domingo, 20 de agosto de 2017

Resumo Filosofia 1º médio ETIP (3º trim)

Aulas 1/2. Platão de Atenas (428 – 347 a.C.)

  • Discípulo de Sócrates desde os 20 anos.

  • Crítica à democracia ateniense após o julgamento de Sócrates.

  • Escreveu 34 diálogos e 13 cartas, a maioria dos diálogos tem Sócrates como personagem principal representando a razão filosófica.

  • O conhecimento sensível é fonte de erro devido à natureza imperfeita, instável e corruptível da matéria.

  • Os objetos e as ações humanas são limitados, não chegam a contemplar as ideias plenas e perfeitas.

  • Platão divide a realidade em dois níveis:

    1. O mundo sensível - material, cópia imperfeita do mundo das ideias.

    1. O mundo inteligível – O mundo das ideias, o reino das formas, o ser.

  • Platão utiliza mitos e alegorias para demonstrar suas teorias, em seus diálogos três mitos são destacados:
    • A alegoria da Linha dividida.
    • O mito de Er, ou a teoria da reminiscência.
    • O mito da caverna.

  1. A alegoria da linha dividida:



          
  1. O mito de Er, ou a teoria da reminiscência:

  • Este mito, relatado no livro X da "República", conta a história de Er, um guerreiro que após morrer em batalha obteve permissão para voltar à vida, contando aos vivos o que se passava no além.
  • Segundo ele, as almas passavam por um processo aonde poderiam escolher a vida que teriam na Terra, após a escolha, esta era gravada na alma, tornando-se assim o destino desta alma, após isso era necessário passar pelas águas do rio Lethe, para esquecer a escolha feita.
  • Platão utiliza este mito para explicar nossa passagem pelo mundo das ideias e como não podemos fugir das consequências de nossas escolhas, devemos, portanto escolher sempre o bem.
  • Como consequência disso, para Platão, conhecer é lembrar-se das ideias plenas e perfeitas que já contemplamos um dia, quando estivemos no mundo das ideias.

  1. O mito da caverna:

·         Um dos mitos mais conhecidos de Platão é o da caverna, segue abaixo um desenho com os elementos básicos do mito.




·         Uma possível interpretação dos elementos:
o   O cativo - somos nós, o senso comum.
o   As sombras – a realidade física, aparente, o que achamos ser real.
o   O muro e os fantoches – a manipulação da realidade aparente.
o   O fogo – a fonte artificial da realidade aparente.
o   O mundo exterior – a verdadeira realidade, o mundo das ideias.
o   O sol – é a ideia do bem, a fonte da verdade.
o   O liberto – representa o filósofo, aquele que tem a coragem de olhar para outra direção, buscando a verdade e não se deixando guiar pelas sombras.

·         O mito, ou alegoria da caverna representa o difícil caminho rumo ao conhecimento verdadeiro; libertar-se do mundo sensível e contemplar as ideias do mundo inteligível são as difíceis missões do filósofo, encarregado de ensinar essa tarefa aos homens.

Aula 3. Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.) – Vida e obra.

  • Nasce na Macedônia, poderoso reino ao norte da Grécia.
  • Ingressa na Academia platônica aos 17 anos, foi aluno de Platão por 20 anos e um de seus mais brilhantes discípulos.
  • Morte de Platão em 347 a.C., Aristóteles sai da Academia por discordar dos rumos que a escola estava tomando. (místico e esotérico).
  • Aos 41 anos torna-se preceptor do jovem Alexandre Magno, filho de Felipe II, coroado rei sete anos depois.
  • Em 335 a.C. funda o Liceu em Atenas, o nome é uma homenagem ao deus Apolo.
  • Produziu escritos de: Lógica, Metafísica, Ética, Política e de várias outras áreas (economia, poética, física, história, matemática, biologia, psicologia,...)
 


O caráter sistemático e rigoroso de suas ideias o tornou a grande autoridade filosófica e científica dos medievais, ele era “o filósofo”, o construtor de uma teoria universal e permanente.

Aula 4. A ética aristotélica: a virtude.

  • Para os antigos gregos, a ética é um saber prático, para este saber, o agente, a ação e a finalidade de agir são inseparáveis.

  • Princípios da vida moral:

    1. Por natureza aspiramos ao bem e a felicidade, só atingidas pela virtude (grego: areté).
    2. A virtude é uma força interior do caráter, consiste na escolha consciente do bem.
    3. A conduta ética se refere ao que é possível e desejável para nós.
    4. A ação virtuosa é conseguida agindo conforme a razão (que conhece o bem) e a natureza (o Cosmos e a natureza humana).
    5. Julgamos uma ação ética pelos seus efeitos materiais, ou seja, pelas consequências reais.
    6. Dedicar-se ao conhecimento do bem é o que determina uma atitude ética.

  • Logo, segundo os antigos gregos é possível aprender a ser bom ou mal. Isso depende de dirigirmos nossas escolhas para a virtude ou para o vício.

  • Virtude:
    • Do grego areté – significando excelência.
    • Do latim virtus – significando força.

  • Sentido geral: Capacidade ou habilidade para fazer algo.
  • Sentido moral: Disposição firme e constante para a prática do bem. 

  • Tipos de virtudes:
    • Físicas – Força, resistência, agilidade,…
    • Intelectuais – Memória, criatividade, raciocínio lógico,…
    • Teológicas – Fé, esperança e caridade.
    • Morais – Coragem, moderação, calma, orgulho, honestidade, generosidade, justiça,…

  • O oposto da virtude é o vício, podemos pecar por falta ou por excesso. Por exemplo, a falta de coragem é a covardia, e o excesso de coragem é temeridade.


Aula 5. A política de Aristóteles (Macedônia, 384 – 322 a.C.)

  • A política deve ter por objetivo o Bem comum e a Justiça.

  • Justiça (ou excelência moral) – Disposição da alma para desejar e fazer o que é justo, bom e correto de forma habitual, é o exercício da virtude moral perfeita.

  • O Justo – Para Aristóteles a justiça pode ser aplicada de várias formas: distributiva, participativa e Corretiva, de acordo com a ocasião que se apresente. Deve ser regido pelo princípio da proporcionalidade, ou seja, a justiça se coloca como uma proporção justa, adequada, um meio-termo.

  • Exemplos: 
    • Distributiva – É justo uma pessoa receber um salário proporcional ao tempo, ao esforço e às necessidades materiais de sua família.

    • Participativa – É justo que todos os grupos sociais participem das assembléias, das decisões políticas, os grupos maiores têm direito a uma maior participação nas votações.

    • Corretiva – É justo punir um infrator de forma proporcional ao seu crime, restaurando ou compensando a perda da vítima.

  • Segundo Aristóteles, “o homem é um animal político.”, devido à sua natureza racional e ao domínio da linguagem, isso quer dizer que somos seres sociais, uns precisam dos outros para viver e os outros precisam de nós, estabelecemos relações de poder, logo, políticas.

  • Fonte de poder – A virtude, a natureza virtuosa.


Aula 6. Introdução à Lógica clássica.

  • A expressão “é lógico que…” indica para nós e para a pessoa com quem estamos falando que se trata de uma coisa evidente, óbvia, e portanto inquestionável.

  • A Lógica foi criada na Grécia antiga por Aristóteles (384 – 321 a.C.) como um instrumento para verificar a validade dos raciocínios, foi chamada por ele de Filosofia analítica.

  • As principais características da lógica são:

    • Instrumental = É um instrumento para pensar corretamente.
    • Formal = Ocupa-se com a forma do raciocínio e não com o conteúdo.
    • Normativa = Fornece princípios, leis e normas do pensamento verdadeiro.
    • Doutrina da prova = Permite comprovar a veracidade de um raciocínio.
    • Geral e atemporal = É universal e necessária, portanto exata.

  • A Lógica formal tem por objetivo estudar as proposições, que são frases que expressam um juízo, que é o ato de concordar/discordar, afirmar/negar algo. Por exemplo:
    • Susana é professora. ( S é P, onde S = sujeito e P = predicado).
    • Alexandre não é casado. ( S não é P).

Aula 7. A Lógica Aristotélica.

  • O elemento básico da lógica de Aristóteles é o Silogismo (raciocínio), que se constitui de:
 

    • 1ª premissa -        Todo homem é mortal.
    • 2ª premissa -        Sócrates é homem.
    • Conclusão -         Logo, Sócrates é mortal.       


  • Sendo que a conclusão deve, necessariamente decorrer da combinação das duas premissas, que precisam ser evidentes por si mesmas.


  • Os três princípios lógicos fundamentais:

    • Princípio de identidade = Um ser é sempre idêntico a si mesmo.
                                                ( A é A) ou ( A = A).

    • Princípio da não-contradição = É impossível que um ser  seja e não seja idêntico a si mesmo ao mesmo tempo e na mesma relação. (A é A e A não é A = impossível).

    • Princípio do terceiro excluído = Dadas duas proposições com o mesmo sujeito e o mesmo predicado, sendo uma afirmativa e outra negativa, uma delas é necessariamente Verdadeira e a outra necessariamente Falsa, não havendo uma terceira possibilidade. ( A é A ou A não é A)

  • Exemplos:

    • Todos os gatos são animais.           * Nenhum professor é bonzinho.
    • As aves são animais.                       * Asdrúbal é professor.
    • Logo, todos os gatos são aves.       * Logo, alguns professores são bonzinhos. 
(Incorreto, fere o princípio de identidade)     (Incorreto, fere o princípio da não-contradição)                                                           


Aula 8. O quadrado dos opostos da Lógica medieval e o silogismo científico.

  • Os lógicos medievais criaram uma figura conhecida como o quadrado dos opostos, que busca sistematizar as relações entre proposições, ou seja, como se relacionam entre si os quatro tipos básicos de proposições.




OBS: Nos casos das proposições contraditórias, quando uma é verdadeira a outra é sempre falsa, e vice-versa.   

·         Exemplos:
o   Todos os políticos são corruptos. (Universal afirmativa)
o   Nenhum político é corrupto. (Universal negativa).
o   Alguns políticos são corruptos. (Particular afirmativa).
o   Alguns políticos não são corruptos. (Particular negativa)
                           

                                       O silogismo científico.

  • Para que um silogismo possa ser considerado válido ou científico deve obedecer quatro regras, conforme elas as premissas devem ser:

    • Verdadeiras – E não apenas possíveis.
    • Primárias – Indemonstráveis, óbvias.
    • Inteligíveis – São evidentes, entendíveis.
    • Causa – Causa necessárias da conclusão.

Exemplos:
1ª premissa – O todo é um conjunto inteiro.
2ª premissa – O conjunto inteiro é formado por partes.
Conclusão – Logo, o todo é maior do que as partes.

1ª premissa – As retas r e p são paralelas.
2ª premissa – As paralelas nunca se tocam.
Conclusão – Logo, as retas r e p nunca se tocam.


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