sábado, 30 de julho de 2016

Resumo Filosofia 3º médio ETIP (2º trim)

Aulas 1/2. O Romantismo alemão.

  • Movimento filosófico, literário e artístico que se iniciou na Alemanha ao final do século XVIII e teve seu auge em toda a Europa do século XIX.
  • Grandes nomes: Fichte, Schelling e Hegel.
Principais ideias:

  • Reconhecimento do valor do sentimento como uma categoria espiritual inerente à natureza humana.
  • Ao contrário do Criticismo de Kant, que reconhece os limites da razão humana, o Romantismo entende a razão como uma força infinita que habita o mundo e o domina, a razão é a própria substância do mundo.
  • A razão é o princípio infinito da consciência, da atividade, da liberdade e da capacidade criadora.
  • As coisas finitas são manifestações do infinito, Schelling vê no mundo a obra de arte da Razão absoluta.
  • O idealismo e o positivismo são vertentes do romantismo, que torna a ciência, a razão e o espírito infinitos.
Características:

  • Otimismo: convicção de que a realidade é o que deveria ser, é a sua melhor forma. 
  • Providencialismo: A história é o processo necessário no qual se manifesta ou se realiza a própria razão infinita, nada é inútil ou irracional, tudo faz parte de um progresso necessário.
  • Tradicionalismo: O romantismo reconhece todos os momentos da história como bons, regressa ao passado e o exalta. As instituições históricas (Estado, Igreja) são dotadas de valor absoluto e destinadas à eternidade.
  • Titanismo: O culto do infinito reconhece o caráter insuportável de tudo o que é finito, exalta a rebelião contra tudo o que é limite, regra. O nome vem do titã Prometeu da mitologia grega.
  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas 40 a 43 (só as partes grifadas).

Aula 3. Georg W. F. Hegel (Alemanha, 1770 – 1831).

·         Formado em filosofia e teologia, preceptor e professor universitário, com o sucesso de suas ideias passa a ser o filósofo oficial do Estado prussiano e a grande referência da cultura alemã.

·         Principais obras: Fenomenologia do espírito (1807), A ciência da lógica (1812) e a Enciclopédia das ciências filosóficas (1817) e textos sobre direito, história, arte e religião.

·         A visão de Napoleão Bonaparte em 1806 causou profunda impressão em Hegel: “vi o imperador, essa alma do mundo, cavalgar através da cidade, é um sentimento maravilhoso contemplar tal indivíduo que, montado a cavalo, abraça o mundo e o domina”.

·         Para Hegel, ‘aquilo que é racional é real, e aquilo que é real é racional’. Esta frase expressa a necessária, total e substancial identidade da realidade com a razão.

·         O finito se dissolve no infinito e aquilo que é, é apenas o infinito. (Tudo é Deus).

·         Essa união entre realidade e ideia eliminaria o problema da correspondência entre as ideias na mente e as coisas fora dela e daria uma solução ao problema da verdade.

·         A mente humana deve elaborar conceitos a partir do conteúdo real que a experiência sensível fornece, com isso: o objetivo do Direito é a justificação racional da realidade política e o objetivo da psicologia é a justificação racional da realidade psíquica.

·         Toda coisa que é, é necessariamente aquilo que é, o saber é um saber necessário, é ciência, e a ciência é uma atividade dialética, a realidade é um processo dialético.

·         DIALÉTICA HEGELIANA: TESE + ANTÍTESE = SÍNTESE.

·         A dialética é a lei do desenvolvimento da realidade, é a maneira como a Razão se reconhece na realidade.

·         Da oposição entre duas ideias opostas, uma a favor e outra contrária surge uma evolução através da síntese, e assim o saber humano evolui.

·         Podemos citar como exemplo as relações históricas entre os senhores e os escravos, para Hegel esta foi uma relação social racional, necessária para a evolução econômica da humanidade.

  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas 43 a 45 (só as partes grifadas).

Aula 4. Razão e consciência.

·         A questão filosófica central dos pensadores do século XIX e do início do século XX é a dos limites existentes entre a razão e a consciência.

·         “O coração tem razões que a própria razão desconhece”. (Blaise Pascal)

·         A razão científica não é capaz de explicar e resolver todos os problemas e situações humanas, questiona-se a crença na superioridade da razão como principal critério de humanização e de superioridade do homem, crença essa que busca justificar o domínio sobre a natureza, os homens e culturas.

·         Até que ponto a razão científica (criadora) é capaz de orientar a vontade e os desejos humanos?

·         Os homens se julgam racionais, mas são capazes de cometer atos terríveis, verdadeiras atrocidades e justificá-las em nome da razão, existem inúmeros exemplos históricos disso: a escravidão dos africanos, o massacre dos índios americanos, as guerras religiosas, o holocausto dos judeus, as bombas atômicas no Japão, os massacres étnicos na Bósnia.

·         O ser humano é realmente civilizado? A razão humana tem algum poder sobre as emoções?

·         Se entendermos a civilização como uma manifestação cultural, então a evolução cultural da humanidade pode nos dar pistas preciosas sobre essa questão.

·         A ideia da cultura como formação humana, chamada de Paideia, surge entre os antigos gregos, que entendiam a educação num contexto mais amplo, não se educa alguém só com teorias e ideias, mas também com a arte, a justiça, a beleza e a política.

·         A partir do Iluminismo, no século XVIII, a ideia de civilização adquire um sentido universal sob o domínio da razão.

·         As criações humanas não estão associadas apenas à razão, mas a valores morais e espirituais que influenciam decisivamente o comportamento das pessoas.

·         Para Hegel, a cultura é uma produção histórica que se desenvolve a partir das relações dos homens com os outros e com a natureza, em um processo de criação cultural.

·         A cada período histórico, o Espírito ou razão universal produz uma cultura determinada, que exprime o estágio de desenvolvimento espiritual e racional da Humanidade num progresso contínuo.

  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas 55 a 58 (só as partes grifadas). 

Aula 5. A crítica à consciência: Marx e Freud.

·         O materialismo histórico de Karl Marx pode ser considerado uma crítica à tendência de superioridade racionalista.

·         Materialismo histórico: Concepção marxista segundo a qual os acontecimentos históricos e as relações sociais eram determinados pelas condições materiais de existência, que incluíam o trabalho e a luta de classes.

·         O sistema capitalista se desenvolveu e se expandiu a partir da exploração dos trabalhadores pelas classes dominantes, sua ideologia faz as pessoas entenderem a exploração como algo natural, histórico, tornando-as alienadas.

·         A alienação no sentido marxista faz os indivíduos perderem a consciência da própria vida e serem engolidos pelas diretrizes do sistema capitalista.

·         Conclusão óbvia: somos todos manipulados pelo sistema opressor capitalista, vivemos uma ilusão social.

·         A psicanálise de Sigmund Freud também contribuiu decisivamente para o desencanto com a razão humana.

·         Freud divide a estrutura psíquica em três partes:

o   Consciente – Conjunto de fatos psíquicos de que temos conhecimento imediato.
o   Subconsciente – Conjunto de fatos psíquicos que estão latentes e podem facilmente aflorar à consciência através da memória ou do desejo.
o   Inconsciente – Conjuntos de fatos psíquicos que não podem ser trazidos à consciência nem pela vontade, nem pela memória, podem surgir nos sonhos e nas neuroses.

·         Com a ideia de inconsciente, Freud mostra que o homem não se define pela racionalidade, e sua mente não se caracteriza apenas pela consciência.

·         Ela é determinada por desejos e impulsos de que não temos conhecimento e que, embora reprimidos, permanecem na mente e manifestam-se em nosso comportamento.


Aula 6. A crítica à moral: Friedrich Nietzsche (Alemanha, 1844 – 1900)

·         Filho de pastor protestante e professor de filologia clássica (estudo das origens culturais das palavras e das formas literárias) na Universidade da Basileia na Suíça.

·         Profundo estudioso dos antigos gregos, tinha verdadeira admiração pela cultura clássica.

·         Influências teóricas de A. Schopenhauer (ateísmo e pessimismo com a miséria humana) e do músico Richard Wagner (expressão musical das tragédias gregas).

·         Nietzsche viveu intensamente a filosofia, para ele o filósofo deveria ser um artista e um médico, sua investigação é subjetiva e autobiográfica.

·         “Todos os grandes problemas exigem um grande amor e só espíritos rigorosos, claros e seguros são capazes de tal, pois os grandes problemas não se deixam apreender pelos débeis e pelos seres com sangue de rã.” (A Gaia ciência, § 345).

Principais ideias:

·        A tragédia grega é o ápice da perfeição artística, mas começou sua decadência com o advento do Racionalismo.

·        O homem é o criador dos valores, mas esquece de sua própria criação e vê neles algo de transcendente, de eterno e verdadeiro, quando os valores não são mais do que algo humano, demasiado humano.

·        O cristianismo, a metafísica e o racionalismo são a manifestação da decadência humana, isto é, da fraqueza e da negação da vida.

·        A vida é dor, luta, destruição, crueldade, incerteza, erro. É a própria irracionalidade, não tem ordem nem finalidade, o acaso a domina. Podemos ter diante da vida uma atitude de renúncia (fuga, ascetismo cristão) ou de aceitação (exaltação, superação do homem).

·        Todos os valores fundados na renúncia e na diminuição da vida, todas as chamadas virtudes que tendem a mortificar a energia vital e a destroçar e empobrecer a esperança e a vida, degradam o homem e são indignas dele.

·        É realmente virtude toda paixão que diz sim à vida e ao mundo. (Vontade de poder).

·         Nietzsche opera uma inversão de valores, o que sempre foi considerado um bem é na verdade um mal e vice-versa.


 
                                             TÁBUA DE VALORES


ESCRAVOS
SENHORES
MISÉRIA
RIQUEZA
DOR
PRAZER
FRAQUEZA
FORÇA
DEVER
LIBERDADE
TRANSCENDÊNCIA
IMANÊNCIA
HUMILDADE
ARROGÂNCIA
MORTE
VIDA
                                BEM               X                MAL


                                                                            OU

                              MAL               X                BEM




·         Para Nietzsche, a moral dos fracos foi inventada para controlar e dominar os fortes, eles invejam os fortes e como não conseguem ter e fazer o mesmo, procuram pela renúncia à vida e pelo sofrimento voluntário alcançar a felicidade em uma vida futura, eterna, após a morte.

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