quinta-feira, 22 de março de 2018

Resumo Filosofia 2º médio 2018 ETIP (1º trim)


Aula 1. Filosofia medieval: introdução e patrística.


  • Durante o período medieval a filosofia sofre a influência direta do pensamento religioso, cristãos, judeus e árabes muçulmanos elaboram sistemas e doutrinas que buscam explicar as relações entre os homens e Deus, Jeová ou Alá.

A filosofia cristã

  • Tem início com as epístolas de São Paulo e o evangelho de João, no século I.

  • Objetivo: Conduzir a humanidade à compreensão da verdade revelada por Cristo, buscando seu autêntico significado.

  • Divide-se em duas fases:     Patrística – Do século I ao século VII

                                  Escolástica – Do século VIII ao século XIV


  • Patrística – Teve por finalidade organizar a doutrina cristã para garantir a unidade da comunidade de fiéis e defender o Cristianismo dos adversários pagãos.

  • Principais nomes: Justino, Orígenes, Gregório de Nisa e Santo Agostinho.

  • Grandes momentos históricos do Cristianismo:

    • 313 – Edito de Milão – O imperador romano Constantino decreta liberdade de culto aos cristãos.
    • 325 – Concílio de Nicéia – Reunião para discutir a natureza do pai e do filho e a celebração da páscoa.
    • 381 – Concílio de Constantinopla I – Discussão sobre a divindade do Espírito santo.
    • 391 – Edito de Tessalônica – O imperador Teodósio decreta o Cristianismo a religião oficial do Império romano.

  • Os filósofos cristãos reconheciam nos maiores filósofos gregos os legítimos precursores do Cristianismo.
Que grande mudança ocorre na filosofia com o surgimento do Cristianismo?


    • Com o Cristianismo a filosofia deixa de ser uma busca racional pela verdade, afinal já temos em mãos a verdade revelada, cabe à filosofia apenas entendê-la.

  • Ver apostila Pitágoras, páginas 12 a 19.

Aula 2. As traduções da Bíblia cristã.


  • Bíblia, palavra grega que quer dizer “os livros”, refere-se à coleção de textos religiosos de valor sagrado para o cristianismo.

  • Antigo testamento ou bíblia judaica começou a ser escrito por vários autores a partir do século VI a.C., durante o cativeiro dos hebreus na Babilônia, foi escrito em hebraico e aramaico.

  • Por volta do século III a.C. foi feita uma tradução da bíblia judaica para o grego, tarefa      encomendada a 72 sábios em Alexandria, no Egito. Esta tradução ficou conhecida como “Septuaginta”.

  • novo testamento ou evangelho ( que em grego significa: boas novas) começou a ser escrito no século I da era cristã na antiga Palestina, então parte do Império romano. A primeira versão foi escrita em latim antigo, foi a “Vetus latina”, embora houvesse também textos em grego.

  • A primeira grande organização sistemática dos textos bíblicos ocorreu com S. Jerônimo no século IV, ele leu, analisou e meditou sobre os textos anteriores e criou a tradução latina chamada “Vulgata”, aprovada pelo Sínodo de Hipona em 393. Foi considerada a versão oficial da Bíblia católica, passou por uma revisão na década de 70 e aprovada em 1979 pelo papa João Paulo II a “Nova vulgata”.

O número de livros da Bíblia nas várias versões:


HEBRAICA
CATÓLICA
PROTESTANTE
ORTODOXA
Antigo Testamento
37
45
39
51
Novo Testamento
_
27
27
27
TOTAL
37
72
66
78


·         O concílio de Nicéia em 325 rejeitou os chamados evangelhos apócrifos, textos anônimos escritos nos primeiros anos do Cristianismo, não reconhecidos como inspirados e portanto fora da lista oficial de livros da Bíblia.


·         Os apócrifos mais famosos são: Evangelho de Tomé, Evangelho de Maria Madalena, Evangelho de Pedro e Evangelho de Filipe, muitos deles tem importância histórica, pois contam como surgiu o cristianismo primitivo e fatos da infância e juventude de Jesus.


·         Calcula-se que existam pelo menos 94 evangelhos apócrifos, sendo 20 atos dos apóstolos e 11 apocalipses.


Aula 3. A Patrística medieval: Santo Agostinho (Numídia, 354 – 430).


  • Aurélio Agostinho, professor de retórica em Cartago, converteu-se ao cristianismo aos 32 anos, tornando-se o bispo de Hipona e um dos maiores teólogos da Igreja Católica, suas principais obras foram: Confissões (400), Sobre a Trindade (422), A cidade de Deus (426).

  • Agostinho cristianizou a filosofia de Platão, usando suas teorias para melhor explicar os dogmas da fé católica, ele racionalizou a fé cristã.

  • O homem não tem razão para filosofar, exceto para atingir a felicidade, que é fruto da intuição e da fé. É necessário compreender para crer e crer para compreender”, ou seja, a razão está a serviço da fé.

  • Deus é a verdade, é o ser que ilumina a razão e lhe fornece a norma e a medida de todos os juízos. Esta ideia é a base da Teoria da iluminação, que diz que sempre que alguém for ler algum texto sagrado, é preciso orar sinceramente a Deus pedindo que ele derrame sobre si a luz do entendimento.

  • Questão teológica: Se Deus é o autor de tudo e também do homem, da onde vem o mal?

  • Resposta: A realidade do mal contradiz a bondade perfeita de Deus, tudo o que é, é o bem, mas as coisas e as pessoas se corrompem, perdem o seu ser, se afastam do bem. O mal é o nada, é a ausência total do bem.

  • Suas ideias foram por muito tempo a doutrina fundamental da Igreja Católica, até hoje em dia alguns setores da Igreja e algumas escolas seguem seus ensinamentos.

  • Ver apostila Pitágoras, páginas 25 a 29.

Aula 4. A Escolástica cristã.


  • É o período em que a Igreja Romana dominava a Europa, coroava reis, organizava as cruzadas e criava as primeiras universidades.

Universidade de Bologna (Itália) em 1088,

Universidade de Paris (França) em 1170,

Universidade de Padova (Itália) em 1222,

Univ. de Napoli (1224), Siena (1242) e Pisa (1243), todas na Itália.

Univ. de Oxford (1249) e Cambridge (1284), ambas na Inglaterra.

Universidade de Coimbra (Portugal), em 1308.


  • A origem e o desenvolvimento da Escolástica estão intimamente ligadas à atuação dos professores universitários de filosofia e de teologia, com eles ocorre a sistematização do ensino destas disciplinas. Este processo se desenvolvia com duas formas básicas de ensino:

    • Lectio – Leitura e comentário de um texto consagrado.
    • Disputatio – Debates acalorados sobre um tema específico, consistia no exame de todos os argumentos possíveis a favor e contra uma tese, eram verdadeiras disputas retóricas.

  • princípio de autoridade era o principal critério para definir se uma tese era verdadeira ou falsa. As principais autoridades eram:
    • A Bíblia, Platão, Aristóteles, um Papa, um santo, os grandes teólogos da Igreja.
  • Nomes da Escolástica:

                   * Cristãos: Abelardo, Santo Anselmo, São Tomás de Aquino,…

              Árabes: Avicena, Averróis, Al-Gazali,…
               Judeus: Maimônides, Bem-Levi, Ibn-Gebirol (ou Avicebron),…
  • problema central da Escolástica era conciliar Fé e razão, buscando a compreensão plena da verdade revelada, o que levaria os homens à salvação.

  • Ver apostila Pitágoras, páginas 29 e 30.
  
Aula 5. A Escolástica: São Tomás de Aquino (Roccasecca, 1225-1274)


  • Monge dominicano, doutor em Teologia e professor na Universidade de Paris, teve uma vida inteiramente dedicada à meditação e ao estudo, autor de vasta erudição, suas principais obras foram:

  • Comentários sobre as sentenças (1253), O ente e a essência (1256), Súmula contra os gentios (1259), Questões sobre a alma (1264) e a Summa Theológica (1273).

  • Tomás via na filosofia aristotélica um alimento intelectual superior e se esforçava para      adaptá-la à revelação bíblica.

  • cristianização da filosofia aristotélica só veio a se tornar possível graças ao espírito analítico, à capacidade de ordenação metódica e à habilidade dialética de Tomás de Aquino, que ele aliava a um profundo sentimento da fé cristã.

  • Deus é o puro ato de existir, é o ser pleno, a perfeição pura, criador de tudo o que existe.

  • Segundo Aristóteles, o conhecimento humano começa com os sentidos, porém os sentidos não são suficientes para conhecer plenamente Deus, logo, é necessário demonstrar racionalmente sua existência.

·        As provas da existência de Deus (as cinco vias para Deus):


  1. A prova do movimento: Tudo o que se move é movido por outra coisa, e este por outra, e assim por diante. Mas, é impossível continuar até o infinito, logo, deve haver um primeiro motor, causa de todo o movimento, que é Deus.
  2. A prova da causa: Na série de causas das coisas, uma é causa da outra, também não podemos chegar ao infinito, logo, deve haver algo que é causa de tudo: Deus.
  1. A prova da necessidade: Todos os seres são contingentes, ou seja, não são necessários, podem ou não existir. Se nada é necessário, como explicar a existência de tudo? Logo, deve haver um ser necessário que criou tudo: Deus.

  1. A prova dos graus de perfeição: As coisas e as pessoas são mais ou menos perfeitas, há graus de perfeição nos seres, deve haver um ser que contenha em si o grau máximo de perfeição: Deus.
  1. A prova do sentido: As coisas naturais devem ter algum sentido, alguma ordem, nada existe por acaso, por acidente, logo deve haver alguma inteligência superior responsável pela ordem do mundo: Deus.

  • Ver apostila Pitágoras, páginas 31 a 33.

 Aula 6. A Summa Theológica de Tomás de Aquino.


  • Gigantesca obra teológica, levou 8 anos para ser escrita (de 1265 à 1273). Consta de 611 questões explicadas em mais de 3.400 artigos, todos seguindo a mesma estrutura lógica. Foi considerada a maior sistematização teológico-filosófica da Idade média.


  • A obra tem a seguinte estrutura lógica:

  1. Questão segundo o senso comum.
  2. Argumentos a favor da questão.
  3. Argumentos contrários.
  4. Solução da questão.
  5. Resposta às objeções.

·         Reprodução de um artigo da 1ª parte da Summa:


  • Summa Theológica – parte I – De Deus em si mesmo.

    • Questão II – Se Deus existe.


·         Artigo I – Se a existência de Deus é evidente.

Parece que a existência de Deus é evidente. 


a) Temos alguns conhecimentos naturais, Deus é natural.

b) Ao inteligir o nome de Deus, se entende o que é Deus.

c) Se algo é verdadeiro, sua existência também o é.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida.” (João:14,6)


Mas, em contrário: não se pode pensar o contrário do que é evidente, podemos pensar que Deus não exista, logo, não é evidente.



Solução: A frase “Deus existe” é evidente, pois o predicado se identifica com o sujeito; mas, como não sabemos exatamente o que é Deus, sua existência necessita ser demonstrada.



Resposta às objeções:

1.    Deus é a felicidade do homem, e o que naturalmente se deseja, se conhece. Mas, esta relação não é válida, pois as pessoas tem visões diferentes do que seja a felicidade.

2.    Quem ouve o nome de Deus não o identifica como o ser real, só podemos entender o significado de seu nome no intelecto. Se a existência de Deus fosse evidente, não existiriam ateus.


3.    A existência da verdade é evidente por si, mas não é evidente para nós, pois cada um pode ter a sua verdade.  

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