conclusão deve, necessariamente decorrer da combinação das duas premissas, que precisam ser evidentes por si mesmas.

Aula 6. A Lógica Aristotélica: Os princípios e o quadrado dos opostos.

  • Os três princípios lógicos fundamentais:

    • Princípio de identidade = Um ser é sempre idêntico a si mesmo.
                                                ( A é A) ou ( A = A).
    • Princípio da não-contradição = É impossível que um ser  seja e não seja idêntico a si mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação. (A é A e A não é A = impossível).

    • Princípio do terceiro excluído = Dadas duas proposições com o mesmo sujeito e o mesmo predicado, sendo uma afirmativa e outra negativa, uma delas é necessariamente Verdadeira e a outra necessariamente Falsa, não havendo uma terceira possibilidade. ( A é A ou A não é A)

  • Exemplos:
    • Todos os gatos são animais.                  
    • As aves são animais.                               
    • Logo, todos os gatos são aves.    
(Incorreto, fere o princípio de identidade)      

                * Nenhum professor é bonzinho.
              * Asdrúbal é professor.
              * Logo, alguns professores são bonzinhos. 
             ( Incorreto, fere o princípio da não-contradição)

  • Os lógicos medievais criaram uma figura conhecida como o quadrado dos opostos, que busca sistematizar as relações entre proposições, ou seja, como se relacionam entre si os quatro tipos básicos de proposições








        

OBS: Nos casos das proposições contraditórias, quando uma é verdadeira a outra é sempre falsa, e vice-versa.     

Aula 7. O silogismo científico e a lógica simbólica.

  • Para que um silogismo possa ser considerado válido ou científico deve obedecer quatro regras, conforme elas as premissas devem ser:

    • Verdadeiras – E não apenas possíveis.
    • Primárias – Indemonstráveis, óbvias.
    • Inteligíveis – São evidentes, entendíveis.
    • Causa – Causa necessárias da conclusão.

Exemplos:
1ª premissa – O todo é um conjunto inteiro.
2ª premissa – O conjunto inteiro é formado por partes.
Conclusão – Logo, o todo é maior do que as partes.

1ª premissa – As retas r e p são paralelas.
2ª premissa – As paralelas nunca se tocam.
Conclusão – Logo, as retas r e p nunca se tocam.


  • A matemática possui símbolos próprios, inconfundíveis, universais; a Lógica também deveria ser uma linguagem perfeita, totalmente purificada das ambiguidades da linguagem cotidiana.

  • Segundo o alemão Leibniz e o inglês Hobbes, “o raciocínio é um cálculo”, ou seja, quando raciocinamos, simplesmente somamos, subtraímos, multiplicamos ou dividimos ideias, cabendo à Lógica estabelecer as regras universais desse cálculo.


  • O matemático alemão Gottlob Frége (1848/1925) contruiu uma linguagem simbólica artificial baseada em símbolos e regras gerais.

  • Símbolos:
    • Ʌ =  e.
    • V  =  ou.
    • →  =  se … então, ou implica em…
    • ↔ =  se e somente se…
    • ≈  =  não.
    • Є, Ɇ  =  pertence, não pertence.

Exemplos:  Todo homem é mortal.    ( A  Є  B)
                   Sócrates é homem.         ( X  Є  A).
        Logo, Sócrates é mortal.  (X)  ( X  Є  A)        ( X  Є  B). (Lê-se: para todo X, X pertence a A implica que X pertence a B).

                   Se Deus existe, o mal não existe.
                   Mas, o mal existe.
                   Logo, Deus não existe.
     
                   ( A ≈ B), (mas B)             (logo, ≈ A).

  • A lua é quadrada e a neve é branca.  (A  Ʌ  B).
  • A lua é quadrada ou a neve é branca.  (A  V  B).
  • Se a lua é quadrada então a neve é branca.  ( A          B).
  • A lua é quadrada somente se a neve é branca.  (A        B).
  • A lua não é quadrada.  (≈ A).

Aula 8. O cálculo proposicional.

  • A lógica moderna transforma uma proposição em uma equação entre um sujeito e um predicado.
  • O cálculo proposicional consiste em estabelecer os procedimentos pelos quais podemos determinar a verdade ou a falsidade de uma proposição, de acordo com sua ligação com outras proposições. 











sexta-feira, 25 de março de 2016

Resumo Filosofia 1º médio ETIP (1º trim)

Aula 1. O que é Filosofia?

1.    As evidências do cotidiano:

  • Em nosso cotidiano fazemos muitas ações, estamos sempre agindo, nos comunicando, afirmando, negando, perguntando, avaliando,…

  • Uma simples pergunta ou afirmação contém silenciosamente várias crenças não questionadas por nós, por exemplo:

  • Que horas são? Que dia é hoje?
(acredito que o tempo existe e que pode ser medido).

  • Vejo que o fogo sempre queima o papel.
(acredito em relações de causa e efeito, numa realidade causal).

  • Chamo alguém de mentiroso.
(acredito que verdade é diferente de mentira e que a mentira é uma coisa ruim).

  • Nossa vida cotidiana é toda feita de crenças silenciosas, da aceitação de evidências que nunca questionamos por que nos parecem naturais, óbvias.


2.    A atitude filosófica: crítica e reflexão:

  • Podemos substituir as questões anteriores por outras:

    • O que é o tempo? Existe a eternidade?
    • O que é causa? O que é efeito? Qual a relação entre causa e efeito?
    • O que é a verdade? O que é a mentira?
    • Quais critérios usamos para decidirmos sobre a verdade?


  • Alguém que tomasse essa decisão estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo, teria passado a investigar o que são as crenças e os sentimentos que alimentam silenciosamente, nossa existência, estaria começando a adotar uma atitude filosófica.

  • Assim, uma primeira resposta à pergunta “O que é filosofia?” Poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos, jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido de modo sistemático, com rigor, coerência e lógica.

  • Concluindo, ter uma atitude filosófica ou crítica é dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, é uma interrogação sobre o que são as coisas e o porquê de tudo.

  • Qual seria a utilidade da filosofia?

    • Abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum, buscando compreender o sentido das criações humanas, sendo conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos.

Extraído de: Chauí, Marilena. Convite à filosofia, Ed. Ática, São Paulo, 1995.


Aula 2. Filosofar é inevitável!

·         A Filosofia surgiu na antiga Grécia, no século VI a.C., seu significado original é:

o   Filo – Aquele que ama.
o   Sofia – Sabedoria.  

·         As crenças e os valores que temos influenciam nossa visão da vida, do homem e do mundo, esta visão torna-se natural, óbvia, inquestionável, sendo considerada uma Verdade.

·         Ter uma atitude filosófica implica em rever nossos conceitos, mas como fazer isso?

·         Perguntando (o que, como, por que, ...), logo, saber perguntar é fundamental!

·         Todos podem ter uma atitude filosófica, afinal as perguntas nunca acabam, o que muda  são as várias formas de respondê-las. 

·         
Questionamentos: 
      - Compreensão da realidade
      - Encontrar uma razão de ser.
      - Solução dos mistérios.
      - O sentido da vida.

REFLEXÃO - - - - - FILOSOFIA  

·     pensamento crítico é a base da filosofia, devemos buscar outros significados além do óbvio, do evidente.

·         Todos os seres humanos são racionais, basta desenvolver o seu potencial e usar a filosofia como base da autonomia.  

·       PROBLEMAS E QUESTÕES
·      POSSIBILIDADES
·     RAZÃO CRÍTICA
·   AUTONOMIA



·    Entende-se a filosofia como análise, reflexão e crítica; ela é a busca do fundamento e do sentido da realidade em suas múltiplas formas. A filosofia não é  ciência, não é religião e nem arte, mas é uma reflexão crítica sobre todas as coisas.

            ·     OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 11, 12 e 13.



Aula 3. Arte e filosofia: sensibilidade e razão.

·        “O artista é aquele que fixa e torna acessível aos demais humanos o espetáculo de que participam sem perceber.” (Merleau-Ponty).

  • ARTE: O prazer estético, efeito na alma, sensibilidade.
  • FILOSOFIA: Racionalidade lógica, conceitos e teorias, entendimento.
  • AMBAS: Reflexão sobre a realidade, mas por óticas diferentes.                              


·        São atividades distintas, porém ambas partem da mesma necessidade, a de dar significados, buscam construir sentidos da vida, da natureza e do ser.

·        A Arte ensina à filosofia os limites e as consequências do pensamento racional.

·        A Filosofia ensina à arte os limites da sensibilidade pura e seus desequilíbrios.

·        A visão do artista transcende e supera o saber do senso comum.

·        O filósofo se preocupa com o sentido das palavras, o artista com sua prática e efeito na alma.

·        OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 13, 14, 17 E 18 e 22 (síntese)



Aula 4. Mito e Filosofia.

  • A Filosofia nasceu de uma reformulação e de uma racionalização das antigas narrativas míticas, transformando-a numa nova explicação. A filosofia rompeu com a atitude de crença nos mitos, porém manteve a ideia de busca da verdade, de explicações sobre o mundo e os homens.

  • Todos os povos possuem mitos: gregos, nórdicos, egípcios, árabes, chineses, indigenas brasileiros; os mitos podem ser entendidos como uma forma de compreensão do mundo pelo imaginário popular.

  • A imaginação mítica explica e aproxima o mundo natural, o mundo sobrenatural e o mundo cultural

  • Mitos: 
    • Crenças que servem de referência para a própria identidade.
    • Não são meras ilusões, mas uma primeira forma de compreensão.
    • Frutos da memória coletiva, base em sentimentos (medo, desejo, paixão).
    • Constroem significados, buscam compreender quem somos.
  • Mito = É uma forma de buscar explicações, geralmente sobrenaturais, de diversos aspectos da realidade, como por exemplo: a origem do mundo e dos povos, as causas dos fenômenos naturais, as soluções de problemas pessoais,…

  • Lenda = É uma narrativa fantasiosa na qual os fatos históricos são distorcidos, transformados pelo tempo e pela imaginação popular.

  • Os mitos e a crença nos deuses e heróis ainda se fazem presentes atualmente, sob novos nomes e formas, mudando de função. Não são mais fonte de explicação da realidade e sim um aspecto específico da tradição cultural.

  • Diferenças entre mito e filosofia:
  • Mito:  
  • Narra como as coisas eram num passado distante.
  • Narra a origem das coisas através do sobrenatural.
  • Não se importa com contradições ou com o incompreensível.
  • A crença no mito vem da autoridade de quem o conta.
  • Filosofia:  
  • Busca explicar como e por que as coisas são como são.
  • Explica a produção natural das coisas.
  • Não admite contradições, exige explicações coerentes e lógicas.
  • A autoridade das ideias vem da razão universal.
 


  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 25, 26, 27 e 28.

Aula 5. Cosmogonia, teogonia e cosmologia.

  • Homero: poeta grego que dominou e alimentou o espírito e a imaginação grega durante gerações. Suas principais obras são a Ilíada e a Odisseia.

  • A Ilíada narra o último ano da guerra de Tróia (Ílion), seus principais personagens são: Aquiles, Agamenon, Pátroclo, Ulisses, Ajax (gregos) e Heitor, Príamo, Páris, Enéias (troianos).Todos os personagens representam estereótipos de virtudes ou de vícios.

  • A Odisseia narra o retorno do rei Ulisses (Odisseu) para Ítaca após a guerra de Tróia, Posseidon, o rei dos mares se vinga de Ulisses fazendo-o se perder no mar durante dez anos. A história realça a inevitabilidade do destino, imutável.

  • Estes textos formavam a base da educação grega, tanto da educação oficial, como da vida cultural dos cidadãos comuns.

  • Cosmogonia: Explicações simbólicas e metafóricas sobre as origens do Universo.

  • Teogonia: Explicações mitológicas sobre a origem dos deuses.

  • Cosmologia: Explicações baseadas no uso da razão humana, busca os princípios gerais e universais do Cosmos.

  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 28, 29, 30, 31 e 34 (síntese).

Aula 6. O Teatro grego e a Filosofia.

  • O Teatro grego teve início nas festas e nos cultos ao deus Dionísio (deus do vinho, da alegria e da música), os rituais começavam com danças, cantos e pantomimas embalados pela música e pelo vinho.

  • Estes rituais de vertente religiosa deram origem às tragédias e as comédias gregas, musicais religiosos que já possuíam uma representação teatral, contando com a participação de poetas.

  • O Teatro não era apenas uma forma de lazer, ele tinha uma função estética e pedagógica, era uma forma de conhecimento, um ócio criativo. Fazia parte da formação do homem como pessoa e como cidadão, exigindo dos participantes um esforço de análise e de organização racional dos problemas humanos apresentados, unindo poesia, música e dança.

  • As tragédias gregas tinham como pano de fundo o homem dividido entre si mesmo e um destino que se abate sobre ele.

  • Principais características das tragédias:

    • A relação entre os seres humanos e os deuses. (tradições míticas).
    • O choque entre o caráter e o destino. (consciência da ambiguidade).
    • Acontecimentos aterrorizantes. (clima trágico, uma situação-limite).
    • Oposições temáticas: poder, saber e querer.(tensão trágica).

  • A reflexão do público gira em torno de destino infeliz do herói, seu sofrimento levam o espectador a refletir a tradição, sua vida, suas limitações e fraquezas.

  • A função da tragédia era produzir uma “catarse”, definida como purificação dos sentimentos de terror e compaixão, das emoções do público diante das paixões humanas representadas no palco. Ao se identificar na cena, o espectador se projeta nos personagens, experimentando emoções que o levam a libertação dos seus próprios sentimentos e tristezas.

  •  Aristóteles chamava a tragédia de “remédio da alma”.

  • Ao contrario, a comédia, com suas críticas e seu deboche dos valores sociais, oferecia gargalhadas para amenizar a insegurança e os temores do povo.

  • O teatro e a poesia mostravam à sociedade grega os valores essenciais, os jovens eram educados dentro desses padrões.

  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 37 a 44 e 48 (síntese).