terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Resumo Filosofia 3º médio 2018 ETIP (1º trim)


Aula 1. O Criticismo de Immanuel Kant (Alemanha, 1724 – 1804)



  • Nasce e vive a vida inteira em Konigsberg, professor universitário de Lógica e de metafísica, não se casou nem teve filhos, era um homem extremamente metódico, um cérebro que passou a vida investigando o universo espiritual do homem, à procura de seus fundamentos últimos, necessários e universais.



  • Principais obras: Prolegômenos a toda metafísica futura, Fundamentação da metafísica dos costumes, Crítica da razão pura, Crítica da razão prática, A religião dentro dos limites da razão,…



  • Com sua postura crítica Kant faz uma verdadeira Revolução copernicana em filosofia, invertendo o sentido da pesquisa filosófica, o objetivo da filosofia passa a ser investigar a Razão humana, seus limites e possibilidades, buscando responder a questão: Até onde posso ir com a razão sem a experiência sensível? (a razão pura).



  • Algumas de suas principais ideias:



    • Não conhecemos a realidade fora de nossa mente ( a coisa-em-si), só conhecemos os fenômenos, ou seja as coisas para nós. Pois todo conhecimento começa com a sensibilidade, passando pelo “filtro” da razão humana.
    • Tempo e espaço são as formas puras da sensibilidade, ou seja, são ferramentas mentais que existem sem a interferência dos sentidos. A intuição de tempo e espaço se dá a priori, antes da experiência sensível.
    • Existem várias categorias do pensamento: causalidade, contradição, identidade, qualidade, quantidade, finalidade,…
    • Só é possível fazer ciência com “Juízos sintéticos a priori”, ou seja, juízos que acrescentam algo à ideia inicial antes da experiência sensível.

  

Aula 2. Iluminismo: Luzes e trevas.



  • A Ilustração ou Iluminismo é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele é o próprio responsável. A menoridade é a incapacidade de fazer uso do seu próprio entendimento sem a condução de outro.



  • O homem é o próprio culpado dessa menoridade quando sua causa reside não na falta de entendimento, mas na falta de resolução e coragem para usá-lo sem a direção dos outros.



  • Não preciso pensar, se puder pagar, outros assumirão por mim o trabalho penoso. É muito difícil para um indivíduo isolado libertar-se da sua menoridade que, para ele, se tornou quase uma natureza.

Extraído de: KANT,Imannuel. Resposta à pergunta: “O que é ilustração?”



  • Sapere aude! (Ousai saber!): Tenha a coragem de usar seu próprio entendimento!  Este é o lema do Iluminismo.



  • Kant faz um apelo ao exercício autônomo da razão, à liberdade de pensamento ante o medo, a preguiça e a covardia humana, razões pelas quais uma grande parcela da humanidade permanece dependente de seus guardiões.
  • Para Kant, é muito cômodo ser imaturo, não ser crítico, deixar que outros façam isso por você. Dessa forma, ele afirma o uso da razão e da inteligência, o espírito crítico e a autonomia no uso das suas faculdades mentais como o caminho para a emancipação do homem. 



  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 11 a 16.



Aula 3. Kant e a crítica à metafísica.



  • Segundo Kant, temos a necessidade de “despertar do sono dogmático”, mas o que é isso?



  • É tomar como ponto de partida da metafísica a ideia de que existe uma realidade em si que pode ser conhecida pela razão, ou seja, a afirmação de que nossas ideias correspondem exatamente a uma realidade externa, que existe por si mesma.



  • Dogmático é aquele que aceita, sem exame e sem crítica, afirmações sobre as coisas e sobre as ideias. Despertar do sono dogmático é questionar, investigar a estrutura e o poder da razão, buscando seu alcance e seus limites.



  • Questões metafísicas: Existe uma verdade única? Ou múltiplas verdades? Como uma imagem pode suscitar várias interpretações? Quais os critérios para validar um conhecimento como verdadeiro?



  • A metafísica tradicional nos trás mais dúvidas que certezas, desde os antigos gregos e os medievais, passando por Descartes e Hume, a metafísica não conseguiu elucidar as grandes questões da humanidade. Ela é, porém, indispensável a raça humana.



  • A ética de Kant se funda na razão, seu princípio supremo da moralidade é chamado de Imperativo categórico: “Age unicamente segundo a máxima que possa querer que se torne uma lei universal.”, ou seja, para saber se sua ação é correta ou não, basta universalizá-la, o que aconteceria se todo o mundo fizesse igual?   



  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 16 a 21.



Aula 4. Liberalismo: a natureza do poder e do governo.



  • O pensamento liberal parte do princípio da igualdade dos homens como seres livres e de igual capacidade, elegendo o Estado como representante do povo na legitimação da igualdade de oportunidades entre os indivíduos que culminaria, consequentemente, na igualdade de todos perante a lei.



  • O Liberalismo é uma doutrina político-econômica que se refere à organização da vida social de acordo com certos valores fundamentais: a liberdade, os direitos individuais, o pluralismo político e o Estado de Direito.



  • Estado de direito é uma situação jurídica, ou um sistema institucional, no qual cada um é submetido ao respeito do direito, do simples indivíduo até a potência pública. Em outras palavras, o estado de direito é aquele no qual todos os cidadãos inclusive os mandatários políticos (na democracia: os eleitos) são submissos às leis promulgadas.



  • Os filósofos iluministas, criadores do Liberalismo, priorizam a investigação racional de todas as esferas da vida humana: social, política, econômica, religiosa e cultural.



  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 27 a 30.

  

Aula 5. O Jusnaturalismo moderno e o contrato social.



  • O Jusnaturalismo é um movimento que se desenvolve a partir do século XVI, com o objetivo de aproximar a lei civil da razão. Ele defende que o direito é natural, imutável, inviolável e universal. É visto como uma lei imposta pela natureza para tudo que existe.



  • Segundo o Jusnaturalismo, uma lei para ser lei deve ser justa. O movimento entende como justo tudo que existe em termos de ideal e do bem comum. O direito natural é a regulamentação necessária das relações humanas, a que se chega através da razão, sendo, pois, independente da vontade de Deus.



  • O fundamento de todo o Direito é a natureza humana, as regras universais devem ser descobertas por meio do estudo da natureza dos homens, em busca de um sistema unitário, completo e universal de direitos e deveres, comuns a todos.



  • Era uma ferramenta de suma importância que tinha a capacidade de impor limites ao Absolutismo Estatal. Também serviu de paradigma para as revoluções liberais, mas por ser considerado abstrato e metafísico, cedeu espaço para o surgimento do positivismo.



  • O Estado civil se estabelece a partir de um Contrato social, aonde as pessoas abrem mão dos direitos do Estado de natureza por meio de um pacto social que representa a vontade do conjunto dos indivíduos, por meio de uma legislação que busque harmonizar a vida coletiva. Essas leis representam a “vontade geral.”



  • Com isso, o Direito natural (à vida, a liberdade e a propriedade) se transforma em Direito civil ou positivo.



  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 31 a 34.

 Aulas 6/7. O Romantismo alemão.



  • Movimento filosófico, literário e artístico que se iniciou na Alemanha ao final do século XVIII e teve seu auge em toda a Europa do século XIX.



  • Grandes nomes: Fichte, Schelling e Hegel.



Principais ideias:



  • Reconhecimento do valor do sentimento como uma categoria espiritual inerente à natureza humana.



  • Ao contrário do Criticismo de Kant, que reconhece os limites da razão humana, o Romantismo entende a razão como uma força infinita que habita o mundo e o domina, a razão é a própria substância do mundo.



  • A razão é o princípio infinito da consciência, da atividade, da liberdade e da capacidade criadora.



  • As coisas finitas são manifestações do infinito, Schelling vê no mundo a obra de arte da Razão absoluta.



  • O idealismo e o positivismo são vertentes do romantismo, que torna a ciência, a razão e o espírito infinitos.

Características:



  • Otimismo: convicção de que a realidade é o que deveria ser, é a sua melhor forma.



  • Providencialismo: A história é o processo necessário no qual se manifesta ou se realiza a própria razão infinita, nada é inútil ou irracional, tudo faz parte de um progresso necessário.



  • Tradicionalismo: O romantismo reconhece todos os momentos da história como bons, regressa ao passado e o exalta. As instituições históricas (Estado, Igreja) são dotadas de valor absoluto e destinadas à eternidade.



  • Titanismo: O culto do infinito reconhece o caráter insuportável de tudo o que é finito, exalta a rebelião contra tudo o que é limite, regra. O nome vem do titã Prometeu da mitologia grega.



  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas 43 a 46.



Aula 8. Georg W. Friedrich Hegel (Alemanha, 1770 – 1831).



  • Formado em filosofia e teologia, preceptor e professor universitário, com o sucesso de suas ideias passa a ser o filósofo oficial do Estado prussiano e a grande referência da cultura alemã.



  • Principais obras: Fenomenologia do espírito (1807), A ciência da lógica (1812) e a Enciclopédia das ciências filosóficas (1817) e textos sobre direito, história, arte e religião.



  • A visão de Napoleão Bonaparte em 1806 causou profunda impressão em Hegel: “vi o imperador, essa alma do mundo, cavalgar através da cidade, é um sentimento maravilhoso contemplar tal indivíduo que, montado a cavalo, abraça o mundo e o domina”.



  • Para Hegel, ‘aquilo que é racional é real, e aquilo que é real é racional’. Esta frase expressa a necessária, total e substancial identidade da realidade com a razão.



  • O finito se dissolve no infinito e aquilo que é, é apenas o infinito. (Tudo é Deus).



  • Essa união entre realidade e ideia eliminaria o problema da correspondência entre as ideias na mente e as coisas fora dela e daria uma solução ao problema da verdade.



  • A mente humana deve elaborar conceitos a partir do conteúdo real que a experiência sensível fornece, com isso: o objetivo do Direito é a justificação racional da realidade política e o objetivo da psicologia é a justificação racional da realidade psíquica.



  • Toda coisa que é, é necessariamente aquilo que é, o saber é um saber necessário, é ciência, e a ciência é uma atividade dialética, a realidade é um processo dialético.



  • DIALÉTICA HEGELIANA: TESE + ANTÍTESE = SÍNTESE.



  • A dialética é a lei do desenvolvimento da realidade, é a maneira como a Razão se reconhece na realidade.



  • Da oposição entre duas ideias opostas, uma a favor e outra contrária surge uma evolução através da síntese, e assim o saber humano evolui.



  • Podemos citar como exemplo as relações históricas entre os senhores e os escravos, para Hegel esta foi uma relação social racional, necessária para a evolução econômica da humanidade.
  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas 46 a 49.

Resumo Filosofia 2º médio ETIP (1º trim)


Aula 1. Filosofia medieval: introdução e patrística.


  • Durante o período medieval a filosofia sofre a influência direta do pensamento religioso, cristãos, judeus e árabes muçulmanos elaboram sistemas e doutrinas que buscam explicar as relações entre os homens e Deus, Jeová ou Alá.

A filosofia cristã

  • Tem início com as epístolas de São Paulo e o evangelho de João, no século I.

  • Objetivo: Conduzir a humanidade à compreensão da verdade revelada por Cristo, buscando seu autêntico significado.

  • Divide-se em duas fases:     Patrística – Do século I ao século VII

                                  Escolástica – Do século VIII ao século XIV


  • Patrística – Teve por finalidade organizar a doutrina cristã para garantir a unidade da comunidade de fiéis e defender o Cristianismo dos adversários pagãos.

  • Principais nomes: Justino, Orígenes, Gregório de Nisa e Santo Agostinho.

  • Grandes momentos históricos do Cristianismo:

    • 313 – Edito de Milão – O imperador romano Constantino decreta liberdade de culto aos cristãos.
    • 325 – Concílio de Nicéia – Reunião para discutir a natureza do pai e do filho e a celebração da páscoa.
    • 381 – Concílio de Constantinopla I – Discussão sobre a divindade do Espírito santo.
    • 391 – Edito de Tessalônica – O imperador Teodósio decreta o Cristianismo a religião oficial do Império romano.

  • Os filósofos cristãos reconheciam nos maiores filósofos gregos os legítimos precursores do Cristianismo.
Que grande mudança ocorre na filosofia com o surgimento do Cristianismo?


    • Com o Cristianismo a filosofia deixa de ser uma busca racional pela verdade, afinal já temos em mãos a verdade revelada, cabe à filosofia apenas entendê-la.

  • Ver apostila Pitágoras, páginas 12 a 19.

Aula 2. As traduções da Bíblia cristã.


  • Bíblia, palavra grega que quer dizer “os livros”, refere-se à coleção de textos religiosos de valor sagrado para o cristianismo.

  • O Antigo testamento ou bíblia judaica começou a ser escrito por vários autores a partir do século VI a.C., durante o cativeiro dos hebreus na Babilônia, foi escrito em hebraico e aramaico.

  • Por volta do século III a.C. foi feita uma tradução da bíblia judaica para o grego, tarefa encomendada a 72 sábios em Alexandria, no Egito. Esta tradução ficou conhecida como “Septuaginta”.

  • O novo testamento ou evangelho ( que em grego significa: boas novas) começou a ser escrito no século I da era cristã na antiga Palestina, então parte do Império romano. A primeira versão foi escrita em latim antigo, foi a “Vetus latina”, embora houvesse também textos em grego.

  • A primeira grande organização sistemática dos textos bíblicos ocorreu com S. Jerônimo no século IV, ele leu, analisou e meditou sobre os textos anteriores e criou a tradução latina chamada “Vulgata”, aprovada pelo Sínodo de Hipona em 393. Foi considerada a versão oficial da Bíblia católica, passou por uma revisão na década de 70 e aprovada em 1979 pelo papa João Paulo II a “Nova vulgata”.

O número de livros da Bíblia nas várias versões:


HEBRAICA
CATÓLICA
PROTESTANTE
ORTODOXA
Antigo Testamento
37
45
39
51
Novo Testamento
_
27
27
27
TOTAL
37
72
66
78


·         O concílio de Nicéia em 325 rejeitou os chamados evangelhos apócrifos, textos anônimos escritos nos primeiros anos do Cristianismo, não reconhecidos como inspirados e portanto fora da lista oficial de livros da Bíblia.


·         Os apócrifos mais famosos são: Evangelho de Tomé, Evangelho de Maria Madalena, Evangelho de Pedro e Evangelho de Filipe, muitos deles tem importância histórica, pois contam como surgiu o cristianismo primitivo e fatos da infância e juventude de Jesus.


·         Calcula-se que existam pelo menos 94 evangelhos apócrifos, sendo 20 atos dos apóstolos e 11 apocalipses.


Aula 3. A Patrística medieval: Santo Agostinho (Numídia, 354 – 430).


  • Aurélio Agostinho, professor de retórica em Cartago, converteu-se ao cristianismo aos 32 anos, tornando-se o bispo de Hipona e um dos maiores teólogos da Igreja Católica, suas principais obras foram: Confissões (400), Sobre a Trindade (422), A cidade de Deus (426).

  • Agostinho cristianizou a filosofia de Platão, usando suas teorias para melhor explicar os dogmas da fé católica, ele racionalizou a fé cristã.

  • O homem não tem razão para filosofar, exceto para atingir a felicidade, que é fruto da intuição e da fé. É necessário compreender para crer e crer para compreender”, ou seja, a razão está a serviço da fé.

  • Deus é a verdade, é o ser que ilumina a razão e lhe fornece a norma e a medida de todos os juízos. Esta ideia é a base da Teoria da iluminação, que diz que sempre que alguém for ler algum texto sagrado, é preciso orar sinceramente a Deus pedindo que ele derrame sobre si a luz do entendimento.

  • Questão teológica: Se Deus é o autor de tudo e também do homem, da onde vem o mal?

  • Resposta: A realidade do mal contradiz a bondade perfeita de Deus, tudo o que é, é o bem, mas as coisas e as pessoas se corrompem, perdem o seu ser, se afastam do bem. O mal é o nada, é a ausência total do bem.

  • Suas ideias foram por muito tempo a doutrina fundamental da Igreja Católica, até hoje em dia alguns setores da Igreja e algumas escolas seguem seus ensinamentos.

  • Ver apostila Pitágoras, páginas 25 a 29.

Aula 4. A Escolástica cristã.


  • É o período em que a Igreja Romana dominava a Europa, coroava reis, organizava as cruzadas e criava as primeiras universidades.

Universidade de Bologna (Itália) em 1088,

Universidade de Paris (França) em 1170,

Universidade de Padova (Itália) em 1222,

Univ. de Napoli (1224), Siena (1242) e Pisa (1243), todas na Itália.

Univ. de Oxford (1249) e Cambridge (1284), ambas na Inglaterra.

Universidade de Coimbra (Portugal), em 1308.


  • A origem e o desenvolvimento da Escolástica estão intimamente ligadas à atuação dos professores universitários de filosofia e de teologia, com eles ocorre a sistematização do ensino destas disciplinas. Este processo se desenvolvia com duas formas básicas de ensino:

    • Lectio – Leitura e comentário de um texto consagrado.
    • Disputatio – Debates acalorados sobre um tema específico, consistia no exame de todos os argumentos possíveis a favor e contra uma tese, eram verdadeiras disputas retóricas.

  • O princípio de autoridade era o principal critério para definir se uma tese era verdadeira ou falsa. As principais autoridades eram:
    • A Bíblia, Platão, Aristóteles, um Papa, um santo, os grandes teólogos da Igreja.



  • Nomes da Escolástica:


                   * Cristãos: Abelardo, Santo Anselmo, São Tomás de Aquino,…

              * Árabes: Avicena, Averróis, Al-Gazali,…
               * Judeus: Maimônides, Bem-Levi, Ibn-Gebirol (ou Avicebron),…
  • O problema central da Escolástica era conciliar Fé e razão, buscando a compreensão plena da verdade revelada, o que levaria os homens à salvação.

  • Ver apostila Pitágoras, páginas 29 e 30.
  
Aula 5. A Escolástica: São Tomás de Aquino (Roccasecca, 1225-1274)


  • Monge dominicano, doutor em Teologia e professor na Universidade de Paris, teve uma vida inteiramente dedicada à meditação e ao estudo, autor de vasta erudição, suas principais obras foram:

  • Comentários sobre as sentenças (1253), O ente e a essência (1256), Súmula contra os gentios (1259), Questões sobre a alma (1264) e a Summa Theológica (1273).

  • Tomás via na filosofia aristotélica um alimento intelectual superior e se esforçava para adaptá-la à revelação bíblica.

  • A cristianização da filosofia aristotélica só veio a se tornar possível graças ao espírito analítico, à capacidade de ordenação metódica e à habilidade dialética de Tomás de Aquino, que ele aliava a um profundo sentimento da fé cristã.

  • Deus é o puro ato de existir, é o ser pleno, a perfeição pura, criador de tudo o que existe.

  • Segundo Aristóteles, o conhecimento humano começa com os sentidos, porém os sentidos não são suficientes para conhecer plenamente Deus, logo, é necessário demonstrar racionalmente sua existência.

·        As provas da existência de Deus (as cinco vias para Deus):


  1. A prova do movimento: Tudo o que se move é movido por outra coisa, e este por outra, e assim por diante. Mas, é impossível continuar até o infinito, logo, deve haver um primeiro motor, causa de todo o movimento, que é Deus.
  2. A prova da causa: Na série de causas das coisas, uma é causa da outra, também não podemos chegar ao infinito, logo, deve haver algo que é causa de tudo: Deus.
  1. A prova da necessidade: Todos os seres são contingentes, ou seja, não são necessários, podem ou não existir. Se nada é necessário, como explicar a existência de tudo? Logo, deve haver um ser necessário que criou tudo: Deus.

  1. A prova dos graus de perfeição: As coisas e as pessoas são mais ou menos perfeitas, há graus de perfeição nos seres, deve haver um ser que contenha em si o grau máximo de perfeição: Deus.
  1. A prova do sentido: As coisas naturais devem ter algum sentido, alguma ordem, nada existe por acaso, por acidente, logo deve haver alguma inteligência superior responsável pela ordem do mundo: Deus.

  • Ver apostila Pitágoras, páginas 31 a 33.

 Aula 6. A Summa Theológica de Tomás de Aquino.


  • Gigantesca obra teológica, levou 8 anos para ser escrita (de 1265 à 1273). Consta de 611 questões explicadas em mais de 3.400 artigos, todos seguindo a mesma estrutura lógica. Foi considerada a maior sistematização teológico-filosófica da Idade média.


  • A obra tem a seguinte estrutura lógica:

  1. Questão segundo o senso comum.
  2. Argumentos a favor da questão.
  3. Argumentos contrários.
  4. Solução da questão.
  5. Resposta às objeções.

·         Reprodução de um artigo da 1ª parte da Summa:


  • Summa Theológica – parte I – De Deus em si mesmo.

    • Questão II – Se Deus existe.


·         Artigo I – Se a existência de Deus é evidente.

Parece que a existência de Deus é evidente. 


a) Temos alguns conhecimentos naturais, Deus é natural.

b) Ao inteligir o nome de Deus, se entende o que é Deus.

c) Se algo é verdadeiro, sua existência também o é.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” (João:14,6)


Mas, em contrário: não se pode pensar o contrário do que é evidente, podemos pensar que Deus não exista, logo, não é evidente.



Solução: A frase “Deus existe” é evidente, pois o predicado se identifica com o sujeito; mas, como não sabemos exatamente o que é Deus, sua existência necessita ser demonstrada.



Resposta às objeções:

1.    Deus é a felicidade do homem, e o que naturalmente se deseja, se conhece. Mas, esta relação não é válida, pois as pessoas tem visões diferentes do que seja a felicidade.

2.    Quem ouve o nome de Deus não o identifica como o ser real, só podemos entender o significado de seu nome no intelecto. Se a existência de Deus fosse evidente, não existiriam ateus.

3.    A existência da verdade é evidente por si, mas não é evidente para nós, pois cada um pode ter a sua verdade.  










Resumo Filosofia 1º médio ETIP (1º trim)


Aula 1. O que é Filosofia?



1.    As evidências do cotidiano:



  • Em nosso cotidiano fazemos muitas ações, estamos sempre agindo, nos comunicando, afirmando, negando, perguntando, avaliando,…



  • Uma simples pergunta ou afirmação contém silenciosamente várias crenças não questionadas por nós, por exemplo:



  • Que horas são? Que dia é hoje?

(acredito que o tempo existe e que pode ser medido).



  • Vejo que o fogo sempre queima o papel.

(acredito em relações de causa e efeito, numa realidade causal).



  • Chamo alguém de mentiroso.

(acredito que verdade é diferente de mentira e que a mentira é uma coisa ruim).



  • Nossa vida cotidiana é toda feita de crenças silenciosas, da aceitação de evidências que nunca questionamos por que nos parecem naturais, óbvias.

  

2.    A atitude filosófica: crítica e reflexão:



  • Podemos substituir as questões anteriores por outras:



    • O que é o tempo? Existe a eternidade?
    • O que é causa? O que é efeito? Qual a relação entre causa e efeito?
    • O que é a verdade? O que é a mentira?
    • Quais critérios usamos para decidirmos sobre a verdade?



  • Alguém que tomasse essa decisão estaria tomando distância da vida cotidiana e de si mesmo, teria passado a investigar o que são as crenças e os sentimentos que alimentam silenciosamente, nossa existência, estaria começando a adotar uma atitude filosófica.



  • Assim, uma primeira resposta à pergunta “O que é filosofia?” Poderia ser: A decisão de não aceitar como óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores e os comportamentos, jamais aceitá-los sem antes havê-los investigado e compreendido de modo sistemático, com rigor, coerência e lógica.



  • Concluindo, ter uma atitude filosófica ou crítica é dizer não ao senso comum, aos pré-conceitos, é uma interrogação sobre o que são as coisas e o porquê de tudo.


  • Qual seria a utilidade da filosofia?



    • Abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum, buscando compreender o sentido das criações humanas, sendo conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos.



Extraído de: Chauí, Marilena. Convite à filosofia, Ed. Ática, São Paulo, 1995.





Aula 2. Filosofar é inevitável!



·         A Filosofia surgiu na antiga Grécia, no século VI a.C., seu significado original é:



o   Filo – Aquele que ama.

o   Sofia – Sabedoria.  



·         As crenças e os valores que temos influenciam nossa visão da vida, do homem e do mundo, esta visão torna-se natural, óbvia, inquestionável, sendo considerada uma Verdade.



·         Ter uma atitude filosófica implica em rever nossos conceitos, mas como fazer isso?



·         Perguntando (o que, como, por que, ...), logo, saber perguntar é fundamental!



·         Todos podem ter uma atitude filosófica, afinal as perguntas nunca acabam, o que muda  são as várias formas de respondê-las.


 ·         Questionamentos:
  • Compreensão da realidade.
  • Encontrar uma razão de ser.
  • Solução dos mistérios.
  • O sentido da vida.
              REFLEXÃO---------------FILOSOFIA

   

·         O pensamento crítico é a base da filosofia, devemos buscar outros significados além do óbvio, do evidente.



·         Todos os seres humanos são racionais, basta desenvolver o seu potencial e usar a filosofia como base da autonomia.

PROBLEMAS E QUESTÕES - POSSIBILIDADES - RAZÃO CRÍTICA

                                                  AUTONOMIA                                            



  • Entende-se a filosofia como análise, reflexão e crítica; ela é a busca do fundamento e do sentido da realidade em suas múltiplas formas. A filosofia não é ciência, não é religião e nem arte, mas é uma reflexão crítica sobre todas as coisas.



  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 11, 12 e 13.





Aula 3. Arte e filosofia: sensibilidade e razão.



·        “O artista é aquele que fixa e torna acessível aos demais humanos o espetáculo de que participam sem perceber.” (Merleau-Ponty).



        ARTE------------------AMBAS-------------------FILOSOFIA



·        O prazer estético---Reflexão sobre a realidade.---Racionalidade lógica.

·        Efeito na alma------Produtos de seu tempo.-------Conceitos e teorias.

·        Sensibilidade-------Óticas diferentes.---------------Entendimento.




·        São atividades distintas, porém ambas partem da mesma necessidade, a de dar significados, buscam construir sentidos da vida, da natureza e do ser.



·        A Arte ensina à filosofia os limites e as consequências do pensamento racional.



·        A Filosofia ensina à arte os limites da sensibilidade pura e seus desequilíbrios.



·        A visão do artista transcende e supera o saber do senso comum.



·        O filósofo se preocupa com o sentido das palavras, o artista com sua prática e efeito na alma.



·        OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 13, 14, 17, 18 e 24 (síntese).


 

Aula 4. Mito e Filosofia.



  • A Filosofia nasceu de uma reformulação e de uma racionalização das antigas narrativas míticas, transformando-a numa nova explicação. A filosofia rompeu com a atitude de crença nos mitos, porém manteve a ideia de busca da verdade, de explicações sobre o mundo e os homens.



  • Todos os povos possuem mitos: gregos, nórdicos, egípcios, árabes, chineses, indígenas brasileiros; os mitos podem ser entendidos como uma forma de compreensão do mundo pelo imaginário popular.



  • A imaginação mítica explica e aproxima o mundo natural, o mundo sobrenatural e o mundo cultural. 

  • Mitos:



  • Crenças que servem de referência para a própria identidade.

  • Não são meras ilusões, mas uma primeira forma de compreensão
  • Frutos da memória coletiva, base em sentimentos (medo, desejo, paixão).
  • Constroem significados, buscam compreender quem somos.
 

  • Mito = É uma forma de buscar explicações, geralmente sobrenaturais, de diversos aspectos da realidade, como por exemplo: a origem do mundo e dos povos, as causas dos fenômenos naturais, as soluções de problemas pessoais,…



  • Lenda = É uma narrativa fantasiosa na qual os fatos históricos são distorcidos, transformados pelo tempo e pela imaginação popular.



  • Os mitos e a crença nos deuses e heróis ainda se fazem presentes atualmente, sob novos nomes e formas, mudando de função. Não são mais fonte de explicação da realidade e sim um aspecto específico da tradição cultural.



  • Diferenças entre mito e filosofia:

  • MITO: Narra como as coisas eram num passado distante.
  • FILOSOFIA: Busca explicar como e porque as coisas são como são. 
  • MITO: Narra a origem das coisas através do sobrenatural.
  • FILOSOFIA: Explica a produção natural das coisas.
  • MITO: Não se importa com contradições ou com o incompreensível.
  • FILOSOFIA: Não admite contradições, exige explicações coerentes e lógicas.
  • MITO: A crença no mito vem da autoridade de quem o conta.
  • FILOSOFIA: A autoridade das ideias vem da razão universal. 
  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 27, 28, 29 e 30.



Aula 5. Cosmogonia, teogonia e cosmologia.



  • Homero: poeta grego que dominou e alimentou o espírito e a imaginação grega durante gerações. Suas principais obras são a Ilíada e a Odisseia.



  • A Ilíada narra o último ano da guerra de Tróia (Ílion), seus principais personagens são: Aquiles, Agamenon, Pátroclo, Ulisses, Ajax (gregos) e Heitor, Príamo, Páris, Enéias (troianos).Todos os personagens representam estereótipos de virtudes ou de vícios.



  • A Odisseia narra o retorno do rei Ulisses (Odisseu) para Ítaca após a guerra de Tróia, Posseidon, o rei dos mares se vinga de Ulisses fazendo-o se perder no mar durante dez anos. A história realça a inevitabilidade do destino, imutável.



  • Estes textos formavam a base da educação grega, tanto da educação oficial, como da vida cultural dos cidadãos comuns.



  • Cosmogonia: Explicações simbólicas e metafóricas sobre as origens do Universo.



  • Teogonia: Explicações mitológicas sobre a origem dos deuses.



  • Cosmologia: Explicações baseadas no uso da razão humana, busca os princípios gerais e universais do Cosmos.



  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 30, 31, 32, 33 e 38 (síntese).



Aula 6. O Teatro grego e a Filosofia.



  • O Teatro grego teve início nas festas e nos cultos ao deus Dionísio (deus do vinho, da alegria e da música), os rituais começavam com danças, cantos e pantomimas embalados pela música e pelo vinho.



  • Estes rituais de vertente religiosa deram origem às tragédias e as comédias gregas, musicais religiosos que já possuíam uma representação teatral, contando com a participação de poetas.



  • O Teatro não era apenas uma forma de lazer, ele tinha uma função estética e pedagógica, era uma forma de conhecimento, um ócio criativo. Fazia parte da formação do homem como pessoa e como cidadão, exigindo dos participantes um esforço de análise e de organização racional dos problemas humanos apresentados, unindo poesia, música e dança.



  • As tragédias gregas tinham como pano de fundo o homem dividido entre si mesmo e um destino que se abate sobre ele.



  • Principais características das tragédias:



    • A relação entre os seres humanos e os deuses. (tradições míticas).
    • O choque entre o caráter e o destino. (consciência da ambiguidade).
    • Acontecimentos aterrorizantes. (clima trágico, uma situação-limite).
    • Oposições temáticas: poder, saber e querer.(tensão trágica).



  • A reflexão do público gira em torno de destino infeliz do herói, seu sofrimento leva o espectador a refletir a tradição, sua vida, suas limitações e fraquezas.



  • A função da tragédia era produzir uma “catarse”, definida como purificação dos sentimentos de terror e compaixão, das emoções do público diante das paixões humanas representadas no palco. Ao se identificar na cena, o espectador se projeta nos personagens, experimentando emoções que o levam a libertação dos seus próprios sentimentos e tristezas.



  •  Aristóteles chamava a tragédia de “remédio da alma”.



  • Ao contrario, a comédia, com suas críticas e seu deboche dos valores sociais, oferecia gargalhadas para amenizar a insegurança e os temores do povo.



  • O teatro e a poesia mostravam à sociedade grega os valores essenciais, os jovens eram educados dentro desses padrões.



  • OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 41 a 48 e 54 (síntese).