sábado, 13 de maio de 2017

Resumo Sociologia 1º médio ETIP (2º trim)


Aulas 1/2. A construção da sociedade civil brasileira.



·         Sociedade civil refere-se ao conjunto das organizações e instituições cívicas voluntárias que servem como mecanismos de articulação de uma sociedade em funcionamento, por oposição às estruturas apoiadas pela força de um estado (independentemente de seu sistema político).



·         Para entendermos o processo de formação da sociedade brasileira, é necessário analisarmos sua evolução histórica.



A)   O Brasil colônia:



·         O processo de colonização do Brasil teve início em 1530 com a expedição de Martim Afonso de Sousa, os portugueses ocupam a terra, dominam os povos nativos e ainda trazem da África outro povo escravizado.



·         Inicia-se o período de produção de riquezas com a instalação dos primeiros engenhos de cana-de-açúcar, muitos portugueses vêm ao Brasil para administrar engenhos e ocupar cargos políticos.



·         A descoberta de ouro na região das Minas Gerais trouxe milhares de portugueses ao Brasil em busca de enriquecimento rápido, surgem novas cidades.



·         A sociedade civil brasileira ainda era tipicamente portuguesa, apresentando forte desigualdade social, pois os portugueses controlavam toda a vida colonial; mesmo com muitas pessoas nascidas no Brasil, as leis, as estruturas políticas e econômicas, e a cultura eram portuguesas.



·         Começava a surgir entre os brasileiros um forte sentimento de inferioridade, pois se consideravam portugueses de segunda linha.



·         O sentimento de pertencer a uma sociedade portuguesa fortaleceu-se ainda mais com a chegada da família real portuguesa ao Brasil em 1808.





B)   O Brasil império:



·         A independência do Brasil em 1822 ocorreu sob a liderança de um príncipe português, Dom Pedro, éramos um povo mestiço sob o controle de uma elite ainda portuguesa.



·         A partir da 1ª constituição do Brasil, outorgada em 1824, tem início um lento processo de transformação social.



·         A sociedade civil procurava tornar-se mais brasileira, porém ainda convivia com os modelos sociais europeus, o sentimento de inferioridade se manifestava de forma diferente, em uma valorização excessiva de tudo o que vinha da Europa.  





  

C)   O Brasil república:



·         Com a proclamação da república em 1889, o Brasil finalmente começa a se tornar brasileiro, porém ainda com muita influência social europeia.



·         Neste período houve poucas manifestações em grande escala da sociedade civil: as revoltas tenentistas, a comuna de Manaus, a morte de Vargas, a marcha da família com Deus pela liberdade, algumas greves localizadas e principalmente a campanha das Diretas já em 1984.



·         Alguns sociólogos defendem a ideia de que somos uma sociedade cordial, somos um povo pacífico, pois não passamos por grandes traumas históricos (revolução francesa ou russa), nos acostumamos a aceitar as coisas passivamente.



·         OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 34 a 37.





Aula 3. A análise de Sérgio Buarque de Holanda: “Raízes do Brasil”.



·         Sérgio Buarque (1902-1982), sociólogo paulista, autor de “Raízes do Brasil”, defende a tese da natural cordialidade brasileira.



·         A colonização portuguesa do Brasil se processou a partir de valores de aventura, em oposição à valorização do trabalho.



·         A aventura e a busca pela riqueza eram mais bem-vindas ao colono do que o trabalho rotineiro e bem organizado.



·         Havia uma verdadeira ânsia de prosperidade sem custo e sem esforço, uma busca desenfreada de títulos, posições e riquezas fáceis.



·         Principais características:



ü  Espírito de aventura – O gosto pelo risco, o desleixo com a organização.

ü  Ética do mérito pessoal – o culto à personalidade, ao carisma pessoal.

ü  Família patriarcal – o poder do senhor de terras e escravos era quase absoluto.

ü  O homem cordial – relações baseadas em aspectos emotivos, pessoais.

ü  Outras características – personalismo, clientelismo e patrimonialismo.



·         A análise histórica se faz necessária, pois muito do que somos hoje enquanto povo e nação se constituiu através de elementos presentes nas várias fases de nossa história.





Aula 4. A formação da identidade brasileira: Brasil brasileiro?



·         A sociedade brasileira possui características próprias reconhecidas como típicas de nosso país, e não só o carnaval, o futebol ou a feijoada, mas um padrão de comportamento específico.



·         Ao mesmo tempo em que somos reconhecidamente um povo alegre, festivo, receptivo e criativo, também somos conhecidos com o um povo desorganizado, passional, individualista e corrupto, sem esquecer nossa maior marca que é o “jeitinho brasileiro”, a malandragem típica vista por uns como negativa e por outros como positiva.





·         Temos uma sociedade civil recente, com aproximadamente 128 anos, em processo de amadurecimento, com características que queremos e precisamos mudar, tais como:



o   Elitismo – As classes sociais com mais renda defendem o interesse de poucos.

o   Complexo de inferioridade – Consideramos sempre o que vem de fora melhor.

o   Ausência de participação popular – A falta de um sentimento social e prioridade ao pessoal.



·         A ausência de preocupações sociais é um dos mais graves problemas que encontramos no Brasil, salvo algumas ações comunitárias de ajuda, que só avançam quando tem o apoio da grande mídia, é muito raro vermos atitudes sociais de sucesso, alguns chegam mesmo a desprezar e desconfiar de pessoas que se dedicam ao social, com raciocínios do tipo: “ele deve estar ganhando algum para fazer isso”.



·         Não existe um rumo certo, um projeto social de desenvolvimento, cada um vai levando sua vida, se importando apenas com as pessoas mais próximas, qualquer preocupação social é vista como uma ilusão, algo abstrato que não faz parte do cotidiano.



·         A sociedade civil brasileira nem sabe o que quer ser.

                                                                         

·         OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 38 e 39.





Aulas 5/6. Análise de ambientes culturais: A família.



·         Modelo tradicional de família: pai, mãe e filhos.



·         Aspectos importantes para a manutenção da família tradicional: fidelidade, exclusividade, garantia de propriedade.



·         Podemos conceber a instituição familiar como:



o   Organização natural – Se é algo natural, então qualquer forma diferente da tradicional é “anti-natural”, ou seja, errado.



o   Determinação divina – A família é obra de Deus: “o que Deus uniu o homem não separa.” Qualquer forma diferente pode ser considerado ‘pecado”.



o   Produto histórico-cultural – A família não é natural, nem divina, mas algo construído culturalmente, cada sociedade adota aquilo que é conveniente para sua cultura.



·         Funções:



           Transmissão dos padrões culturais vigentes.


           Desenvolvimento físico, psíquico e social.



           Absorção e manutenção de valores ideológicos.(*)


·         Influências:

 
           Fatores econômicos. Ex: a mulher no mercado de trabalho.



Meios de comunicação de massa. Ex: exposição constante na mídia.



          Instituições educacionais. Ex: aprendizagem cada vez mais precoce.







·         Segundo o psicanalista francês Jacques Lacan (Paris, 1901 – 1981), a família preside os processos fundamentais do desenvolvimento psíquico através de três mecanismos básicos.


·         A primeira educação:




          Os pais são os modelos de comportamento.



Os adultos tem poder sobre as crianças. (Autoridade).



         Dependência física e psicológica quase total.


·         Aquisição da linguagem:




       Ferramenta imprescindível para a sociedade.

                 

      Possibilita a compreensão da realidade.




·         A repressão do desejo:




           Ao nascer, a mãe é o mundo.



Tempo de espera para a satisfação dos desejos.



          Limites impostos pela realidade, lidar com as frustrações.

                                                     

         Repressão dos impulsos agressivos e eróticos. 





·         OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 47 e 48.





Aulas 7/8. Análise de ambientes culturais: a escola.



·         Instituição social que faz a mediação entre o indivíduo e a sociedade. Com a educação a criança se humaniza, se socializa, aumentando assim sua autonomia.



·         Evolução da escola:



 Antiguidade – O meio social educa, aprende-se fazendo.

           Idade média – Escola para as elites, religião e poder.

      Idade moderna – Ainda elitistas, porém mais técnicas.
            Revolução industrial – Universalização do ensino, preparo para o trabalho.

 Atualmente - Preparação visando suprir as necessidades sociais.





·         Principais problemas:





·         O abismo entre a escola e o meio social.



o   Ao buscar a proteção das crianças e dos jovens contra os perigos sociais, a escola substitui a realidade social por uma realidade escolar fechada, criando um distanciamento do cotidiano.

o   Com este modelo, a escola forma uma pessoa passiva perante o seu meio social, que não sabe aplicar os conhecimentos aprendidos para entender e atuar no mundo.
 



  

·         A discutível utilidade do saber escolar.



o   Segundo as teorias pedagógicas, o lugar social que o indivíduo ocupará na sociedade depende do grau de cultura que adquirir, atestando o saber através de diplomas, que se tornam passaportes para a vida social.

o   O grau de cultura adquirido pela pessoa depende do lugar social ocupado por sua família, depende de sua classe sócio-econômica.

o   Em muitos casos há um problema metodológico significativo: algumas escolas ensinam as respostas sem que se tenha feito perguntas, não há o estímulo para os alunos aprenderem a perguntar. Saber é perguntar e conhecer respostas.





·         Como preparar os alunos para a vida real?



o   A escola acredita que ao ensinar a cultura acumulada pela humanidade, conseguirá desenvolver nos alunos o que neles há de melhor.

o   A escola cria indivíduos à imagem e semelhança dos valores sociais dominantes.

o   A família ficou apenas com a formação moral de seus filhos, a escola vem substituindo as famílias na orientação para a vida sexual, profissional, social.

o   As regras e normas não podem ser ensinadas como verdades absolutas, mas como “acordos sociais” para melhorar nossas relações.

o   As rotinas escolares, as atividades e os conteúdos apresentados estão distantes da vida cotidiana dos alunos, que não vêem na escola qualquer utilidade para seu desenvolvimento.

o   Apenas o discurso da sociedade e a exigência do diploma na hora de obter um emprego melhor lhes dão a certeza de que é preciso insistir.

o   A vida escolar deve estar articulada com a vida social, é preciso injetar realidade na escola.

o   Ignorar as diferenças é trabalhar para aprofundá-las.

o   Valores básicos na sociedade capitalista como liberdade individual, autonomia, criatividade e capacidade de tomar decisões exigirão da escola uma abertura em seu conservadorismo e autoritarismo.

o   Nem todos os conhecimentos escolares têm aplicação imediata, são úteis porque desenvolvem a possibilidade de reflexão e aumentam nossa compreensão sobre a realidade que nos cerca, que deve ser a finalidade principal da escola.



·         OBS: Ver textos da apostila Pitágoras páginas: 48 e 49.


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